Terceiro Reich

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Großdeutsches Reich
Grande Império Alemão
Bandeira do Terceiro Reich
Escudo do Terceiro Reich
Bandeira Escudo
Lema: Ein Volk, Ein Reich, Ein Führer
(português: "Um povo, um império, um líder")
Hino nacional: Das Deutschlandlied
(Canção da Alemanha)
Gentílico: alemão

Localização de Grande Império Alemão

Localização do Terceiro Reich na Europa.
Capital Berlim
Língua oficial Alemão
Governo Nacional-Socialismo
 - Reichspräsident (Presidente) Adolf Hitler (1934 - 1945)
 - Reichskanzler (Chanceler) Adolf Hitler (1933 - 1945)
História  
 - Hitler vence as eleições 30 de janeiro de 1933 
 - Anschluss 10 de abril de 1938 
 - Morte de Hitler 30 de abril de 1945 
 - Rendição incondicional 8 de maio de 1945 
População  
 - Estimativa de 1933 65.336.000 hab. 
 - Densidade 103,1 hab./km² 
Moeda Reichsmark (ℛℳ)

O Terceiro Reich ou Alemanha Nacional-Socialista (em alemão:Großdeutsches Reich ou "Drittes Reich") é o nome que se dá ao período durante o qual vigorou na Alemanha o regime Nacional-Socialista (do fim da República de Weimar em 1933 até o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945). Sob a liderança do Führer Adolf Hitler, o Terceiro Reich foi governado pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães e a ideologia do Nacional-Socialismo.

O nome Terceiro Reich vem na sequência do Sacro Império Romano-Germânico, considerado o Primeiro Reich, e do Império Alemão (1871-1918) considerado o Segundo Reich. As denominações oficiais foram Deutsches Reich de 1933 a 1943 e Großdeutsches Reich a partir de 1943.

História

Após a Primeira Guerra Mundial em 1918 o Império Alemão teve seu fim, dando início a chamada República de Weimar. Este novo governo fraco foi marcado pelo desemprego maciço, caos político e econômico e o descontentamento social por causa das humilhações do Tratado de Versalhes (1919), o que levou a um grande apoio tanto do povo alemão quanto da alta burguesia alemã, empresários e o clero aos partidos nacionalistas. Com o país em crise, Adolf Hitler foi eleito chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933, e assumiu a presidência e o poder executivo único com a morte de Paul von Hindenburg, em 1934.

Quase imediatamente, arquitectou a dissolução do Reichstag (parlamento) após o incêndio de sua sede pelos comunistas. A Alemanha transformou-se em um estado nacionalista e autarquico, tendo sua economia alavancada por investimentos em obras civis que reduziram o desemprego. A autarquia procurava reduzir ao mínimo a dependência com o exterior, aumentando a produção de matérias-primas e produtos agrícolas indispensáveis.

Hitler então passa a ignorar o Tratado de Versalhes, que obrigava a Alemanha a se declarar a única responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial, perda de território e desmilitarização da Renânia, pagamento de reparações de guerra e restrições no campo militar (de acordo com o Tratado de Versalhes a Alemanha podia ter só 100.000 homens no exército[1]). Com isso o serviço militar passou a ser obrigatório e foi criada a Wehrmacht em 1935. Aos poucos o país foi se fortalecendo e unindo: em 1935 o Sarre retorna a fazer parte da Alemanha após um pleibiscito onde mais de 90% votaram a favor da unificação, em 1938 a Áustria se uniu com a Alemanha durante o Anschluss e em 1939 os Sudetos e Memel também passam a ser governados pelo Terceiro Reich. Tudo isto acabou gerando uma tensão com a Inglaterra e França que resultou na eclosão da Segunda Guerra Mundial. O conflito que deveria ser breve, acabou por desgastar a Alemanha e sua indústria que carecia de recursos e trabalhadores. Os intensos bombardeios estratégicos tanto contra as infraestruturas quanto contra a população civil, prejudicaram ainda mais a situação que já estava crítica devido aos tantos frontes de guerra que estava empenhada. Após a rendição incondicional no dia 8 de maio de 1945, os Aliados demonizaram o regime Nacional Socialista e seus líderes através da fabricação do Holocausto.

Economia

Uma Autobahn construída durante o Terceiro Reich (data da foto entre 1936 e 1939).

O Nacional Socialismo preocupou-se com os assuntos domésticos imediatos, e em separado com as concepções ideológicas da economia internacional. A política econômica doméstica concentrou-se em três objetivos principais:

  • Eliminação do desemprego
  • Eliminação da hiperinflação
  • Expansão da produção de bens de consumo fortalecendo as classes média e baixa

Todos estes objetivos pretendiam contrariar aquilo que era visto como os defeitos da República de Weimar e para solidificar o apoio doméstico ao partido. É inegável o sucesso do Nacional Socialismo nestas áreas. Entre 1933 e 1936 o PIB alemão cresceu a uma taxa média anual de 9,5%, e a taxa de crescimento da indústria foi de 17,2%. O NSDAP estimulou a indústria privada através de subsídios e descontos de impostos. Este crescimento empurrou a economia alemã para fora de uma profunda depressão e para o pleno emprego em menos de quatro anos. O consumo público durante o mesmo período aumentou 18,7%, enquanto que o consumo privado aumentou 3,6% anualmente.

O desemprego (que Hitler havia prometido acabar em quatro anos), que era de de 33% (6 milhões) foi reduzido para 6,5% nos primeiros meses de 1937. No início de 1938 os desempregados eram 507.000 ou 2,7% enquanto no início de 1939 o número de desempregados era quase irrelevante. Deve ser considerado também o aumento da força de trabalho entre 1933 e 1939 que passou dos 18 milhões para 20,5 milhões. Ao mesmo tempo, a renda da população aumentou em 22% entre 1933 e 1938 enquanto o custo de vida aumentou em apenas 7%. A renda dos trabalhadores continuou a aumentar mesmo após a eclosão da guerra. Em 1943, a média de ganhos por hora dos trabalhadores alemães havia aumentado em 15 por cento, e os ganhos semanais em 41 por cento.[2] Muito da redução do desemprego foi devido ao programa massivo de trabalho público e obras civis (Organização Todt), que construiu as Autobahn (sistema de auto-estradas), e habitação, ferrovias e projetos de navegação.

Forças armadas

A Legião Condor em Berlim em 06 de junho de 1939, após seu retorno da Espanha.
Um V2 o primeiro míssil balístico.

Após a Primeira Guerra Mundial, os vencedores tinham imposto à Alemanha através do Tratado de Versalhes a possibilidade de ter apenas 100.000 homens no exército (Reichswehr) e 15.000 na marinha. Veículos blindados, submarinos e aviões também eram proibidos além de armas de artilharia pesada. O serviço militar obrigatório também foi abolido.[1]

Em 16 de março de 1935, com a necessidade de construir uma força de defesa, foi criada a Wehrmacht (Forças de Defesa), que consistia em:

Entre 1939 e 1945 um total de 17.900.000 soldados serviram na Wehrmacht, sendo 13.000.000 no Heer, 3.400.000 na Luftwaffe e 1.500.000 na Kriegsmarine.[3] Existia também as Waffen-SS que no final da guerra contavam com 900.000 homens, muitos deles voluntários estrangeiros. Em 25 de setembro de 1944 foi criada a milícia popular Volkssturm, na qual todos os homens com idades entre 16 e 60 anos e com capacidade de carregar uma arma foram convocados como reforço para o exército.

Armamento

A Wehrmacht era conhecida por ser um exército bem mecanizado para a época. Por ter iniciado sua produção em 1935, seu armamento era bastante novo no início da guerra. Seus pontos fortes eram os Panzer (carro de combate) e a aviação. Já a marinha que era menor do que a da Inglaterra e França teve que se concentrar na tática Rudeltaktik, onde os U-Boot atacavam os navios aliados.

Wunderwaffe

Wunderwaffen (armas maravilhosas ou super armas) foi um termo usado pelo Ministério da Propaganda do Terceiro Reich para se referir as "superarmas" criadas ou planejadas pela indústria bélica alemã para uso nas diferentes forças da Wehrmacht, exército, força aérea e marinha.

Criadas ou projetadas já no final da Segunda Guerra Mundial, seu desenvolvimento tardio não possibilitou uma mudança de destino da guerra, mas evidenciou o avanço tecnológico em que a Alemanha estava. Muitas das super armas nunca entraram em uso ou foram criadas apenas protótipos pois estas precisavam de um longo período de projeto e de testes.

No fim da guerra, ouve uma corrida entre os Aliados para se apropriar dessas tecnologias e levar para seus países juntos com seus inventores (Operação Paperclip). Entre as super armas mais famosas estão o Messerschmitt Me 262, o primeiro caça a jato a entrar em uso operacional, e as Armas-V (V-1 bomba voadora, V-2 foguete e V-3 canhão).

Arte

Arno Breker, retratando Albert Speer (1940).

O Terceiro Reich apoiou o desenvolvimento das artes, com exceção aquelas que a ideologia nacional-socialista considerava como arte degenerada. Hitler sendo ele mesmo um artista, apreciava artes pictóricas e literárias, e junto com seu arquiteto Albert Speer, projetaram edifícios e uma radical mudança urbanística. Entre os mais famosos está o Volkshalle, um edifício para a colossal cidade de Welthauptstadt Germania (Capital Mundial Germania), cidade projetada para substituir Berlim por uma cidade chamada Germania. Muitos dos projetos nunca foram criados devido ao início da guerra.

Boa parta da produção artística alemã neste período realçavam os valores da família, da nação e do povo alemão. Neste tema, o ministro da propaganda Joseph Goebbels teve um importante papel doutrinário. O cinema produzir entre 1933 e 1945 mais de mil filmes e teve em Leni Riefenstahl sua representante mais destacada, graças a duas obras: "O triumfo da vontade" (Triumph des Willens) e "Olympia". Este último filme é admirado pelas técnicas inovadoras para a época. Já a escultura, que tinha Arno Breker como o escultor mais popular, expressava a força física e emocional junto com um forte realismo.

Saúde

Campanha antitabagista

Texto do anúncio: "Não tu, mas ela (em alemão a palavra cigarro é feminina) te come.

O movimento antitabagista teve início no Terceiro Reich depois de os médicos alemães descobrirem a relação entre o cancro do pulmão e o tabaco, liderando a primeira campanha pública antitabagista da história contemporânea. Os movimentos cresceram em vários países a partir do início do século XX, mas estes tiveram pouco sucesso, a não ser na Alemanha, onde a campanha foi apoiada pelo governo. Foi a campanha antitabagismo mais poderosa do mundo na década de 1930 e início da década de 1940.

A liderança nacional-socialista condenava o consumo do tabaco e vários de seus líderes criticavam abertamente o consumo de tabaco. A pesquisa sobre o fumo e seus efeitos na saúde também prosperou durante o governo nacional-socialista, sendo a mais importante de seu tempo, neste assunto. Além disso, o desgosto pessoal de Adolf Hitler face ao tabaco e as políticas para a saúde da população eram alguns dos fatores motivantes das campanhas contra o tabaco.

A campanha antitabagismo consistia na proibição de fumar em bondes, ônibus e trens urbanos, promover a educação sanitária, limitar a ração de cigarros dada aos soldados da Wehrmacht, organizar palestras médicas para os soldados e aumentar o imposto dos produtos de tabaco. Os nacionais-socialistas também impuseram restrições à publicidade de cigarros e fumo em lugares públicos.

Proteção dos animais e meio-ambiente

A liderança Nacional-Socialista (entre eles Adolf Hitler e Hermann Göring) apoiava os direitos dos animais e alguns eram também ambientalistas, e foram tomadas medidas para a proteção dos animais. Heinrich Himmler tentou proibir a caça. As leis atuais sobre os direitos dos animais na República Federal da Alemanha são versões modificadas das leis introduzidas no Terceiro Reich.

A principais procupações do NSDAP em relação aos direitos dos animais eram proibir o ritual judaico de abate e a vivissecção (dissecação de animais em vida). Em 21 de abril de 1933 logo após alcançar o poder, os nacionais-socialistas aprovaram uma lei em que nenhum animal poderia ser abatido sem anestesia. Em 16 de agosto do mesmo ano, Göring que fez a Alemanha ser o primeiro país do mundo a proibir a vivissecção.

Religião

Todo cidadão alemão poderia livremente escolher sua religião, conforme o 24º ponto do programa do Partido Nacional Socialista. As únicas restrições eram contra religiões que ponham em perigo a existência do Estado ou as que ofendam o sentimento moral da raça germânica, como o Judaísmo e as Testemunhas de Jeová, que recusavam-se a prestar serviço militar e fazer a saudação Nacional Socialista. O Partido Nacional Socialista acreditava que os judeus e pessoas influenciadas por sua mentalidade, estavam por trás da depressão global dos anos 30, o que forneceu outra ligação à sua motivação ideológica para expulsar este grupo do Reich.

Ligações externas

Referências

  1. 1,0 1,1 Tratado de Versalhes: artigos de 159 a 213.
  2. www.ihr.org - Instituto do revisionismo histórico (em inglês).
  3. www.feldgrau.com - Página de pesquisas sobre as forças armadas alemães entre 1918 e 1945.