Ramiro Ledesma Ramos

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Ramiro Ledesma Ramos (* 23 Maio 1905 em Alfaraz de Sayago (Zamora), Espanha; † 9 Outubro 1936 em Aravaca (ibidem)) foi um ideólogo espanhol e fundador do falangismo, referência da corrente nacional-sindicalista representada pela JONS.

Estudos

Nascido no seio de uma família de maestros, licenciou-se pela Universidade de Madrid em Filosofia, Letras, Ciências Físicas e Matemática. Recebeu a título póstumo a licenciatura em Direito. Discípulo de Ortega y Gasset, especializou-se no estudo do filósofo Martin Heidegger e colaborou, desde muito jovem, em várias publicações culturais.

Participação Política

Articulou as bases do Nacional-Sindicalismo em Espanha, doutrina partidária da planificação económica qualificada como "sindicalismo nacional" ou "fascismo de esquerda", segundo a óptica normalmente utilizada para a sua análise. As ideias de Ledesma Ramos estão fortemente relacionadas com a linha ideológica de revolucionários heterodoxos franceses e italianos como Sorel e em alguns aspectos estéticos com o anarco-sindicalismo.

Depois da criação das "Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista" (JONS) e já como aliado de Onésimo Redondo, Ledesma Ramos inicia uma aproximação à Falange Española, que, por fusão de ambas as formações políticas, acabaria por conduzir à formação da FE de las JONS em 1934, liderada por si em conjunto com Ruiz de Alda e José Antonio Primo de Rivera. A unificação das organizações é principal responsabilidade do próprio Ledesma Ramos.

Saída das JONS

Ledesma Ramos acabou por ser expulso da formação em Janeiro de 1935. Se alguns interpretam a sua saída como consequeência do afastamento da FE de las JONS da via revolucionária proletária original, há quem defenda que o verdadeiro motivo se relacionava com o desacordo de Ledesma Ramos com a política de não-resposta violenta da organização perante numerosos ataques recebidos, principalmente por parte das Juventudes Socialistas.

Em qualquer caso, depois da sua saída, Ledesma Ramos ainda tentou reactivar as JONS como grupo independente, sem sucesso. Mesmo assim, manteve-se relativamente próximo da Falange, continuando a ajudar José Antonio Primo de Rivera a título pessoal.

Guerra Civil e Morte

Estalada a Guerra Civil Espanhola, foi imediatamente detido pela sua suposta vinculação com os nacionalistas. Acabaria por ser fuzilado por comunistas em Aravaca. Testemunhos fornecidos por companheiros de prisão garantem que Ledesma Ramos foi sujeito a torturas físicas e psicológicas. Os últimos momentos da sua vida são descritos da seguinte forma.

«Ao sair da prisão por ordem dos milicianos comunistas, Ramiro Ledesma Ramos, num gesto tão inesperado quanto destemido, lançou-se sobre um miliciano gritando “A mi no me matáis donde vosotros queráis, sinon donde yo quiera”, sendo de imediato alvejado pelos disparos dos comunistas. Ao fim desse dia o corpo de Ramiro Ledesma Ramos repousava junto de mais 109 camaradas nacionalistas fuzilados pelos rojos.» [1]

Ligações Externas