Movimento de Acção Nacional

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O Movimento de Acção Nacional foi uma associação nacionalista portuguesa que existiu entre 1985 e 1993.

Criação do M.A.N.

Em Junho de 1985 um grupo de jovens residentes na cidade da Amadora regista no cartório a Associação Cultural Acção Nacional. Este colectivo tinha como missão a defesa dos valores nacionais, étnicos, culturais, éticos e espirituais, e as formas de concretizar estes objectivos passavam pela edição de um jornal e de livros. Eram estes os objectivos primários da Associação Cultural Acção Nacional.

Os seus fundadores foram Vítor Santos, Manuel Andrade, Alexandre Freire, Paulo Sequeira e José Luís Paulo Henriques. Este grupo de jovens tinha em comum o facto de pertencerem à classe-média baixa, estarem descontentes com o sistema político vigente na época, que consideravam corrupto, e de simpatizarem com ideais conservadores e nacionalistas. O tempo foi passando, e as posições no seio da associação foram-se consolidando, passando José Luís Paulo Henriques a liderar o colectivo, ao mesmo tempo que alguns dos seus fundadores se iam afastando das suas actividades.

Crescimento e consolidação do M.A.N.

Entretanto, a associação passa a designar-se por Movimento de Acção Nacional (MAN), e começa a dar os primeiros sinais de dinamismo. Em 1986 é editado o primeiro orgão de informação do M.A.N., o jornal "Acção", alguns cartazes começam a surgir nas paredes da zona, e os pedidos de adesão e informação começam a chegar em catadupa à sede do movimento, também situada na Amadora. Naquele que foi o seu primeiro jornal podia-se ler que "o M.A.N. caracteriza-se por uma Terceira Atitude, que se coloca em oposição ao Capitalismo e Socialismo", sendo o seu lema, explicíto nos cartazes que povoavam as paredes, "Nem Capitalismo! Nem Comunismo! Terceira Via! Por Portugal!". Esta atitude de inconformismo e de rebeldia em relação ao sistema político vigente, de recusa do Comunismo que tanta agitação tinha provocado uma década antes, que provocou os saneamentos, as nacionalizações e a ocupação de terras, sendo tudo isto materializado no PREC; de desilusão em relação à Democracia Cristã defendida pelo CDS, que se encontrava numa posição cada vez mais redutora em virtude da ascenção do Partido Social Democrata (PSD) liderado por Cavaco Silva, que por seu lado representava a política neo-liberal, próxima do Capitalismo, destruidora da identidade nacional e adversa às tradições seculares; levou a que muitos jovens aderissem ao M.A.N., que se apresentava como uma alternativa revolucionária. E terá sido esta sugestão de militância política mais agressiva que levou um grupo de jovens, por volta de 1987, oriundos da zona de Almada e que tinham em comum o gosto pela cultura “skinhead” (surgida em Inglaterra no final dos anos 60 no seio dos bairros operários, adepta da diversão regada com muito álcool e de alguma violência à mistura, por oposição ao “peace and love” da cultura “hippie”, e caracterizada por um vestuário e gostos musicais comuns) a aderir ao movimento. Este grupo de “skinheads” da Margem Sul era liderado por Fernando Pimenta, e começam a incutir um novo espírito no M.A.N., que passa a adoptar a Cruz Celta como símbolo, e que se materializa na edição do "Combate Branco", publicação dirigida aos militantes mais radicais.

A influência do movimento chega ao Norte do país, onde começam a surgir os primeiros militantes, nomeadamente no Porto e em Braga, e onde surge a primeira publicação, intitulada "Vento do Norte". Mas ao mesmo tempo que o M.A.N. aumentava a sua influência, também os problemas começavam a surgir em quantidade razoável. A adesão dos “skinheads” veio-se a tornar fatal para o movimento, que começou a ser visto pela sociedade portuguesa como um grupo de “cabeças-rapadas” racistas e violentos. A comunicação social começa a reportar alguns episódios de turbulência na noite lisboeta, nomeadamente no Bairro Alto, confrontos com outros grupos de jovens e agressões a indivíduos de origem africana começam a ser habituais, começam a surgir os primeiros símbolos de extrema-direita nos estádios de futebol, frases como "Poder Branco" ou "Portugal aos Portugueses" começam a aparecer escritas nas paredes de Lisboa.

1989, um ano atribulado

1989, ano que se vem a revelar decisivo na história do M.A.N., e onde se produzem alguns episódios marcantes, não só pela violência que envolveram, mas também pelo impacto que tiveram.

Em Maio deste ano o actor João Grosso é agredido por um grupo de sete “skinheads” em Lisboa, tendo perdido um testículo em resultado das agressões, sendo de referir que João Grosso foi agredido por tentar socorrer um jovem que estava a ser espancado pelo mesmo grupo, e a 28 de Outubro José Carvalho, militante do Partido Socialista Revolucionário (PSR), um pequeno partido de orientação trotskista, é esfaqueado mesmo à porta da sede deste, na Rua da Palma em Lisboa, vindo a falecer. Tudo terá acontecido quando um grupo de “skinheads” oriundo da Margem Sul forçou a entrada na sede do partido, onde estava a decorrer um concerto inserido numa campanha anti-militarista promovida pelo PSR, os militantes trotskistas tentaram impedir a entrada do grupo, e no meio da confusão e das agressões José Carvalho cai no chão vítima dum golpe fatal na zona do coração. A Polícia Judiciária faz algumas detenções, enquanto que algumas vozes defendem que o crime teve motivações políticas. Pouco tempo depois do assassinato de José Carvalho, a 19 de Novembro, no Porto, um grupo de “skinheads” agride dois cidadãos espanhóis no centro comercial Brasília e espanca Francisco Faustino, indivíduo de nacionalidade angolana, sendo abandonado pelo mesmo grupo, inconsciente, na linha férrea. O M.A.N. começa a ficar com a marca das agressões dos “skins”. Já a terminar este ano, talvez o mais atribulado da história do movimento, realiza-se um jantar no Porto a 1 de Dezembro, com o objectivo de aproximar a estrutura dirigente do movimento, que estava estabelecida em Lisboa, dos militantes nortenhos. No entanto, o repasto acaba em confrontos entre os dois grupos, o que simbolizava, de certa forma, a fragilidade e as contradições das bases militantes do M.A.N..

Anos 90, o princípio do fim

Chegada a década de 90, assistimos a uma tentativa de desmarcação por parte do M.A.N. dos actos violentos cometidos pelos “skinheads”, conforme se pode comprovar no editorial do primeiro número daquele que foi o segundo jornal editado pelo movimento, o "Ofensiva", e onde se lia o seguinte: "Apoiamos e acompanhamos todos aqueles que, nas ideias e atitudes políticas, se conduzem bem, e enquanto o fizerem. Nada nos impede de os condenarmos, quando deixarem de o fazer – e é nossa obrigação condená-los".

Contudo, com a entrada da década de 90 o M.A.N. reduz drasticamente a sua actividade, ocorrendo uma cisão protagonzada por Fernando Pimenta, Nuno oliveira, entre outros, os quais criaram a Frente de Defesa Nacional, organização de cariz racialista que aglutinou os "skinheads" e as franjas mais radicais do nacionalismo português da época.

O M.A.N. só volta a dar sinal de vida em 1993, precisamente quando começa a ser julgado pelo Tribunal Constitucional sob a acusação de organização de ideologia fascista, algo proibido pela Constituição. O julgamento inicia-se a 20 de Setembro, e termina no início de 1994, com o indeferimento por parte do Tribunal Constitucional do pedido de extinção do M.A.N. lançado pelo Ministério Público, por considerar que o movimento já se encontrava extinto antes do requerimento ter sido apresentado.

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