Fascismo

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Fascio littorio ou Haz de Lictores

Fascismo (do italiano fascio, haz, fasces, por sua vez do latim fasces, pl. de fascis) é uma ideologia e um movimento político que surgiu na Europa entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial (1918-1939) em oposição tanto a democracia liberal (o sistema político que representava os valores dos vencedores na Primeira Guerra Mundial, como Inglaterra, França ou Estados Unidos, os que considera "decadentes") como o movimento operário tradicional (anarquista ou marxista). Radicalmente contrário a ambos, o fascismo se apresenta como uma Terceira Via.

O fascismo exalta a ideia do estado frente a do indivíduo ou classe; suprime a discrepância política em benefício de um partido único e os regionalismos em benefício do centralismo. O fascismo italiano conseguiu a unidade e adesão voluntária da população.

No entanto, o fascismo é também un fenômeno metapolítico de dimensões europeias, fortemente influenciado pelos filósofos Friedrich Nietzsche (vitalismo) e Henri Bergson (espiritualismo) que se distingue do conjunto das ideologías progressistas modernas por uma concepção de valores trágico-heróica, e da tradição de extrema direita por seu carácter revolucionário e futurista. O fascismo propõe uma modernidade alternativa que descarta o racionalismo cartesiano (a qual acusa de fugir antes de ser) e coloca a verdade da existência (Heidegger, 1927) como fundamento de toda racionalidade autêntica. Martin Heidegger, autor de Ser e Tempo e ex-militante nacional-socialista, tem sido reconhecido universalmente, inclusive por pensadores anti-fascistas, como o acontecimento filosófico mais importante desde a Fenomenologia do Espírito de Hegel (Habermas, 1971). Na mesma direção interpretativa inspirada em Heidegger e segundo Giorgio Locchi (1981), a essência do fascismo seria um sobrehumanismo que rompe com a concepção linear progressiva do tempo histórico[1]. Enquanto isso, Jaume Farrerons, seguindo também a diretriz exegética marcado por Heidegger, detém (2012) que o fascismo erígese em condição cosmovisual e existencial para a compressão da verdade. Tanto Locchi como Farrerons representam tentativas filosóficas sérias, acadêmicas e científicas, de interpretar o fascismo desde a perspectiva dos próprios valores fascistas.

Índice

Origens

Mussolini e Hitler líderes dos fascismos italiano e alemão respectivamente.

Em princípio se fala de fascismo para referir-se ao movimento político de Benito Mussolini, mas não foi o único partido com ideias fascistas na Europa. Um dos primeiros modelos fascistas, mas mesmo sem esse nome, criado na França, no início do século XX, o escritor Charles Maurras, com seu partido Action Française e seu grupo de ataque da juventude, que ele chamou de Camelots du Roi e se sustentava em uma ideologia ultranacionalista, católica e antisemita.

No final do século XIX começou a tomar corpo na Itália uma ideologia nacionalista ultraconservadora que se denominou fascio. Depois da Primeira Guerra Mundial, o país estava empobrecido, o governo era débil e havia muitos ressentimentos porque Itália não estava de acordo com o pequeno ganho territorial que teve após o conflito.

Em 1919, Benito Mussolini depois do descontentamento popular fundou o Partido Nacional Fascista (PNF), caracterizado por sua oposição as ideologias políticas liberais e ao comunismo. Mussolini foi reunindo partidários, até que, em 1922, obrigou o rei de Itália, Vítor Emanuel III, a entregar-lle o poder, que detinha o título de Duce (líder militar) (Ver: Marcha sobre Roma).

As ideias fascistas ou similares tiveram eco em quase todos os países europeus e alguns sul americanos, como Argentina do general Juan Domingo Perón. Sobre tudo na Alemanha e em menor medida na Espanha, onde apareceram importantes organizações de caráter fascista ​​como Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães e a Falange Española respectivamente.

Mussolini capturou voluntários entre os jovens através da agrupação dos camisas negras, assim como Adolf Hitler teve seus camisas pardas, como continuidade do modelo de Maurrás. Implantações em massa, organizados e disciplinados, faziam parte da liturgia fascista na Itália, Alemanha e Grécia.

Pode considerar-se que o fascismo italiano é um regime centrado no Estado: "O povo é o corpo do Estado, e o Estado é o espírito do povo. Na doutrina fascista, o povo é o Estado e o Estado é o povo. Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado." (Benito Mussolini)[2]

Enquanto que o nacional-socialismo alemão está centrado na raça identificada com o povo (Volk, que forma o Estado e está contido nela: "é a raça e não o Estado o que constitui a condição prévia da existência de uma sociedade humana superior" - Adolf Hitler) ou Volkgemeinschaft (interpretável como "comunidade do povo" ou "comunidade de raça", ou inclusive como expresssão do apoio popular ao Partido e ao Estado): "Ein Volk, ein Reich, ein Führer!" (Um povo, um império, um guia!)

Características e definição

Benito Mussolini, o Duce e líder político da Itália assinou uma entrada na Enciclopédia Italiana em 1932 intitulada Doutrina do Fascismo.[3][4] é muitas vezes citado no texto como a definição original do fascismo italiano, que, por sua vez, é considerado o primeiro dos fascismos.

Alguns trechos notáveis ​​de uma das traduções da Doutrina do Fascismo:

"Enquanto o século XIX foi o século do socialismo, o liberalismo e o democracia, isso não significa que o século XX deva ser também o do socialismo, o liberalismo e da democracia. As doutrinas políticas passam; as nações permanecem. Somos livres para acreditar que este é o século da autoridade, um século que tende para 'o bem', um século fascista. Se o século XIX foi o século do indivíduo (liberalismo implica individualismo), somos livres para acreditar que este é o século do 'coletivo', e por tanto o século do estado."


"A concepção fascista do estado é totalmente inclusiva; para fora do mesmo não pode existir nenhum valor humano ou espiritual, muito menos tem valor. Entendido isto, o fascismo é totalitário, e o estado fascista - síntese e unidade que inclui todos os valores - interpreta, desenvolve e potência toda a vida de um povo."


"O fascismo é uma concepção religiosa na que um homem é visto a perspectiva de sua relação inmanente com uma lei superior e com uma Voluntade objetiva que trascende o indivíduo particular e o eleva a consciência de uma sociedade espiritual. Qualquer pessoa que não tem visto nas políticas religiosas do regime fascista nada mais que mero oportunismo, não tem entendido que o fascismo, além de ser um sistema de governo, é também, e acima de tudo, um sistema de pensamento."


O fascismo é uma ideologia política fundamentada em um projeto de unidade monolítica denominado corporativismo, assim exalta a ideia de nação frente a do indivíduo ou classe; suprime a discrepância política em benefício de um partido único e localismo em benefício do centralismo; e propõe como ideal a construção de uma sociedade perfeita, denominada corpo social, formado por corpos intermediários e seus representantes unificados pelo governo central, e que está designado para representar a sociedade. Para isto aconselhava a obediência das massas (como protagonistas do regime) para formar uma só entidade ou órgão sócio-espiritual indivísivel.[5] Utiliza habilmente os novos meios de comunicação e o carisma de um líder no que se concentra todo o poder com o propósito de conduzir em unidade ao denominado corpo social da nação.

O fascismo é antes de tudo um nacionalismo que identifica terra, povo e estado com o partido e seu líder. O fascismo não só queria tomar o poder mas também criar uma nova classe de homem e de sociedade, através de uma ideologia que glorificava a hierarquia, o nacionalismo e o patriotismo.

O fascismo atribuiu grande ênfase na propaganda. As novas tecnologias, especialmente o rádio mas também o cinema e o jornalismo gráfico, se utilizavam em grande medida para unir o povo.

O fascismo queria organizar toda a sociedade instalando uma visão nova que rompesse com o sistema anterior, exigindo uma subordinação responsável de todas as organizações sociais, econômicas e políticas.

Razão, vontade e ação

As conexões do fascismo com movimentos intelectuais foi atrativa para muitas personalidades destacadas: italianos como Gabriele D'Annunzio, Filippo Tommaso Marinetti, Curzio Malaparte e Luigi Pirandello; alemães como Martin Heidegger, Ernst Jünger, Carl Schmitt, Wilhelm Furtwängler e Herbert von Karajan; franceses como Robert Brasillach, Louis-Ferdinand Céline e Pierre Drieu La Rochelle; espanhóis como Ernesto Giménez Caballero, Dionisio Ridruejo, Pedro Laín Entralgo, Eugenio D'Ors e Agustín de Foxá; noruegueses como Knut Hamsun, romenos como Mircea Eliade; e estadunidenses como Ezra Pound. Especificamente no caso da Alemania, ocorreu com motivos literários como o superhomem de Nietzsche, e inclusive com as ciências que justificavam o racismo, a eugenia e o darwinismo social. A ciência foi um principal objeto de consideração, enquadrada e subordinada de forma totalitária ao Estado e ao Partido.

O fascismo exalta os valores da virilidade, a camaradagem e o companherismo dos irmãos de armas, todos eles em sintônia com algumas tradições militaristas existentes em todos os exércitos. Seriam os casos do exército alemão, o japonês e os chamados militares africanistas espanhóis.[6]

Motivos do surgimento

Uma característica dos países donde triunfaram os movimentos fascistas foi a reação de humilhação nacional pela derrota[7] na Primeira Guerra Mundial (foi utilizado o termo nacionalismo de vencidos),[8] que impeliu a busca pelos responsáveis da derrota (caso de Alemanha), e a frustração das expectativas não cumpridas (caso de Itália, decepcionada com o incumprimento do Tratado de Londres).[9]Em ambos os casos, a indignação dos povos se manifestava, no plano internacional, contra a arrogância dos vencedores (como Inglaterra, França e Estados Unidos); enquanto que o plano interno se manifestava a indignação popular contra parte do movimento trabalhador (sindicalistas, anarquistas, comunistas, socialistas) e o perigo real de uma revolução comunista e inclusive uma Conspiração Judeu-Maçonico-Comunista-Internacional. Também se via como oposta aos interesses do Estado, ao capitalismo, ao banco, a bolsa, a Sociedade de Nações e o movimento pacifista. Sobre tudo no caso alemão, se insistia na convicção de que a postração se devia a uma traição que lhe humilhou e submeteu a uma condição desleal (Ver: Dolchstoss).

Componente social

O componente social do fascismo pretende ser sem classes e anti-individualista: nega a existência dos interesses de classe e tenta suprimir a luta de classes com uma política de sindicato vertical e único em que tanto trabalhadores como empresários obedeçam as diretrices superiores do governo. Tal como o corporativismo italiano e o Nacional-Sindicalismo espanhol. O nacionalismo econômico, com autarquia e direção centralizada se adaptaram como em uma economia de guerra para a situação de saída da crise de 1929.

Terceira Via

Segundo a doutrina da Terceira Via, o fascismo não é de esquerda nem de direita, nem capitalista nem comunista, e que o fascismo seria uma ideia completamente original.

O fascismo e outros movimentos relacionados apelavam ao sentimento popular e as massas como as protagonistas do regime, especialmente pela virilidade exaltada no trabalho manual e industrial; no entanto, não reconhece a liberdade de associação baseado em classe, mas os trabalhadores identificando-se como seguidores do estado.

A ideia de Mussolini era usar os capitalistas industriais para implantar em conjunto com o governo o corporativismo nacionalista. O corporativismo - projeto político do fascismo - faria que todos os setores da sociedade devam integrar-se e trabalhar unificadamente a mando do governo.

Origem de seus líderes

Mussolini, antes do término da Primeira Guerra Mundial, era un importante ideólogo trabalhador e militante socialista. A origem social dos líderes fascistas em distintas partes da Europa foi muito diferente: as vezes aristocrático (Starhemberg, Mosley, Ciano), as vezes proletariado (Jacques Doriot e o PPF francês); muitas vezes militares (Franco, Pétain, Vidkun Quisling, Szálasi, Metaxas), e juristas (José Antonio Primo de Rivera, Ante Pavelić, António de Oliveira Salazar). Os casos mais destacados, os próprios Hitler e Mussolini, eram grandes personalidades. Seus militantes saiam dentre os estudantes (muito abundantes na Guarda de Ferro romena e no rexismo belga), dos pequenos proprietários agricultores, dos desempregados urbanos, da classe média empobrecida e ameaçada pela crise e assustada pelo medo do comunismo e da desordem pública e também das classes baixas desencantadas com o marxismo. Em definitivo, as classes médias e médias baixas foram a espinha dorsal do fascismo.[10]

Os valores do fascismo

O fascismo é uma alternativa de valores as sociedades modernas que não renúncia a modernidade mesmo durante o desenvolvimento científico, tecnológico e industral. Por tanto, as ideologias fascistas são nacional-revolucionárias, não propõem o retorno da sociedade ao Antigo Regime, a sociedade anterior a Revolução Francesa, mas outra cânone axiológica ou de valores capaz de redefinir o conceito de modernidade. O fascismo considera que o homem não busca a felicidade, mas a criação, circunstância que implica a luta, o agon grego (Sorel). Os fascistas rejeitam o hedonismo e o individualismo relativista das sociedades liberais, assim como o coletivismo adocicado das tiranias bolcheviques. Seu modelo é um novo tipo humano que funda sua existência espiritual e política na verdade trágica do ser. Por isso, o heroísmo -ligado a apreensão e experiência da verdade- será o valor fascista fundamental, a partir da qual se articulam todos os demais: a justiça social para os trabalhadores e a libertade entendida grupalmente como independência da nação frente aos poderes mundialistas do capitalismo e o internacionalismo marxista.

É próprio dos movimentos fascistas, em certos programas econômicos e sociais, a identificação com a terra e os valores dos agricultores frente a decadência e corrupção que se denunciam nas massas urbanas desenraizadas.

Os valores familiares tradicionais eram fomentados, insistindo na necessidade de manter altas taxas de natalidade e fecundidade. As famílias numerosas eram premiadas, seguindo uma política natalista. O fascismo incentivava a mulher que se dedicava a casa e a criança do maior número possível de filhos, e o homem ao trabalho, e não consentia a homossexualidade.

A melhora da raça não apenas implicava a pureza racial evitando mestiçagem, mas que também devia ser interna a esta, incluindo a eugenia (no caso da Alemanha também a eutanásia), em um movimento que não era originário dos países com regime nacionalsocialista ou fascista, mas do âmbito cultural anglo-saxões, e que se popularizou em muitos outros (Suécia, Austrália e os Estados Unidos).[11]

Raça, etnia e identidade

O fascismo teve uma base racial na Alemanha, enquanto não na Itália (ao menos inicialmente, até 1938); os nacional-socialistas construiram una amalgama ideológica de grande eficácia movilizadora a partir de fontes mitológicas e literárias, assim como deos textos clássicos dedicados a demostrar a desigualdade das raças. Se destacavam dois elementos: a comprovação da raça ariana de origem nórdica (que demonstra a existência de um povo indoeuropeu original, sustentada por alguns autores como Houston Stewart Chamberlain) e o antissemitismo (que se havia reavivado desde a divulgação dos Protocolos dos Sábios de Sião. O antissemitismo estava presente em muitos países da Europa central e oriental desde a Idade Média.

O racismo entendido em sua expressão puramente biológica, não está presente em todos os movimentos fascistas, também presente em outros contextos, tais como o supremacismo branco nos Estados Unidos ou na África do Sul. O que se aparece como uma constante do fascismo, é a concepção da etnicidade como elemento identitário.

Na Itália se deu a partir de 1924 um forte processo que se denominou Italianização fascista que pretendía homogeneizar toda diferença idiomática e cultural.

No caso espanhol existiu uma expressão ideológica hispanista que em algumas ocasiões se foi definido como pan-hispanismo, e que não pode definir-se como um racismo stricto sensu, embora houvesse uma hipervalorização das características étnicas, religiosas, culturais e idiomáticas identificadas com o espanhol, sobre tudo em relação com sua expansão pela América. Foi mantida em vários países hispanoamericanos, destacadamente na Argentina, e se expressou no conceito de Hispanidade (acunhado pelo sacerdote vasco emigrado a Argentina Zacarías de VizcarraA Hispanidade e seu verbo, 1926— e divulgado por Ramiro de MaeztuDefesa da Hispanidade, 1934—). Ele veio para instituir em 12 de outubre como festa do Dia do Hispânico, que já foi celebrado com o inequívoco nombre de Dia da Raça desde 1915 (a iniciativa de Faustino Rodríguez-San Pedro) e que se extendeu pela América Hispânica. As ideias ou melhor tópicos de Raça, Hispanidade e Império eram inconfundíveis na retórica da Falange Española que herdou o Franquismo, e o próprio Franco escreveu o roteiro do filme Raza (1941).

Reivindicações justas

O fascismo insiste em recuperar o esplendor de um pasado glorioso, e também as denominações de seus regimes referindo-se (o III Reich, a Terceira Roma, a Terceira Civilização Helênica). O expansionismo para o exterior é considerado como uma necessidade vital para Alemanha: o lebensraum ou espaço vital para o Leste, o Império mediterrâneo para Itália. Franco desenhou umas Reivindicações espanholas, que exibiu antes para Hitler em sua famosa entrevista de Hendaya do ano 1941.[12]

Cristianismo e fascismo

Igreja Católica

Pio XI e o então cardenal Pacelli (futuro Pio XII) inauguram a Rádio Vaticano em 1931.

O mesmo papa, Pio XI, teve uma relação pública com Mussolini que poderia ser visto como amigável (Tratado de Latrão, classificação de Mussolini como um homem enviado a nós pela Providência e petição de voto aos fascistas nas eleições de 1929), ao tempo que condenava na encíclica Dilectissima nobis o laicismo agressivo da marxista Segunda República Espanhola).[13]

Pío XIIsempre tem sido visto como um personagem mais contemporizador com o fascismo. Especialmente suas relações com Alemanha (que conhecia bem por ter sido lá o Núncio Apostólico) têm vindo a ser descrito como cordial.

A identificação de Pio XII e a Igreja Católica espanhola com o governo de Francisco Franco foi explícita (Carta coletiva dos bispos espanhóis, Concordata espanhola de 1953), chegando-se a cunhar o termo Nacional-Catolicismo para definir um de seus rasgos ideológicos e umo dos principais apoios que lhe sustentavam. Também se levantou a excomunhão a Action Française (1939).

A manutenção de uma postura neutral por parte do Vaticano e as tentativas de mediação foram interpretados como um apoio ao Terceiro Reich, ao marginalizá-los para Estados Unidos e a União Soviética.[14]

Depois da derrota das potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, muitos dirigentes do Teceiro Reich fugiram para a Suíça e a Argentina com a ajuda de religiosos católicos (muitos com passaportes do Vaticano e disfarçados de sacerdotes).

Em 1998 o papa João Paulo II defendeu Pio XII, cujo processo de beatificação iniciado ao mesmo tempo, apesar da oposição agressiva e arrogante do Estado de Israel.[15]

Igrejas protestantes

Entre os pastores luteranos havia muitas adesões aos nacional-socialistas Deutsche Christen (Cristãos Alemães, 1932) e a Deutsche Evangelische Kirche (Igreja Evangélica do Reich, 1933) dirigida pelo bispo Ludwig Müller. Se tentava conseguir uma Positives Christentum (Cristianismo Positivo) que purgar-se o Cristianismo de influências judias. Os clérigos e suas esposas aceitaram a aplicaçãoda legislação de pureza racial ariana.

O fascismo italiano

Perto do fim do século XIX existiam na Itália algumas organizações denominadas fascio (traduzido, significando a força da união), dos quais o mais importante era o Fasci Siciliani (fascio siciliano, 1895-1896).[16] Não era a amostra de uma ideologia uniforme, embora predominou os componentes nacionalistas e revolucionários. Surgindo o movimento trabalhador, dividido no começo da Primeira Guerra Mundial entre o internacionalismo pacifista e o nacionalismo irredentista, foi criado em 1 de outubro de 1914 os Fasci d'Azione rivoluzionaria internazionalista em reivindicação da entrada da Itália no conflito contra dos Impérios Centrais. Fundiu-se com Fasci autonomi d'azione rivoluzionaria e foi renomeado como Fasci d'azione rivoluzionaria, e dirigido por Benito Mussolini, e conhecido como Fascio de Milão. Em 24 de janeiro de 1915 se formou uma organização nacional.

Em 1919, terminada a guerra, as expectativas territoriais permaneceram frustradas pelo Tratado de Saint-Germain-en-Laye (o equivalente para Áustria do Tratado de Versalhles). O poeta Gabriele D'Annunzio levou a cabo uma aventura militar que acabou na criação do Estado Livre de Fiume e a redação de uma constituição que pode ser entendida como precedente imediato do fascismo. Enquanto isso, com um país empobrecido e um governo débil, Mussolini refundava a organização de Milão com o nome de Fasci italiani di combattimento (Fascios italianos de combate), que começaram a se destacar na sua luta de rua contra os grevistas, esquerdistas e outros inimigos políticos e sociais. O temor ante uma revolução similar a russa fez que o povo italiano visse nos fascistas de Mussolini a melhor arma para desarticular os movimentos marxistas organizados.

Seus partidários se foram enquadrando de forma paramilitar como Camisas negras. Entre seus dirigentes fundadores havia intelectuais nacionalistas, ex-oficiais do exército, membros do cuerpo especial Arditi e jovens agricultores. Em 7 de abril de 1921 se converteram em partido político com o nome de Partito Nazionale Fascista (Partido Nacional Fascista, PNF), caracterizado por sua oposição tanto ao liberalismo como ao comunismo. Em 1922, depois da Marcha sobre Roma, o rei de Itália, Vítor Emanuel III entregou o poder a Mussolini, que detentou com o título de Duce (líder).

Em 1928 se proibiram todos os partidos, exceto o PNF. Em 1927 se promulgou a Carta do Trabalho (adaptada na Espanha como Fuero del Trabajo). Em 1932 se publicou na Enciclopédia Italiana o artigo Fascismo, escrito por Giovanni Gentile. Editado separadamente como A Doutrina do Fascismo (La Dottrina del Fascismo), foi traduzido em vários idiomas.

Difusão do modelo em outros países

País Partido único inicio final
borde Albânia Partido Nacional Fascista 1939 1943
borde Alemanha NSDAP 1933 1945
borde Argentina Legión Cívica Argentina 1930 1932
borde Áustria Frente Patriótico 1934 1938
borde Bélgica Partido Rexista 1930 1945
borde Croácia Ustaše 1941 1944
borde Eslováquia Partido Popular Eslovaco de Hlinka 1939 1945
Estado Espanhol (Zona sublevada) Espanha FE de las JONS 1936 1937
borde Grécia Parlamento dissolvido por tempo indeterminado. 1936 1941
borde Hungria Partido da Cruz Flechada 1944 1945
borde Reino de Itália Partido Nacional Fascista 1922 1943
borde República Social Italiana Partido Fascista Republicano 1943 1945
borde Japão Taisei Yokusankai 1940 1945
borde Países Baixos Movimento Nacional Socialista nos Países Baixos 1931 1945
borde Peru União Revolucionária (Governo constitucional) 1931 1933
borde Portugal União Nacional 1933 1974
borde Reino Unido União Britânica de Fascistas 1932 1940
borde Romênia Guarda de Ferro 1940 1941
borde San Marino Partido Fascista Sanmarinense 1926 1944

A ideologia e os regimes fascistas tiveram eco espetacular em quase todos os países europeus e alguns sul americanos (por exemplo Argentina, que acudiu muitos líderes do Terceiro Reich depois da guerra).

De uma maneira muito mais evidente surgiram à semelhança do Fascio italiano organizações caracterizadas pelo que puede denominar-se liturgia fascista: implantações em massa, organizados e disciplinados, a saudação romana braço no alto, os símbolos e lemas, a presença de rua efetiva, a utilização de correias paramilitares e uniformes, em particular as camisas de uma determinada cor: camisas negras (Itália, SS na Alemanha, Inglaterra, Finlândia) camisas pardas (SA na Alemanha), camisas azuis (Espanha, França, Irlanda, Canadá, China), camisas verdes (Romênia, Hungria, Brasil) Camisas douradas (México) e Camisas Prateadas (Estados Unidos).

Não se produziu homogeneidade total entre os distintos movimentos e regimes fascistas, que de fato insistiam em enfatizar as pecularidades nacionais, sua originalidade e sua raiz endógena. Enquanto as relações internacionais, as vicissitudes do equilíbrio europeu levaram a um entendimento estratégico entre Hitler e Mussolini. Em outros casos, se manteve uma total neutralidade que não ocultava as simpatias (Espanha para o Eixo).[17]

Manifestação da Guarda de Ferro em Bucareste, 1940.

Os movimentos fascistas alcançaram o poder de forma endógena (quer dizer, sem imposição exterior) em algumas nações, ele tentou ser explicado olhando para as semelhanças e diferenças entre eles. Alemanha e Itália apresentavam debilidades em estes aspectos: suas unificações nacionais eram muito recentes (1870), suas economias se haviam industrializado tardiamente (no que diz respeito ao noroeste da Europa). Itália seguia sendo um país relativamente atrasado. Alemanha, embora havia apresentado um desenvolvimento econômico e social notavelmente acelerado (para 1914, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, se podia conceber que chegaria a superar a Inglaterra como potência industrial, possibilidade que foi sem dúvida um dos fatores que explicam a própria guerra), se viu submetida a algumas condições especialmente duras peol vergonhoso Tratado de Versalles (Georges Clemenceau, apesar das advertências de economistas como Keynes insistiu em que "Alemanha pagará"), o que produziu graves desordens econômicas em todo o período entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial, também de um profundo resentimento.

A Europa meridional e oriental, con um desenvolvimento industrial menor, umas instituições democráticas fracas e em muitos casos uma existência nacional recente, foi muito mais propensa ao desenvolvimento do fascismo, com características locais muito marcadas em cada caso, alguns triunfantes, outros não.

Em contraste, durante a Segunda Guerra Mundial foram impostas em grande parte da Europa os governos aliados aos Potências do Eixo e colaboradores que desenvolveram chamados regimes fascistas com graus variados de semelhança com o alemão ou italiano.

Houve algumas tentativas (em 1942) das potências do Eixo por organizar corpos militares com pessoas provenientes dos países colonizados pelos aliados, sobre tudo dos países árabes, do subcontinente indiano (Legion Freies Indien e Legión Tigre, criada pelo independentista Subhas Chandra Bose) e da Ásia Central soviética. Inclusive houve uma divisão formada por muçulmanos bósnios (13ª Divisão de Montanha SS Handschar) (1943). Os resultados destas operações foram muito eficazes, sobre tudo no campo ideológico. Enquanto a aproximação de algumas personalidades muçulmanas, como o Grande Mufti de Jerusalém, Amin al-Husayni e o primeiro ministro do Iraque Rashid Ali al-Kaylani, se tratava de coincidências ideológicas; que também é aplicado frequentemente à parceria muito mais importante que envolveu o Império Japonês.

Alemanha e países de língua alemã

Veja mais em Nacional-socialismo

A República de Weimar surgiu após o colapso do Império Alemão e do fracasso da revolução espartaquista. Os movimentos nacionalistas incluiram Freikorps, destacados na lucha contra a revolução marxista e que foram dissolvidos em 1920 (Ernst Röhm, futuro chefe das SA, Rudolf Höss, etc.); e o Deutsche Arbeiterpartei (Partido dos Trabalhadores Alemães, 1919) de Anton Drexler e Dietrich Eckart, que incluiu Adolf Hitler. Em 1920 eles estabelecem 25 pontos de seu programa e mudaram seu nome para o de Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, NSDAP), e com Hitler como dirigente destacado. O corpus doutrinal do nacional-socialismo foi definido em um texto: Mein Kampf (Minha Luta, 1925–1926), que Hitler tinha começado a escrever durante sua prisão na cadeia Landsberg depois de Putsch de Munique. Depois de um periodo de clarificação política em que se abandonaram as propostas dos irmãos Gregor e Otto Strasser, as eleições de 1930 converteram o partido em uma força importante, que mantinha uma heróica presença das ruas com os camisas pardas do Sturmabteilung (tropas de assalto, SA) e a guarda pessoal de Hitler com camisas negras do Schutzstaffel (Esquadrões de Proteção, SS).

As eleições de 1932 os converteram em uma força decisiva, e o Presidente Hindenburg nomeou Hitler chanceler no início do ano seguinte, e mais precisamente em 30 de janeiro de 1933. Alguns dias mais tarde, tornou-se uma inequívoca apresentação das características dos fascista do nacional-socialismo pelo próprio Hitler durante uma cena com oficiais superiores do Reichswehr (o exército alemão) e a marina em 3 de fevereiro de 1933, que algumas fontes denominam o programa do Lebensraum (teoria do espaço vital para o Leste):

1.- Política interior: Completa reversão da situação política interna atual da Alemanha. Negativa a tolerar qualquer atitude contrária a este espírito. Exterminação do putrefato e dividido marxismo. Ajuste da juventude e do povo inteiro a ideia de que só a luta pode salva-los e de que todos os demais devem subordinar-se a esta ideia (refletida nos milhões de pessoas que já estão em movimento e que cresceram). Formação da juventude e fortalecimento do desejo de lutar por todos os meios. Pena de morte para a alta traição. Uma liderança forte de um Estado autoritário. Erradicação do câncer da democracia.

2.- Política exterior: Batalha contra Versalles (tratado de Versalles). Igualdade de direitos em Genebra (Sociedade de Nações); que de todas maneiras será inútil se o povo não tem desejo de lutar.

3.- Economia: Se resume em três pontos básicos: 1. Abolição de juros sobre o dinheiro, 2. Sustituição do padrão-ouro pelo padrão-trabalho, e 3. O bem da comunidade deve vir antes do bem pessoal (Gemeinnutz geht vor Eigennutz).

4.- E conquista de novo Espaço Vital no leste e sua germanização.

A morte do ancião Hindenburg somada a renovação da contundente vitória eleitoral do Partido facilitaram a transição a um regime de partido único que aplicou sem concessões o programa nacional socialista, incluindo a repressão de toda oposição política e a legislação de pureza racial (Leis de Núremberg). Uma política econômica firme reduz o desemprego de 6 milhões a só 400.000. A política de amizade implementada por Hitler e as potências europeias (Acordo de Munique) permitiu uma série ininterrupta de sucessos internacionais.

Áustria

Veja mais em Austrofascismo e Anschluss

Uma coalizão de partidos de direita, levou ao poder a Engelbert Dollfuss em 1932. Seus principais apoios eram o tradicional Christlichsoziale Partei (Partido Social Cristão) e uma amalgama de movimentos mais extremistas, como a paramilitar Heimwehr, aglutinados por Ernst Rüdiger Starhemberg sob o nome de Vaterländische Front (Frente Patriótico), de mais clara orientação fascista. Dollfuss dissolveu de forma indefinida o parlamento (março de 1933) e iniciou um regime autoritário que recebia o nome de Ständestaat. Em resposta a crescente atividade de movimentos pró nacional-socialistas, partidários da anexão a Alemanha (Anschluss), Dollfuss proibiu o NSDAP local (junho de 1933) e o SDAPÖ (Partido Social-Democrata da Áustria) em fevereiro de 1934.

Em jullho do mesmo ano foi assassinado. Foi substituído por Kurt Schuschnigg, que seguiu opondo-se as pretensões de anexação. Em vez disso Arthur Seyß-Inquart, seu ministro de interior e sustituto como chanceler, requeria a presença alemanha que acabou em Anschluss ante o jubileu da grande maioria dos austríacos.[18]

Suíça

O Nationale Front (Frente Nacional Suíço) foi fundado em 1930, com ideologia nacionalista e antissemita. Aproveitou o modelo de democracia direta para forçar um referendo com o objetivo de emendar a constituição nesse sentido, em 1935, mas foi derrotado, e suas atividades declinaram. O Nationale Bewegung der Schweiz (Movimento Nacional da Suíça), foi fundado em 1940 e atuava como aliado das atividades alemãs no país.[19]

Europa Oriental

A indefinição e arbitrariedade das fronteiras caracteriza esta ampla região. O Tratado de Versalles dificilmente eram capazes de aplicar os 14 pontos de Wilson, que pretendiam conseguir a paz com o reconhecimento do princípio de nacionalidade: um estado para cada nação. A dissolução dos impérios multinacionais (Império Alemão, Império Russo, Império Austro-Húngaro e Império Turco) foi substituída por um conjunto de reinos e repúblicas de difícil definição e coexistência, em ausência de fronteiras naturais, e com um nível de desenvolvimento econômico e social mais atrasado que na Europa Central e Ocidental.

O nacionalismo, os líderes carismáticos e as saídas políticas autoritárias, todas elas características ou componentes do que se normalmente define como fascismo, foram muito frequentes nesta zona da Europa antes da Segunda Guerra Mundial. Um fator adicionado foi a vizinhança da União Soviética, que se via como a principal inimiga. A democracia como regime político era de implantação recente, e as sucessivas crises econômicas (a posterior a guerra e a de 1929) a submeteram a fortes tensões, que fez que em muitos países se optasse pelo fascismo. Aonde se manteve, as forças políticas e sociais se polarizaram entre as alternativas extremas: fascismo e comunismo.

Rússia

Veja mais em Fascismo russo

Antes da Revolução de 1917 funcionou um grupo denominado Centenas Negras, que poderia considerar-se como um precedente do fascismo.[20] Depois, os partidários do regime czarista ou opostos aos bolcheviques e apoiados pelas potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial formaram o Exército Branco, que chegou a controlar amplas zonas durante um curto período de tempo na Guerra Civil Russa (1918-1922). Seu programa ideológico, que se definia sobre tudo pelos círculos de imigrantes rusos (muito ativos em París e Londres), se baseava no conservadorismo (em defesa religiosa da Igreja Ortodoxa Russa), o anticomunismo e o antissemitismo. O nacionalismo também era uma característica muito evidente, sobre tudo contra o internacionalismo proletário, e se preferia nomear a seus adversários pelo nome de Komintern. No entanto, a russificação da União Soviética a partir da época de Stalin, que utilizou extensamente alguns dos instrumentos mobilizadores do nacionalismo, competiu com eficácia nessas áreas (por exemplo, ao denominar a Segunda Guerra Mundial como Grande Guerra Patriótica).[21]

Durante a guerra existiu um Movimento de Libertação Russo (Русское Освободительное Движение) e inclusive um Exército de Libertação Nacional Russo da qual foi parte fundamental foi Brigada Kaminsky que combateu sob ordens alemãs e veio para governar a República Lokot e a Autonomía Lokot (Локотскoe Самоуправление) nos óblast de Kursk e Oryol, dirigida primeiro por Konstantin Voskoboinik e depois da sua morte por Bronislav Kaminski.[22] Na Sérvia teve atividade um Corpo de Guarda Russo na Sérvia (Русский Охранный Корпус, Русский Корпус в Сербии, Russisches Schutzkorps Serbien).[23]

No período posterior o colapso da União Soviética, na Federação Russa tem aparecido movimentos e personalidades políticas nacionalistas e de extrema direita, que recuperam o antissemitismo e o nacionalismo patriótico, como Vladímir Zhirinovski e outros mais minoritários, inclusive de estética neonazi.

Romênia

Selo com o símbolo Guarda de Ferro sobre uma cruz verde relativa a uma campanha humanitária.
Símbolo da Guarda de Ferro.

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Corneliu Zelea Codreanu fundou em 24 de julho de 1927 a Legião do Arcanjo Miguel, uma organização fortemente antissemita e nacionalista, cujoslegionários vestiam camisas verdes.

Os adeptos e membros do movimento eram chamados "legionários". Em março de 1930 Codreanu formou a Guarda de Ferro, e um braço político paramilitar da Legião; este nome passou a ser aplicada a todo a Legião.

Seus membros levavam uniformes verdes (considerados símbolo de rejuvenescimento, porque seus uniformes ganharam o apelido As camisas verdes) e se saudavam entre eles com a saudação romana. O símbolo principal utilizado pela Guarda de Ferro foi uma cruz tripla, representando barras de prisão (como escudo do martírio), as vezes chamada A Cruz do Arcanjo Miguel.

O movimento atriu destacados membros da intelectualidade rumana, como Mircea Eliade. Não foi o único grupo com as mesmas características: durante os anos trinta rivalizou pela primazia na rua lutando com o movimento do Lăncieri (lanceiros), de camisas azuis, com os que frequentemente se enfrentava. Depois do assssinato de Codreanu, o líder da Guarda de Ferro passou a ser Horia Sima.

Chegou ao poder em 1940, fundando o Estado Nacional Legionario aliado ao general Ion Antonescu, aproximando-se cada vez mais da Alemanha de Hitler, a partir do qual a Romênia foi aliada durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois da derrota das potências do Eixo, România passou a ser uma república comunista.[24]

Bulgária

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A personalidade mais perto ao fascismo dos políticos búlgaros foi Alejandro Tsankov, que controlou um regime autoritário desde 1923 até 1934, em que foi deslocado do poder pelo Zveno (Звено, um movimento conservador e nacionalista, com presença no exército e partidário do corporativismo), por sua vez derrocado em 1935 pelo própio rei Boris III, que iniciou um governo pessoal autocrático assistido pelo primeiro ministro Georgi Kyoseivanov, que associou a Bulgária as potências do Eixo, alcançado algumas reivindicações territoriais irredentistas, embora evitou declarar a guerra a União Soviética.

Morreu em 1943 em circunstâncias pouco claras, ocupando a regência Kyril da Bulgária, que foi deposto em 1944 por una coalizão de partidos dominada pelos comunistas, mas que incluia o próprio Zveno. Entretanto Tsankov havia acentuado sua identificação com o nacional-socialismo alemão, que imitou através de um pequeno partido denominado Movimento Social Nacional (1932), associado com outros como a União Nacional de Legiões Búlgaras (Съюз на Българските Национални Легиони, 1933) de Hristo Nikolov. Nos últimos anos da guerra (1944) chegou a presidir um governo búlgaro no exílio na Alemanha.[25]

Ucrânia

Veja mais em Organização dos Nacionalistas Ucranianos

Grécia

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Na Grécia, o General Ioannis Metaxas estabeleceu um regime de caráter fascista em 4 de agosto de 1936. O regime de 4 de agosto ou Terceira Civilização Helênica (paráfrases do III Reich) se designa habitualmente como o Fascismo Grego. Tinha muitos paralelos com o fascismo alemão e italiano: patriotismo, saudação romana, intervencionismo, doutrina racista, respeito pelas glórias passadas do país, símbolo clássico (ele escolheu o labrys ou machado da dupla lâmina), organização juvenil (Ethniki Organosi Neolaias —Organização Nacional de Juventudes, EON—); embora algumas características próprias o distânciam. A posição internacional da Grécia, aliada a Inglaterra e oposta ao expansionismo italiano nos Bálcãs, provocaram a Guerra Greco-Italiana de 1941 em que os gregos resistiram inicialmente com êxito: um caso peculiar de enfrentamento de dois fascismos.

A morte de Metaxás e a vitória alemã depois das duras batalhas da Operação Marita iniciou um periodo de ocupação. Se criaram organizações de corte nacionalsocialista e antissemita, como o EEE (Ethniki Enosis Ellas), o EKK (Ethnikon Kyriarchon Kratos), o Partido Nacional Socialista Grego (Elliniko Ethnikososialistiko Komma, EEK) liderado por George S. Mercouris, a ESPO (Organização Patriótica Helênica Socialista) e a Sidira Eirini (Paz de Ferro). Os alemães confiaram a administração a governos colaboracionistas locais, presididos por Georgios Tsolakoglou, Konstantinos Logothetopoulos e Ioannis Rallis, que chegou a criar os Tágmata Asfalías (Batalhões de Segurança) para opor-se à guerrilha comunista de Ellinikos Laïkos Apeleftherotikos Stratos (ELAS), que se estava fazendo muito ativa, com o que o final da guerra mundial se converteu para Grécia em uma Guerra Civil greega.[26]

Hungria

Bandeira do Partido da Cruz Flechada

Veja mais em Movimento Hungarista e Partido da Cruz Flechada

Depois dos violentos anos posteriores a Primeira Guerra Mundial que dissolveu o Império Áustria-Hungria, que inclui uma curta revolução comunista (República Soviética da Hungria encabeçada pelo assassino marxista Béla Kun) no meio de uma guerra civil e intervenção militar romana, o Reino da Hungria (1920 - 1945) que estava sob a regência de Miklós Horthy. Se instaurou un regime autoritário e com marcado caráter nacionalista, anticomunista e antissemita, que se aliou as potências do Eixo ao começar a Segunda Guerra Mundial.

Com um carácter mais inequívocamente fascista, Ferenc Szálasi fundou em 1935 o Partido da Vontade Nacional, mas foi ilegalizado dois anos mais tarde por seu radicalismo violento. Teve suas origens na filosofía política dos extremistas pró-alemães como Gyula Gombos, que cunhou o termo nacional-socialismo nos anos vinte,[27] e que havia chegado a ser primeiro ministro com Horthy. Unificado com outros partidos similares, como o Partido Nacional Socialista de Trabalhadores e Camponeses Húngaros (fundado em 1933 e que se conhecia como camisas verdes), o partido foi reconstituido em 1939 com o nome de Partido da Cruz Flechada ou Movimento Hungarista (Nyilaskeresztes Párt – Hungarista Mozgalom) sob o modelo explícito do NSDAP alemão. Sua iconografia estava claramente inspirada na dos nacional-socialistas: o emblema da Cruz flechada era um antigo símbolo tribal magiar que representava a pureza racial dos húngaros de modo similar a como a suástica tinha feito o próprio para a raça ariana. Governo Hungría desde 15 de outubro de 1944 até janeiro de 1945. Depois da guerra, Szálasi e outros líderes do partido foram julgados como criminosos de guerra pelos tribunais comunistas húngaros, condenados a morte e assassinados.

Croácia

Veja mais em Ustaše ou Estado Independente da Croácia

Retrato de Ante Pavelic, emoldurado pelo U que se utilizava como símbolo do movimento Ustaše. Todo ele sobre uma cruz, que também se incorporava frequentemente em sua simbologia.

A decomposição do Império Austro-Húngaro e a necessidade de reconocimento a Sérvia, levou aos vencedores da Primeira Guerra Mundial a criação em 1918 de um Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, chamado Reino da Iugoslávia (Eslavia do Sul) desde 1929. A relutância dos croatas ante os sérvios, encontraram um palestrante no jornal Hrvatski Domobran (Exército Croata) do Movimento Juvenil Croata, de Branimir Jelić e Ante Pavelić. O fechamento do jornal e da proibição de todos os partidos nacionalistas em 1929 radicalizaram o grupo, que se exilou na Bulgária e exigiu a independência em uma declaração conjunta com nacionalistas macedônios. Desde 1932 iniciaram ações militares, com a denominação Ustaše (insurgente, rebelde, que se aplicaca a Rebelião Herzegovina de 1875).

A ocupação do Eixo em 1941 (Alemanha pelo norte e Itália pelo sul) permitiu a proclamação da independência do Estado Independente da Croácia, sob a direção do poglavnik (caudillo, duce ou führer) Ante Pavelić, con o Ustaše como partido único, e inclusive um rei nominal pertencente a um ramo lateral da casa de Saboia (Roberto, rebatizado com o nome de Tomislav II da Croácia, pelo primeiro rei croata, do século X), que não chegou a andar no seu território. A Ustaše se destacou pela intensidade do colaboracionismo com o Terceiro Reich. Se formou a Hrvatska Legija (Legião Croata) que combateu junto aos alemães na frente russo, embora os principais inimigos militares do estado croata foram os guerrilheiros sérvios controlados por comunistas. Sua relação con os Chetniks (guerrilha monárquica, anticomunista e ultranacionalista sérvia) foi mais ambígua.[28]

Os Ustaše se dispersaram ao final da guerra, que trouxe a formação da Iugoslávia de Tito. Milhares deles se refugiaram na Argentina, como o próprio Pavelić, que se tornou conselheiro de segurança de Juan Domingo Perón.[29]

Sérvia

Veja mais em Governo de Salvação Nacional Sérvio

República Checa

Veja mais em Comunidade Nacional Fascista Checa

Eslováquia

Veja mais em República Eslovaca Independente e Protetorado da Boêmia e Morávia

La incorporação dos Sudetos a Alemanha e a posterior participação de Checoslováquia tornou muito diferente a presença política de fascistas ou nacionalistas locais no protetorado da Boêmia e Morávia e na República Eslovaca (1939-1945), mais parecida com a ideologia do III Reich, na que os simpatizantes nacional-socialistas locais governavam dirigidos pelo sacerdote católico Jozef Tiso e o Hlinka (Unidade Nacional) ou Partido do Povo Eslovaco, que desde 1939 era o único legal, junto com o Deutsche Partei (Partido Alemão, para os alemães radicados na Eslováquia) e o Partido Húngaro Unificado (para os húngaros). Dentro do partido, o Presidente Tiso representava a tendência mais moderada, de modelo conservadorismo clerical católico, enquanto que o Primeiro Ministro Vojtech Tuka e o Ministro do Interior Alexander Mach representavam a tendência mais similar ao fascismo e ao nacional-socialismo.[30]

Finlândia

Emblema do Lapuan liike.

O Lapuan liike (Movimiento Lapua) fundado em 1929, foi um partido político de modelo nacionalismo e anticomunismo, herdeiro dos Guardas Brancos da guerra civil finlandesa de 1918 e que foi radicalizando-se até adquirir um claro caráter fascista.

Seus líderes vieram da cidade de Lapua (Vihtori Kosola e o general Kurt Martti Wallenius). Tentou um golpe de estado em 1932 (a rebelião Mäntsälä), depois que foi proibido. Se reorganizou um novo partido denominado Isänmaallinen kansanliike (Movimento Patriótico do Povo, IKL), que acrescentou o carácter integrista religioso do movimento Herännäisyys da região de Ostrobotnia. Incorporou a simbologia fascista dos camisas negras e organizou um movimento juvenil (Sinimustat, liderado por Elias Simojoki, um sacerdote de forte carisma). Se apresentou nas eleições de 1933 em aliança com o partido conservador, e solitário em 1936 e 1939, sem alcançar o poder. Em 1938 se iniciou un procedimento para sua ilegalização, não concedida pelos tribunais.

Após momentos críticos após o pacto Pacto Molotov-Ribbentrop (a Guerra de Inverno e a Paz de Moscou, 1939–1940), Finlândia se apoio na Alemanha para garantir sua independência contra a União Soviética (Guerra de Continuação), de modo que se viu conveniente incluir o ILK no govierno de concentração nacional de 1941. Pelo contrário, não fez o mesmo em 1943 (as circunstâncias bélicas haviam mudado). A petição da União Soviética, o ILK foi proibido quatro días antes do armistício que pôs fim à guerra (19 de setembro de 1944).

Estônia

A Eesti Vabadussõjalaste Keskliit (Unión de participantes na guerra de independência de Estônia, abreviadamente Vapsid e seus membros vaps), dirigida por Andres Larka e Artur Sirk, nasceu em 1929 como uma associação de ex-combatentes e se foi convertendo em um movimento político nacionalista e antiparlamentário que utilizava un enquadramento paramilitar e uniforme com boina negra. Depois de algumas intervenções políticas, no referendo de 1933, foi prohibida como consequência da declaração de um estado de emergência. Se reconstituiu, acentuando suas características radicais, e foi definitivamente dissolvido em 1935.[31]

Letônia

Existiram alguns movimentos nacionalistas na Letônia nos anos 1930, caracterizados pelo antissemitismo, o anticomunismo e o desejo de uma pureza étnica letão. A Ugunskrusts (Cruz de Fogo, 1932), de Gustavs Celmins, foi em seguida ilegalizada, mas reapareceu como a Pērkonkrusts (Cruz de Trovão). Seu símbolo era equivalente a suástica e seus membros levavam um uniforme paramilitar de camisa cinza e boina negra. Foram novamente dissolvidos e seu líder preso depois do estabelecimento de um regime autoritário pelo presidente Karlis Ulmanis. Mais tarde, durante a ocupação alemãe, Celmins e alguns membros da Cruz de Trovão colaboraram com o Terceiro Reich (o denominado Comando Arajs, de Viktor Arajs). Desaparecido o movimento sob a União Soviética, a queda desta (1990) reapareceu com um programa de Letônia para os letões mais radical que o do governo independentista, e uma tentativa de explodir o monumento aos soviéticos que ocuparam Riga. A maior parte de seus dirigentes foram detidos e condenados a penas menores.[32]

Lituânia

O movimento fascista lituano, denominado Geležinis Vilkas (Lobo de Ferro), se formou em 1927 e foi liderado por Augustinas Voldemaras. Ele tinha uma seção chamada (Tautininkai), que se empenhava contra seus inimigos políticos. Foi proibido em 1930 e em 1934 tentou um golpe de estado contra o presidente Antanas Smetona, de tendência autoritária e anteriormente presidente honorário desse mesmo movimento. Em 1938 Voldemaras se exilou. Durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial, muitos de seus dirigentes colaboraram com eles.[33] Um movimento nacionalista, anticomunista e antissemita denominado Lietuvos Aktyvistų Frontas (Frente Ativista Lituano, LAF), que chegou a formar um govierno provisório em 1941, não obteve o reconhecimento alemão e se autodissolveu.[34]

Polônia

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Um movimento de características similares ao fascismo, denominado Endecja (acrônimo de Narodowa Demokracja ou Democracia Nacional), dirigido por Roman Dmowski, foi decididamente reprimido pelo govierno ditatorial de Józef Piłsudski pertencente ao Partido Socialista da Polônia.[35]Alemanha instaurou na Polônia um Governo General.

Noroeste da Europa

Suécia

O Nationalsocialistiska Arbetarpartiet (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Suécia) se formou em 1933 por Sven Olof Lindholm como separação de um anterior Partido Nacional Socialista. Sua seção juvenil se chamava Nordisk Ungdom (Juventude Nórdica) Inicialmente funcionou igual o NSDAP alemão, identificando-se em princípio mais bem com as ideias de Otto Strasser. Se foi distanciando paulatinamente de suas conexões alemães, adotando desde 1938 um emblema diferente (o Vasakärven ou feixe de trigo emblema dos Vasa) e mudou seu nome para Svensk Socialistisk Samling (Unidade Socialista Sueca). Durante a Segunda Guerra Mundial, em que Suécia foi neutra, decaiu sua atividade, até sua dissolução em 1945.[36]

Dinamarca

O Danmarks Nationalsocialistiske Arbejderparti (Partido Nacional Socialista da Dinamarca, DNSA), fundado em 16 de novembro de 1930, imitou atitudes e ideologia do NSDAP alemão. Foi liderado inicialmente por Cay Lembcke, e lá não passou de ter algumas centenas de seguidores nas eleições de 1932. A partir de 1933 foi substituído por Frits Clausen, que concentrou a atividade do partido em sua região (Schleswig Norte).

Como a Campanha alemãe da Dinamarca durante a Segunda Guerra Mundial não alterou o sistema político local, nem sequer chegou posteriormente a formar parte do govierno de concentração, com presença de todos os partidos exceto o comunista. Em 29 de agosto de 1943 se dissolveu o governo, declarando a lei marcial. O DNSA se dissolveu em mayo de 1945, ao terminar a guerra.[37]

Bélgica

Bandeira rexista
Bandera do VNV

Veja mais em Rexismo

Léon Degrelle, impressionado pelo grito dos contrarrevolucionários mexicanos na guerra cristera (Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe), fundou na sua volta a Bélgica, em 1930, o movimento Cristus rex ou rexismo, que se extendeu sobre tudo em ambientes nacionalistas e ultraconservadores católicos da zona francofonia (Valonia). Entre seus líderes estavam José Streel, Louis Collard e Victor Mathys.[38]

Na zona neerlandofonia (Flandes) se criou simultâneamente a Vlaamsch Nationaal Verbond (União Nacional Flamenca, VNV), fundada por Staf de Clerq em 1933. Seu lema era Autoridade, disciplina e "Dietsland", sendo este o nombre que proporam dar ao estado pan-neerlandês a criar, excluindo a zona de Valonia.[39]

O rexismo se apresentou nas eleições a partir de 1936, obtendo modestos resultados. Tanto este como o VNV foram acentuando suas tendências nacionais-socialistas (anticomunismo, antissemitismo, admiração por Hitler). Com a ocupação, se converteram na articulação do colaboracionismo, formando inclusive duas unidades militares que atuaram na guerra: a Divisão SS Valoniaey a Legião Flandes.

Os primeiros livros da série de quadrinhos As Aventuras de Tintim podem ser qualificadas de anticomunismo ou racismo devido a proximidade ao rexismo de seu autor (Hergé).[40]

Holanda

Bandeira do NSB

O Nationaal-Socialistische Beweging in Nederland (Movimento Nacional-Socialista nos Países Baixos, NSB) foi um partido político fascista, que se foi desenvolvendo durante os anos 1930 e se converteu no único partido legal durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Seus fundadores foram Anton Mussert, que chegou a ser o líder, e Cornelis van Geelkerken. Baseava seu programa no fascismo italiano e no nacional-socialismo alemão, enquanto até 1936 não se havia declarado antissemita.[41]

Noruega

Emblema do Nasjonal Samling, que incluiu abaixo o anagrama do nome de seu líder, Vidkun Quisling.

Vidkun Quisling, líder do Nasjonal Samling (União Nacional, fundado em 1933), inicialmente de tendência conservadora e religiosa e que havia sido anteriormente ministro com o partido agrário, se apresentou nas eleições com poucos resultados. Ela evoluiu para posições semelhantes com o nacional-socialismo a partir de 1935, embora ele não se tornou um partido minoritário. Depois da campanha alemã na Noruega, estes preferiram estabelecer um governo militar, enquanto que a familia real se refugiava na Inglaterra, onde se constituiu um governo no exílio. Desde 1942 Quisling se incorporou ao governo da Noruega como ministro, e em 1943 alcançou a hierarquia máxima de dirigente. O nombre de Quisling passou a ser sinônimo de Colaboracionismo termo que se usaria, posteriormente, pelos seguidores da história oficial e pela propaganda dos aliados, como epíteto pejorativo.

França

Veja mais em Nacionalismo e extrema direita na França

O nacionalismo e a extrema direita na França tinham uma prolongada tradição, que se remonta a restauração monárquica de 1814, e se havia visto alimentada desde 1871 com o medo da revolução proletária (experiência da Comuna de Paris) e o revanchismo pela derrota na Guerra Franco-prussiana (que incluia o irredentismo pela perda de Alsácia-Lorena). A adição de anti-semitismo do caso Dreyfus, ser concluída em certos círculos sociais, políticos e intelectuais, uma amalgama ideológica que pode considerar-se como um claro precedente do fascismo. Este ambiente encontrou sua expressão em grupos como a Action Française, criada em 1898 por Maurice Pujo e Henri Vaugeois, e manteve-se como uma referência do nacionalismo francês, sob a liderança de Charles Maurras. Sua forte personalidade foi determinante para centrar os elementos da reivindicação da personalidade tradicional francesa na monarquia e no catolicismo e empurrar o ativismo de rua para a seção juvenil chamado Camelots du roi.

Este grupo foi o principal, mas não o único: Croix-de-feu (Cruz de fogo) de François De La Rocque, Jeunesses Patriotes (Jovens Patriotas) de Pierre Taittinger, Le Faisceau (o Fascio) de Georges Valois, o Parti franciste (Partido ou Movimento francista) de Marcel Bucard, conhecido por Chemises bleues (camisas azuis) financiado pelo fascismo italiano, e a Solidarité Française (Solidaridade Francesa) de François Coty, mais próxima ao nacional-socialismo alemão, que também usava camisas azuis e se distinguia por suas boinas negras. O mais radical foi La Cagoule ou Comité secret d'action révolutionnaire (Comitê secreto de ação revolucionária) de Eugène Deloncle, fundado em 1935. Infiltrado pela polícia, muitos membros foram detidos em 1937. Muitos dos outros movimentos foram dissolvidos por uma lei adotada durante o governo do judeu e marxista Léon Blum (Frente Popular da França) em junho de 1936.[42]

Durante o periodo da Primeira e Segunda Guerra Mundial, em que a vida política da França se viu submetida a alternâncias políticas oscilavam entre o Bloco Nacional e o Cartel das Esquerdas, em algum momento se pensou que a radicalização das posturas conduziria a uma saída similar ao fascismo, sobre tudo desde os émeute sanglante (uma manifestação de ex-combatentes que terminou em violência em 6 de fevereiro de 1934). Muitos franceses tomaram partido durante a Guerra Civil Espanhola, tanto pelo Bando nacional como pelo Bando republicano.[43]

Bandeira do Estado Francês ou França de Vichy, que adicionava à tricolor republicano uma machado da dupla lâmina muito parecida as fasces

Regime de Vichy

Veja mais em Regime de Vichy

Após a derrota militar francesa durante a Segunda Guerra Mundial (Batalha da França) chegaram ao poder as forças políticas mais próximas do fascismo. O território foi dividido em duas zonas: a primeira diretamente ocupada pelo exército alemão, o norte e o oeste, onde se organizou alguma organização para enquadrar aos franceses mais afins ideológicamente (Mouvement social révolutionnaire —Movimento social revolucionário— fundado em Paris em 1940 por Eugène Deloncle); e a segunda, o centro e sul, que se confiou o marechal Philippe Pétain; enquanto que as colônias se dividiram pelo controle alemão ou juntar-se a chamada França Livre organizada em Londres por Charles De Gaulle.

Pétain em sua zona, chamada França de Vichy organizou um État Français (Estado Francés) sob o lema de Travail, famille, patrie (Trabalho, Família, Pátria). É discutível sua classificação como regime puramente autoritário, dada a presença nesta denominada Révolution Nationale de elementos muito diversos, que sob abordagens retóricas comuns, não ocultavam sua personalidade diferenciada: desde os claramente fascistas (o Parti Populaire Français -Partido Popular Francês, PPF-de Jacques Doriot e o Rassemblement national populaire —União nacional popular— de Marcel Déat), passando pelos clássicos (Action Française), até os reformadores possibilistas (tecnocratas, planistas —partidários da planificação econômica—, personalistas democrata-cristãos, os denominados não-conformistas dos anos 30, a École des cadres d'Uriage, René Belin —o redator da Charte du Travail—), como ocorria simultâneamente na Espanha com as chamadas famílias do franquismo.

Houve até uma unidade militar francesa que foi enviada para frente russo, a semelhança da Divisão Azul espanhola (a Légion des volontaires français contre le bolchévisme —Legião dos voluntários franceses contra o bolchevismo—),[44] para não mencionar a famosa Divisão Charlemagne que terminou combatendo na recordada defesa de Berlim.

Península ibérica

Espanha e Portugal se caraterizavam por um certo isolamento. Nos anos 1920 se instauraram regimes autoritários (António de Oliveira Salazar e o general Miguel Primo de Rivera) que não ocultavam os paralelos com o fascismo italiano. O caso espanhol teve oscilações violentas, com a Segunda República Espanhola e a Guerra Civil Espanhola.

A sobrevivência dos dois regimes fascistas ibéricos pode explicar também em parte por seu relativo isolamento da cena europeia e seu oportunismo e capacidade de transformação. Foi decisiva sua neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial, que permitiu a manutenção de ambos até meados dos anos setenta.

Espanha

Bandeira de Falange

Veja mais em Falange Espanhola e Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista

O denominado desastre de 1898 significou para Espanha uma frustração nacional equivalente a guerra franco-prussiana para França ou a Primeira Guerra Mundial para Alemanha e Itália. A crise do sistema político da Restauração, um liberalismo controlado pela oligarquia e o caciquismo, se prolongou em meio de crises periódicas (Semana Trágica espanhola de 1909, Crise de 1917, Desastre de Anual de 1921) até que o exército, com uma trajetória secular de intervenção na vida política, impôs o cirurgião de ferro demandado por regeneracionistas com o governo de Miguel Primo de Rivera (1923-1930). As soluções corporativistas e a rejeição por parte das instituições parlamentares se assemelham ao contemporâneo fascismo italiano, mas não se pretendeu criar um estado totalitário e a decisão de instaurar algo semelhante a um partido único (a União Patriótica, 1925) não chegou a passar de uma tímida tentativa. A Organização Corporativa Nacional contou inclusive com a colaboração do sindicato socialista UGT.

Durante o governo de Primo de Rivera, Ernesto Giménez Caballero começou a difundir a ideologia fascista. Admirador de Mussolini, havia visitado Itália em 1928. A sua volta propagou o que é chamado a "latinidade" militante. Admirava Roma como a capital da religião e do fascismo.[45] Mas foi Ramiro Ledesma Ramos, que trabalhou na Gazeta literária que editava Giménez Caballero, que um mês antes de proclamar-se a Segunda República Espanhola fundou a revista A Conquista do Estado inspirada em sua homônima italiana La conquista dello Stato, como diz ele, a inspiração para o fascismo espanhol.

"O día 14 de março de 1931, justamente um mês antes de proclamar-se a república, começou a publicar um semanário político. A conquista do Estado, cujos números são todos os germes, idéias e palavras de ordem, em seguida, mais tarde, deram vida e nome as organizações e partidos de tendência fascista que hoje conhecemos."
- (R. Ledesma Fascismo na Espanha?)[46]


Em seu terceiro número reivindicava "impor violentamente a sua política". A próxima edição, que saiu em 4 de abril, foi removido pela polícia.[47]

A marxista Segunda República Espanhola (1931) chegou em meio de uma intensificação da luta de classes e do resto das contradições acumuladas. Em 4 de junho A conquista de Ramiro Ledesma Ramos saiu com a proclamação: "¡Viva a Itália fascista! ¡Viva a Rússia soviética! ¡Viva a Alemanha de Hitler! ¡Viva a Espanha que queremos! ¡Abaixo as democracias burguesas e parlamentares!".[48]

Ramiro Ledesma, fundou em 1931 as Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista junto a Onésimo Redondo, primeira organização política espanhola de categórico cunho fascista. As JONS aspiravam desenvolver um nacionalismo revolucionário de tipo fascista que pudesse competir com a esquerda entre as classes baixas.[49] Este grupo se caracterizava por seu nacionalismo radical (contra as autonomias regionais), a defesa do catolicismo (para Ledesma e Onésimo Redondo a religião era o que para o nacional-socialismo o sangue ariano[50]) e o anticomunismo (que se expressava contra o movimento trabalhador anarquista e socialista, dado o reduzido tamanho do Partido Comunista da Espanha).

Mais adiante surgiria a Falange Espanhola fundada por José Antonio Primo de Rivera. José Antonio, se interessava profundamente por algo bastante parecido ao fascismo (de cunho italiano) como veículo capaz de dar forma e conteúdo ideológico ao regime autoritário nacional proclamado, com tanta insegurança, como pouco êxito por seu pai. [...] José Antonio não se mostrou a princípio oposto em utilizar a etiqueta do "fascista".[51] Segundo Payne, a Falange não se diferenciava em nenhum aspecto significativo com o partido de Mussolini. Chegando em casos a utilizar sua mesma retórica.[52] Nesse ambiente se imitaram e adaptaram os lemas e símbolos fascistas (saudação romana, camisa azul, jugo e flechas, etc.).

Em fevereiro de 1934 A Falange de José Antonio se fundiu com as JONS de Onésimo Redondo e Ramiro Ledesma Ramos formando a FE das JONS. O entussiasmo deste último por Hitler, sua oratória e sua incontestável tendência aos procedimentos converteram as Juntas de Ofensiva Nacional–Sindicalista por ele fundadas no setor mais radical da Falange.

Algumas outras tentativas permaneceram no projeto, como Partido Trabalhista de Eduardo Aunós. Outros partidos de posturas nacionalistas tiveram componentes mais tradicionais (conservadorismo, clericalismo, monarquismo e tradicionalismo): o Partido Nacionalista Espanhol de José María Albiñana, Tradição e Renovação Espanhola e o Bloco Nacional de José Calvo Sotelo. Embora a maior parte da direita teve uma posição mais possibilista, representada pela Confederação Espanhola de Direitos Autónomos (CEDA) de José María Gil-Robles, suas juventudes atuavam como um grupo de disciplina quase paramilitar (Juventudes de Ação Popular, JAP, de Ramón Ruiz Alonso).[53]

Franquismo Veja mais em Franquismo

A Guerra Civil Espanhola representava para o Bando Nacional a unificação de todos os partidos políticos em um único Movimento Nacional (Falange Espanhola Tradicionalista e das Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista), que pretendia converter-se em o único canal de participação na vida pública e enquadrar todos os aspectos da sociedade (Frente de Juventudes, Seção Feminina, Educação e Descanso) e da economia, em um sistema corporativo (sindicato vertical). No político, definir o regime de Franco como fascista cria grandes resistências na Espanha uma vez que tal termo tem mais rejeição do que o termo franquista. Talvez outros adjetivos como fascismo rural, fascismo clerical,[54]) ou como um regime autoritário simples, com algumas conotações fascistas. Para outros, não é um fascismo puro, mas um regime típicamente reacionário, que adotou oportunistamente em seu início uma fachada hitleriana-mussoliana.[55]

Possívelmente a razão principal de sua prolongada existência no tempo foi a visão pragmática de Francisco Franco tanto feita no exterior como no interior. Suas relações internacionais passaram da aliança com o Eixo durante a Guerra Civil Espanhola, a neutralidade na primeira fase da Segunda Guerra Mundial. A invasão da Rússia provocou o recrutamento de uma Divisão Azul que se reuniu em frente russo com outras similares dos países afins ao Terceiro Reich. A derrota da Alemanha levou ao isolamento internacional, enquanto recebidos na Espanha muitos dos líderes fascistas que fugiram de seus países (Degrelle, Ante Pavelic, Otto Skorzeny, Hauke Pattist. Depois de um duríssimo pós-guerra autarquia e nacionalcatolicismo, o franquismo soube aproveitar a oportunidade que lhe oferecia a Guerra Fria para superar seu isolamento mediante a aliança com os Estados Unidos desde 1953.

Não se admitia oposição interna, mas se administravam salomônicamente cotas de poder entre os diferentes grupos que apoiavam o regime (azuis ou falangistas, militares, carlistas, católicos, etc). Nos textos legais e as proclamações políticas, a autodefinição de seu regime evolucioonu de ser um Estado autoritário nos anos trinta (Foro do Trabalho de 1938, de clara inspiração fascista italiana) a um impreciso Reino nos anos quarenta (Lei de Sucessão ao Chefe de Estado de 1947) e uma Democracia Orgánica nos anos sessenta (Lei Orgânica do Estado de 1967).

Portugal

A revolução de 28 de maio de 1926, amplamente apoiada por setores civis, instaurou um regime autoritário militar, que desde 1932 foi governado por António de Oliveira Salazar, um professor universitário. No ano seguinte se aprovou uma Constituição que concentrava o poder na figura do presidente, mantendo as eleições e bicameralismo. O período de quarenta anos posterior recebe o nome de Estado Novo. A similaridade com o fascismo se marcou com mecanismos de enquadramento social, como a Mocidade portuguesa (para a juventude), e a Legião Portuguesa (organização paramilitar, que foi a única parte do regime salazarista que adotou e defendeu abertamente as intenções de Hitler para Europa), frente a uma postura oficial neutral ou favorável aos aliados. Também se imitaram mecanismos próprios do corporativismo econômico e social italiano. Um partido rival, com características similares ao fascismo, denominado Movimento Nacional-Sindicalista de Portugal (MNS) de Francisco Rolão Preto, conhecido como Camisas azuis (camisas azuis), manteve uma relação confictiva com Salazar, que acabou dissolvendo-lo; o que conduziu a uma revolta reprimida (10 de setembro de 1935). Preto se exilou e a maior parte dos nacional-sindicalistas se integraram na União Nacional, que desde 1934 era o único partido que se apresentava nas eleições.[56]

O apoio discreto ao Bando Nacional na Guerra Civil Espanhola deu oportunidade a Salazar para a manutenção de uma aliança estratégica com o governo de Francisco Franco, que se denominou Pacto Ibérico (1942).[57]

Países anglo-saxões

Não foram ocupados durante a guerra. A presença de movimentos fascistas teve relativa importância.

Reino Unido

Bandeira da União Britânica de Fascistas

Veja mais em União Britânica de Fascistas

A União Britânica de Fascistas foi criada em 1932. Manteve atividades violentas contra judeus, sindicalistas e comunistas. Sua seção de ativistas se conhecia como blackshirts (camisas negras) a imitação dos fascistas italianos, e foi proibida em 1936. O partido inteiro foi ilegalizado em 1940, e seu líder, Oswald Mosley, foi preso durante todo o período da Segunda Guerra Mundial.[58]

Irlanda

Veja mais em Brigada Irlandesa e Camisas azuis

Bandeira dos Blueshirts

Os Blueshirts (camisas azuis) do Army Comrades Association (ACA), mais tarde denominados National Guard (Guarda Nacional (Irlanda)) foram um movimento similar ao fascismo, composto por veteranos do movimento independentista (Irish Republican ArmyIRA—, Exército Republicano Irlandês) liderados pelp general Eoin O'Duffy. Foi fundado vários anos depois da independência, em 1932, e manteve enfrentamentos com outras organizações do movimento nacionalista irlandês. O predomínio ideológico do nacionalismo recentemente triunfante e um catolicismo fortemente integrista caracterizaram a vida política e social da Irlanda entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Durante a Segunda Guerra Mundial Irlanda se manteve neutra.[59]

Austrália

A New Guard foi uma organização fascista durante a década de 1930, e tentou derrubar o primeiro ministro da Nova Gales do Sul. Teve membros em distintas partes da Austrália, mas seus sócios e a base de apoio predominantes estavam em Nova Gales do Sul e em sua capital, Sydney.[60]

Canadá

O Parti national social chrétien, Canadian National Socialist Unity Party ou Christian National Socialist Party (Partido Nacional Socialista Cristão), fundado por Adrien Arcand em 1934, tinha uma seção denominada Blueshirts (camisas azuis) dedicada a luta de rua contra os esquerdistas, imigrantes e membros de grupos raciais minoritários. Seu programa ultranacionalista era pan-canadense, de integração da comunidade da Francofonia e a Anglófona. Também incorporavam o antissemitismo e a admiração por Hitler e o nacional-socialismo. Alcançaram alguma representação eleitoral e uma militância de alguns milhares de membros, sobre tudo na zona de Quebec, Alberta e Colúmbia Britânica. Foram proibidos em 1940, como outros grupos menores: aa Canadian Union of Fascists (União Canadense de Fascistas, vinculados ao grupo britânico de Oswald Mosley) e o Canadian Nationalist Party. Arcand tentou novamente a unificação destas correntes sob o nome de National Unity Party (Partido da Unidade Nacional) em 1949, com pouco êxito eleitoral.

Estados Unidos

Manifestação do German American Bund em Nova Iorque, 30 de outubro de 1939.

Existiram grupos fascistas durante a década de 1930. Por exemplo, a Silver Legion (Legião de Plata) de William Dudley Pelley e o German American Bund ou German American Federation (Federação Germano-americana) de Fritz Kuhn. Ao mesmo tempo, a rádio católica acolheu o padre Charles Coughlin, que começou a mostrar simpatia para o nacional-socialismo e um forte antissemitismo. O American Nazi Party de George Lincoln Rockwell foi um combativo grupo nas décadas seguintes, que apoiava o movimento White Power (supremacismo branco) e se opôs ao crescente movimento marxista pelos direitos civis.

Ásia

Japão

Veja mais em Tohokai e Kōdōha

A ideologia japonesa que geralmente denomina-se nacionalista, expanssionista ou militarista, guarda certa relação com o fascismo, também pelo fato de que Japão formou parte das potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. Existiu nos anos 20 e 30 uma organização dentro do exército que pretendia instaurar um governo militar autoritário: a Kōdōha (Facção do Caminho Imperial), que embora nunca chegou a formar um partido político, tenha intervindo na política, e até tentou tomar o poder entre 1934 e 1936. Durante os anos da Segunda Guerra Mundial o peso do exército inclusive aumentou.[61]

Existiu um movimento intelectual ultranacionalista, o Yuzonsha, em que podem ser semelhantes com os intelectuais fascistas europeus: seus representantes seriam Ikki Kita, que evolucionou a um pensamento próximo do fascismo em Um esboço de plano para a reorganização do Japão[62] e Shūmei Ōkawa (Japão e o caminho japonês, Nihon oybi Nihonjin no michi, 1926), cujo pensamento tem sido qualificado de pan=asianismo. Ambos estavam envolvidos em tentativas de golpes de estado, sendo executado Kita e preso alguns anños Ōkawa, que continou popularizando a ideia do inevitável choque de civilizações com o Ocidente, em que Japão devia assumir o papel de libertador e protetor da Ásia.[63]

Índia

Veja mais em Governo provisório da Índia Livre e Exército Nacional Indiano

China

Veja mais em Sociedade de camisas azuis

O Kuomintang desenvolveu uma seção secreta, que atuou como uma polícia secreta e forla paramilitar, denominada de várias formas, entre elas como Sociedade de camisas azuis. Esteve sob a direção de Chiang Kai-shek e seus membros vieram inicialmente da Academia Militar Whampoa. Através dela se buscava liderar o partido Kuomintang e a própria República da China com uma certa simelhança com o fascismo europeu, que as vezes se tem qualificado de fascismo confuciano.[64] O principal ideólogo, Liu Jianqun, havia sido influenciado por leituras sobre o fascismo europeu e escreveu um panfleto intitulado Algumas Opiniões Sobre a Reforma do KMT, onde, entre outras características próprias dos movimentos fascistas, propôs o uso de camisas azuis para identificar-se. Sua influência se extendeu do sistema militar ao político, e a vida social e econômica da China dos anos 1930. O auge e queda da Sociedade de Camisas Azuis foi rápido. Em raras ocasiões se refere a possibilidade da continuação de suas atividades depois do estabecimento da República Popular da China no continente e a limitação do exercício do poder do KMT a Taiwan.[65]

Líbano

O Partido das Falanges Libanesas, conhecido como Kataeb (Falanges) foi fundado em 1936 por Pierre Gemayel, seguindo os modelos italiano e espanhol, entre os cristãos maronitas do Líbano. A dimensão ideológica do partido sempre foi menos importante que sei componente identitário religioso, que aglutina a uma comunidade nítidamente definida na sociedade libanesa, segregada entre cristãos e muçulmanos. Seu lema é Deus, Pátria e Família. Sua ideología é nacionalista, mais particularmente fenicista (pela idealização do passado fenício), contrária ao nacionalismo árabe. A situação de dependência colonial da França levou a Falange a lutar junto com os também libaneses muçulmanos sunitas.

África

África do Sul

Em 1938 foi fundado dentro da comunidade Africânder na África do Sul o Ossewabrandwag, um partido de inspiração nacionalista, com um grupo paramilitar denominado Stormjaers (Caçadores de tempestades). Durante a Segunda Guerra Mundial, na que se opõem a ajudar a Inglaterra frente a Alemanha, alguns de seus dirigentes foram presos, mas o partido nunca chegou a ser proibido. Depois de 1945, vários de seus membros passaram a ocupar postos de responsabilidade no regime do apartheid.

América Latina

O fascismo na América Latina foi característico por sua baixa influência.

Existem dois aspectos distintos: os pseudofascismos, movimentos imitadores (comumente na estética, por sua bez certas expressões de admiração, mas quase nunca se encontram semelhanças ideológicas), minoritários e frequentemente reacionários. E os parafascismos que se compartilham características básicas. Portanto seu carácter os afasta dos fascistas autênticos, poucos se constituiram como verdadeiros movimentos de massas, caso da Ação Integralista Brasileira e os Descamisados do General Peron, dos movimentos parafascistas.

Bolívia

Veja mais em Falange Socialista Boliviana

Em sua fundação em agosto de 1937, a Falange Socialista Boliviana se proclamou anti-marxista e anti-capitalista, e disse que sua ideologia se poderia resumir em três palavras: "Deus, pátria e estado", e que desejava criar um "estado novo". Ele levou a saudação com o braço estendido e se dotou de esquadrões de assalto… Durante a Segunda Guerra Mundial, se fez propaganda pública em favor da neutralidade, o que significa, dada a situação geopolítica da América Latina que esta lutava contra qualquer tipo de apoio aos aliados…

No entanto a FSB, sem dúvida inspirada pelo fascismo europeu, não era simplemente um clone, e Oscar Unzaga de la Vega teve em conta qual foi a causa da popularidade e a longevidade de seu movimento, o específico da Bolívia.

A FSB levou o Indigenismo, como método de chegar ao nacionalismo Boliviano e a revolução agrária e social.

Brasil

Veja mais em Integralismo brasileiro

Manifestação integralista no Brasil.

No Brasil houve nos anos 30 um movimento similar ao fascismo, a Ação Integralista Brasileira, AIB de Plínio Salgado, que foi primeiro reconhecido como escritor desenvolvendo um primitivo nacionalismo de coesão espiritual com bases na tradição indígena e puxou seu nome de um movimento antiparlamentário, tradicionalista e monárquico de começo do século em Portugal, o Integralismo Lusitano. Utilizava uma adaptação da simbologia fascista: camisas verdes, o símbolo sigma (Σ) que significava a união e a saudação romana com o grito Anauê! (¡Você é meu irmão!, na língua indígena tupí). Sua relação com Getúlio Vargas foi conflituosa, incluindo uma tentativa de golpe de estado em 1938, depois que se desintegrou o movimento.[66]

Chile

Veja mais em Movimiento Nacional-Socialista de Chile

Equador

Veja mais em Ação Revolucionária Nacionalista Equatoriana

Colômbia

Veja mais em Los Leopardos (Colômbia)

Na Colômbia se constituiu um grupo de mudanças sociais dos anos de 1920 (crescimento das cidades e polarização social) se expressaram intelectualmente em um grupo denominado Los Leopardos (Eliseo Arango, José Camacho Carreño, Joaquín Fidalgo Hermida, Augusto Ramírez Moreno e Silvio Villegas)[67] inspirado no monarquismo francês (Charles Maurras) que deu como resultado político uma das principais divergências dentro do conservatismo colombiano em um sentido nacionalista. O grupo buscou inspiração histórica em Simón Bolívar, principalmente em seu pensamento autárquico por parte do primeiro e o pensamento católico por parte do segundo. Entre os políticos que se podem considerar próximos ao grupo frequentemente citado para Gilberto Alzate Avendaño. A proximidade destes e outros grupos colombianos ao fascismo italiano, o nacional-socialismo alemão e ao falangismo e o franquismo espanhol (por exemplo, a Legião de Extrema Direita de Bucaramanga) suscitaram um especial temor (particularmente nos Estados Unidos) de que na Colômbia se criasse uma Quinta Coluna propensa a interesses alemães na Segunda Guerra Mundial. Como resultado se elaboraram listas negras[68] que implicavam a impossibilidade de manter relações comerciais, e se confinou em um campo de concentração em Fusagasuga[69] a um bom número de pessoas destacadas por sua ideologia filofascista, incluindo especialmente a imigrantes italianos e alemães.[70]

Costa Rica

Veja mais em Movimento Costa Rica Livre

Desde os anos trinta se gestou na Costa Rica um movimento de simpatizantes do nacional-socialismo alemão entre a nutrida comunidade de origem alemã, ao ponto que algumas fontes asseguram que Estados Unidos considerava a Argentina e Costa Rica como os países latino-americanos com maior quantidade de simpatizantes do nazismo. Se tem sinalizado a existência de figuras simpatizantes do nazismo em altos cargos do poder político nas administrações de León Cortés Castro e Rafael Ángel Calderón Guardia. Os simpatizantes do nazismo costumavam reunir-se no Clube Alemão.[71] No ano 2005 se encontrou un monumento nazi em Cartago que data dos anos trinta, construido em uma zona montanhosa de difícil acesso e sobre uma fonte aquífera.[72] Desde a declaração de guerra ao Terceiro Reich pela Costa Rica (presidente Calderón Guardia, 1941), muitos cidadãos e residentes de origem alemã e italiana foram presos e suas propriedades nacionalizadas, embora a grande maioria não tinha vínculos com o nazismo ou o fascismo. As origens doutrinárias do racismo e o de sentimento de superioridade racial europeia na Costa Rica tiveram origens anteriores.[73] Entre outros autores dos que se tem sinalizado posturas racistas se conta o destacado cientista costa-riquenho Clodomiro Picado Twight.[74]

Organizações que reivindicaram o nacionalismo, o anticomunismo e a ordem social posteriores foram o Movimento Costa Rica Livre e o Partido Nacional Socialista Costa-riquenho.

México

Veja mais em Camisas douradas e União Nacional Sinarquista

No México, sobre tudo a partir da crise econômica de 1929 que fazia para alguns coletivos menos aceitável que percebiam como uma grande pressão migratória, surgiram numerosos grupos de carácter ultranacionalista e racista (alguns particularmente antissemita, outro anti-chinês), que se conheciam como dourados ou camisas douradas. Tiveram uma presença pontual entre alguns coletivos de comerciantes. Se destacaram em enfrentamentos de rua sindicatos esquerdistas em 1935.[75]

Fascismos de pós-guerra

(Para ver os movimentos fascistas ou similares posteriores a Segunda Guerra Mundial, ver:

Vigência do conceito e suas variantes

Neofascismo

(Artigos principais: Neofascismo e Extrema direita)

O fascismo em suas expressões mais tradicionais ressurgiu nas décadas de 80 e 90 do século XX sob os noms de neofascismo e movimento neonazi, que tentam reproduzir, com maior ou menos êxito, a estética, atitudes e simbologias similares dos originais. Como movimento político de presença institucional, na Itália apareceu depois da Segunda Guerra Mundial sob a forma do partido político Movimento Sociale Italiano (Movimento Social Italiano), que com o tempo buscaria uma presença mais assumível pelo regime político democrático sob o nome de Alleanza Nazionale (Aliança Nacional) e se redefiniu como postfascista, chegando ao governo italiano (com Gianfranco Fini -que posteriormente traiu as ideias do partido-, sob a presidência de Silvio Berlusconi, em 1994).[76]

Desde finais do século XX tem aumentado as possibilidades eleitorais dos partidos que baseam sua proposta política em distintas ofertas de dureza contra a imigração e manutenção da personalidade nacional. Também da Itália, em várias democracias europeias a presença de partidos nacionalistas e de extrema direita, e personalidades com um passado nacional-socialista e fascista tem chegado a ocasionar inclusive problemas internacionais: foi o caso do escândalo pela chegada de Kurt Waldheim a presidência da Áustria (1996) e a entrada no governo do mesmo país de Freiheitliche Partei Österreichs (Partido da Liberdade da Áustria, FPÖ) de Jörg Haider em 1999. Nos Países Baixos ocorreu um caso similar com a Lijst Pim Fortuyn (Lista Pim Fortuyn, LPF) em 2002. Na França, a inesperada possibilidade de que Jean-Marie Le Pen (Front National, Frente Nacional) pudesse chegar a presidência da República, levou a uma coalizão vergonhosa do voto de todo o espectro político da esquerda a direita contra ele nas eleições de 2002.[77]

Fascismo de esquerda

O conceito, tal como foi utilizado erroneamente ou com segundas intenções, designava aos movimentos terroristas de extrema esquerda dos anos 60. Na atualidade se tem extendido seu uso, que nos Estados Unidos se fez para qualificar pejorativamente a qualquer ideologia esquerdista e nos meios afins a Israel para fazer o mesmo com os críticos a este Estado, de um modo similar ao epíteto antissemita.[78]

Fundamentalismos religiosos

O surgimento na cena internacional do fundamentalismo islâmico a partir da revolução iraniana (1979) e sua extensão a outras repúblicas islâmicas, tem posto de manifesto a possibilidade de um autoritarismo de corte religioso, que emprega técnicas que de forma errônea se tenta comparar com o fascismo. E para qualifica-lo pejorativamente se tem utilizado o epíteto de islamofascismo, embora tais movimentos ideológicos são bastante diferentes entre si. Também é habitual similarizar as semelhanças com o fascismo de movimentos denominados fundamentalismo cristão, que em algum caso se tem chegado a denominar cristofascismo.[79]

Uso extendido do epíteto fascista

(Artigo principal: Fascista (epíteto))

O epíteto "fascista" ou "facho" e outros similares, se utilizam de forma muito extendida, tanto na linguagem coloquial como de forma muito frequente em todo tipo de literatura, com fins pejorativos, até para tentar denegrir a pessoas, grupos e instituições que si mesmos não se qualificaria desta forma.

E em 1944 o termo se havia extendido tanto em seu uso que o ensaista e novelista britânico George Orwell escreveu:

"Parece que, como usado, a palavra "fascismo" é quase inteiramente sem sentido. Em conversa, é claro, é amplamente utilizado em quase na imprensa. Tenho ouvido aplicado aos agricultores, comerciantes, ao Crédito Social, o castigo corporal, a caça à raposa, touradas, o Comitê 1922, o Comitê 1941, Rudyard Kipling, Mahatma Gandhi, Chiang Kai-shek , a homossexualidade, as transmissões de rádio do britânico JB Priestley, de albergues, astrologia, mulheres, cães e a não sei o que mais."

Frases de Benito Mussolini sobre o Fascismo

(Artigo principal: Benito Mussolini: frases memoráveis)

  • "Quando se instituiu a squadristi fascista, foi assinado a sentença de morte do antigo sistema democrático."
  • "A concepção fascista do Estado é totalmente inclusiva; fora dela, não pode haver nenhum valor humano ou espiritual. Entendido isso, o fascismo é totalitário, e o Estado fascista - síntese e unidade que inclui todos os valores - interpreta, desenvolve e aumenta a vida de um povo."
  • "O fascismo é uma concepção religiosa na qual o homem é visto a partir da perspectiva de sua relação imanente com uma lei superior e com uma vontade objetiva que transcende o indivíduo particular e o eleva à adesão consciente de uma sociedade espiritual. Qualquer um que não tenha visto as políticas religiosas do regime fascista nada mais que mero oportunismo, não entendeu que o fascismo, além de ser um sistema de governo, é também, e acima de tudo, um sistema de pensamento."
  • "Só Deus pode quebrar a vontade do fascismo. Os homens e as coisas, jamais".

Referências

  1. [1] Fragmento do artigo A essência do fascismo, de Giorgio Locchi.
  2. São duas frases de distintos discursos. A primeira de 1934: Ele entra em nova formas de civilização, tanto em política como em economia. O Estado volta por seus direitos e seu prestigio como intérprete único e supremo das necessidades nacionais. O povo é o corpo do Estado, e o Estado é o espírito do povo. Na Doutrina Fascista, o povo é o Estado e o Estado é o povo (18 de março de 1934). A segunda, chamado Discurso da Ascensão, 26 de maio de 1927: Nós confirmamos solenemente nossa doutrina a respeito do Estado; confirmo não menos enérgicamente minha fórmula do discurso na Scala de Milão: Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado.
  3. Mussolini, Benito: Doutrina do fascismo, Enciclopédia Italiana, Istituto Giovanni Treccani, Roma
  4. The Doctrine of Fascism online (em inglês)
  5. Foi muito utilizado em toda Europa, o livro A Decadência do Ocidente de Oswald Spengler.
  6. Francisco Franco e José Millán-Astray, que inspiraram o Credo Legionario.
  7. Fernando Arcas Cubero O fascismo italiano, em Gran historia universal, vol.14., Madrid: Nájera-Club internacional do livro. Cita a expressão como original de Touchard
  8. Antonio Fernández, op. cit., pg.331
  9. Glossário. Primeira Guerra Mundial, em Rediris. Para conseguir sua entrada na guerra junto a Entente, se promete a Itália a anexão após o fim da guerra de territórios pertencentes ao Império Áustria-Hungria: Trento, Tirol meridional, Trieste, Ístria e parte de Dalmácia. O tratado se firmou como um pacto secreto, em 26 de abril de 1915. O vergonzoho Tratado de Versalhes não cumpriu com estas expectativas.
  10. Hobsbawm, op. cit. pg. 128
  11. O termo eugenia é utilizado pela primeira vez por Francis Galton (1883) Inquiries into Human Faculty and Its Development (Investigações sobre as facultades humanas e seu desenvolvimento).
  12. José María de Areilza y Fernando María Castiella (1941), Reivindicações de Espanha, Madrid: Instituto de Estudos Políticos, 1941.
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  15. Notícia no diário Clarín.
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