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Rolão Preto
Francisco de Barcelos Rolão Preto foi um dos fundadores do Integralismo Lusitano, e «Chefe» do Nacional-Sindicalismo.
Índice
Juventude contacto com o mundo político
Nasceu no Gavião, em 12 de Fevereiro de 1893 e morreu em Lisboa em 18 de Dezembro de 1977.
Ainda estudante do liceu abandonou Portugal e foi ter com Paiva Couceiro, oficial monárquico que a partir da Galiza, nos anos de 1911 e 1912, tentou derrubar o regime republicano instaurado em Portugal, tendo participado em várias incursões. Estabelecendo-se na Bélgica, tornou-se secretário da revista Alma Portuguesa, o primeiro órgão do Integralismo Lusitano. Acabou o curso liceal no Liceu português de Lovaina, tendo ingressado posteriormente na Universidade católica da mesma cidade. Devido ao começo da Primeira Guerra Mundial, foi para França, onde se licenciou em Direito, na Universidade de Toulouse.
Regressado a Portugal em 1917, começou a escrever para o jornal integralista A Monarquia, sendo seu director quando Hipólito Raposo foi preso. Membro da Junta Central do Integralismo Lusitano a partir de 1922, tornou-se colaborador do general Gomes da Costa, sendo o redactor dos 12 pontos do documento distribuído em Braga no começo do movimento militar de 28 de Maio de 1926, que instaurou a Ditadura militar. A inactividade do Integralismo Lusitano a seguir ao golpe de 1926 afastaram-no dessa organização política. Por isso, em 1930, dirigiu com David Neto e outros sidonistas a Liga Nacional 28 de Maio, grupo de origem universitária, que se auto proclamara defensora da Revolução Nacional.
Chefe do Nacional-Sindicalismo
Mas foi em Fevereiro de 1933 que Rolão Preto se tornou uma figura nacional, com o lançamento público do Nacional-Sindicalismo no decurso de vários banquetes-comício que comemoravam o primeiro ano de publicação do jornal Revolução, Diário Académico Nacionalista da Tarde, aparecido em 15 de Fevereiro de 1932 e que em 27 de Agosto desse mesmo ano tinha adoptado o subtítulo Diário Nacional-Sindicalista da Tarde. Rolão Preto era o seu director desde 14 de Março. Movimento de tipo fascista, conhecido pelos camisas azuis, o Nacional-Sindicalismo foi uma organização que conseguiu algum apoio nas universidades e na oficialidade mais jovem do Exército português. Devido a incidentes nas comemorações de 1933 do 28 de Maio em Braga, onde houve confrontos entre os nacional-sindicalistas e a polícia, ao discurso de Rolão Preto de 16 de Junho, numa sessão no São Carlos, claramente anti-salazarista, o jornal Revolução acabou por ser suspenso em 24 de Julho. Restabelecido fugazmente em Setembro seguinte - saíram só três números - o Nacional-Sindicalismo dividiu-se em Novembro quando um grupo, o mais numeroso, decidiu apoiar Salazar e integrar-se na União Nacional, abandonando assim as ideias de independência perante o novo regime defendidas por Rolão Preto e Alberto Monsaraz.
Após uma última representação ao Presidente da República, general Oscar Carmona, em defesa de um governo nacional com a participação de todas as tendências políticas nacionalistas, é detido em 10 de Julho de 1934 e exilado quatro dias depois, residindo durante um tempo em Valência de Alcântara, em Espanha, frente a Castelo de Vide. Em 29 de Julho o nacional-sindicalismo é proibido por meio de uma nota oficiosa de Salazar, que afirma que o movimento se inspirava «em certos modelos estrangeiros».
Exílio e oposição ao Estado Novo
Indo para Madrid, hospedou-se em casa de José António Primo de Rivera, filho de um antigo ditador espanhol, com quem terá colaborado na redacção do programa da Falange Espanhola. Regressou em Fevereiro de 1935 a Portugal, mas foi implicado numa tentativa de golpe contra o regime, em Setembro de 1935 - o Golpe de Mendes Norton, com tentativa de revolta do navio Bartolomeu Dias e do destacamento militar do Quartel da Penha de França -, e obrigado a novo exílio. Residindo em Espanha, acompanhará a Guerra Civil ao lado dos falangistas. Regressado a Portugal retoma a intervenção política apoiando o MUD - Movimento de Unidade Democrática -, criado no Outono de 1945 para participar nas eleições de Novembro seguinte, as primeiras eleições do Estado Novo em que se admitiram listas alternativas. Nesse ano publica o seu livro A Traição Burguesa. Mais tarde, apoia a candidatura de Quintão Meireles nas eleições para a presidência da República de 1951 contra o candidato oficial, Craveiro Lopes, discursando na única sessão política da campanha. Em 1958 apoiará Humberto Delgado, participando activamente na campanha eleitoral, sendo responsável pelos serviços de imprensa da candidatura.
Retorno às origens monárquicas
Em 1970, constitui com outras personalidades monárquicas a colecção «Biblioteca do Pensamento Político» e integra a Convergência Monárquica, organização política monárquica que reúne o Movimento Popular Monárquico, de Gonçalo Ribeiro Teles, a Renovação Portuguesa de Henrique Barrilaro Ruas, em que participava, e uma facção da Liga Popular Monárquica de João Vaz de Serra e Moura. Participa nas eleições de 1969, nas Comissões Eleitorais Monárquicas, as únicas eleições durante o período de governo de Marcelo Caetano. Em 1974 assume a Presidência do Directório e do Congresso do Partido Popular Monárquico (PPM), fundado em 23 de Maio.
Mário Soares, enquanto Presidente da República, condecorou-o a título póstumo, em 10 de Fevereiro de 1994, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique pelo seu «entranhado amor pela liberdade».