Guimarães

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Guimarães é uma cidade portuguesa situada no Distrito de Braga, região Norte e subregião do Ave (uma das subregiões mais industrializadas do país), com uma população de 52 182 habitantes, repartidos por uma malha urbana de 23,5 km², em 20 freguesias e com uma densidade populacional de 2 223,9 hab\km².[1] É sede de um município com 242,85 km² de área e 162 572 habitantes (2006), subdividido em 69 freguesias, sendo que a maioria da população reside na cidade e na sua zona periférica. O município é limitado a norte pelo município de Póvoa de Lanhoso, a leste por Fafe, a sul por Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a oeste por Vila Nova de Famalicão e a noroeste por Braga.

É uma cidade histórica, com um papel crucial na formação de Portugal, e que conta já com mais de um milénio desde a sua formação, altura em que era designada como Vimaranes

Guimarães é uma das mais importantes cidades históricas do país, sendo o seu centro histórico considerado Património Cultural da Humanidade, tornando-a definitivamente um dos maiores centros turísticos da região. As suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita.

A Guimarães actual soube conciliar, da melhor forma, a história e consequente manutenção do património com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas.

Guimarães é muitas vezes designada como "Cidade Berço", devido ao facto aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e por seu filho D. Afonso Henriques poder ter nascido nesta cidade e fundamentalmente pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de Junho de 1128, teve para a formação da nacionalidade. Contudo, as necessidades da Reconquista e de protecção de territórios a sul levou esse mesmo centro para Coimbra em 1129.

Os "Vimaranenses" são orgulhosamente tratados por "Conquistadores", fruto dessa herança histórica de conquista iniciada precisamente em Guimarães.


História

A cidade está historicamente associada à fundação da nacionalidade e identidade Portuguesa. Guimarães, entre outras povoações, antecede e prepara a fundação de Portugal, sendo conhecida como "O Berço da Nação Portuguesa". Aqui tiveram lugar em 1128 alguns dos principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de uma nova Nação. Por esta razão, está inscrito numa das torres da antiga muralha da cidade “Aqui nasceu Portugal”, referência histórica e cultural de residentes e visitantes nacionais.

Pré e Proto-História

A região em que Guimarães se integra é de povoamento permanente desde pelo menos o Calcolítico Final nacional, como atestam a presença, no concelho, das citânias de Briteiros e de Sabroso ou a Estação arqueológica da Penha.

A Ara de Trajano denuncia a utilização, pelos romanos, das águas termais da vila de Caldas das Taipas.

Da fundação de Guimarães à fundação de Portugal

A fundação medieval da actual cidade tem as suas raízes no remoto século X. Foi nesta altura que a Condessa Mumadona Dias, viúva de Hermenegildo Mendes, mandou construir, na sua propriedade de Vimaranes, um mosteiro dúplice, que se tornou num pólo de atracção e deu origem à fixação de um grupo populacional conhecido como vila baixa. Paralelamente e para defesa do aglomerado, mandou construir um castelo a pouca distância, na colina, criando assim um segundo ponto de fixação na vila alta. A ligar os dois núcleos formou-se a Rua de Santa Maria.

Posteriormente o Mosteiro transformou-se em Real Colegiada e adquiriu grande importância devido aos privilégios e doações que reis e nobres lhe foram concedendo. Tornou-se num afamado Santuário de Peregrinação, e de todo o lado acorriam crentes com preces e promessas.

A outorgação, pelo Conde D. Henrique, do primeiro foral nacional (considerado por alguns historiadores anterior ao de Constantim de Panóias), em data desconhecida, mas possivelmente em 1096[2], atesta a importância crescente da então vila de Guimarães, escolhida ainda como capital do então Condado Portucalense.

Aqui se daria, a 24 de Junho de 1128, a Batalha de São Mamede.

Idade Média

Como a vila foi-se expandindo e organizando, foi rodeada parcialmente por uma muralha defensiva no reinado de D. Dinis. Entretanto as ordens mendicantes instalam-se em Guimarães e ajudam a moldar a fisionomia da cidade. Posteriormente, os dois pólos fundem-se num único e após o derrube da muralha que separava os dois núcleos populacionais no reinado de D. João I, a vila intramuros já pouco mudará, expandindo-se extramuros com a criação de novos arruamentos como a Rua dos Gatos.[3]

Idade Moderna e Contemporânea

Haverá ainda a construção de algumas igrejas, conventos e palácios, a formação do Largo da Misericórdia (actual Largo João Franco) em finais do século XVII e inícios do XVIII, mas a sua estrutura não sofrerá grande transformação. Será a partir de finais do século XIX, com as novas ideias urbanísticas de higiene e simetria, que a vila, elevada a cidade, pela Rainha D. Maria II, por decreto de 23 de Junho de 1853[4], irá sofrer a sua maior mudança.

Será autorizado e fomentado o derrube das muralhas, haverá a abertura de ruas e grandes avenidas como o actual Largo de Martins Sarmento, o Largo da Condessa do Juncal e a Alameda de São Dâmaso, e a parquização da Colina da Fundação. No entanto, quase tudo foi feito de um modo controlado, permitindo assim a conservação do seu magnífico Centro Histórico.

Geografia

Orografia e hidrografia

O concelho é delimitado a norte pelos montes da Falperra e Sameiro e a sul pelo monte da Penha.

A montanha da Penha, com a elevação de 613 metros, apresenta-se como o ponto mais elevado do concelho.

É parte integrante da bacia hidrográfica do rio Ave, que tem como efluentes o rio Vizela, rio Torto, rio Febras, e dentro da cidade, o rio Selho, rio de Couros e a ribeira de Santa Lúzia.

Os solos têm excelente aptidão agrícola, sendo separados por algumas zonas florestais, principalmente nas cotas mais altas.

Clima

Enquadrada entre um vale e montes e por se encontrar afastado do litoral, os Invernos são frios e chuvosos e o verão quente e ligeiramente húmidos, sendo a temperatura média anual de 14º.[5]

Fauna

A diversidade de espécies é escassa, em especial nas zonas urbanas. Ainda assim, o concelho apresenta algumas espécies com interesse cinegético como a Raposa-vermelha, Javali, Rola-comum, Tordo, Pombo ou a Perdiz-vermelha.[6]. Nas áreas verdes da cidade as espécies mais comuns são os roedores. Existe também o Esquilo.

Flora

Apresenta uma flora algo diversificada e bastante repartida.[7]

Demografia

Da população do concelho, em 2001, 68 643 pessoas habitavam nas freguesias que fazem parte da cidade e dessas 52 182 pessoas viviam na área urbana da cidade[1], e 44221 nas vilas do concelho[8], sendo previsto que até 2010, o concelho, atinja uma população de 188 178 habitantes.[9]

A população residente, é constituída por 78 436 indivíduos do sexo masculino e 81 140 indivíduos do sexo feminino.

A cidade é a 13ª maior do país, em população residente.[10]

Cultura

Guimarães, como cidade de dimensão média, tem uma vida cultural interessante. Para além dos museus, monumentos, associações culturais, galerias de arte e festas populares, tem desde Setembro de 2006 um importante espaço cultural, o Centro Cultural Vila Flor, com dois auditórios, um centro expositivo, e um café-concerto. Prepara-se para ser Capital Europeia da Cultura em 2012,[11] juntamente com Maribor, cidade da Eslovénia.[12][13] Até está prevista a construção de um Centro de Arte Contemporânea.[14]

Gastronomia

O facto de Guimarães ter como gérmen as terras de um convento feminino influenciou muito a gastronomia marcante da região, especialmente a nível da doçaria, como nas tortas de Guimarães e, principalmente, no toucinho do céu. Para além do que é habitual no Minho, como o vinho verde, as papas de sarrabulho, os rojões, etc., confecciona-se também o chamado "bolo" constituído por um tipo de pão (com o formato de uma pizza) servido com carne de porco, sardinhas ou outros acompanhamentos.

Tradições e festividades

  • As Nicolinas são Festas de Estudantes de Guimarães, celebradas em honra de São Nicolau de Mira. Iniciam-se a 29 de Novembro e terminam a 7 de Dezembro. São compostas por vários números: o Pinheiro e Ceias Nicolinas (o número mais concorrido onde os participantes, após um jantar pelos restaurantes da cidade, desfilam pelas ruas de Guimarães entoando os Toques Nicolinos ao som dos bombos e das caixas), as Novenas, as Posses, o Pregão Académico Vimaranense, as Maçãzinhas, as Danças de São Nicolau, o Baile da Saudade e a Roubalheira. Ultimamente tem vindo a ser defendida a candidatura das Festas Nicolinas a Património Oral e Imaterial da Humanidade.[15][16]
  • A Festa de Santa Luzia acontece anualmente a 13 de Dezembro, junto à capela de Santa Luzia, na Rua Francisco Agra. Associada a esta festividade está a tradicional venda de bolos, confeccionados com farinha de centeio e açúcar, designados como Sardões e Passarinhas, com óbvias conotações sexuais. Segundo a tradição, os rapazes deveriam oferecer o Sardão, de forma fálica, à rapariga que, estando interessada em namorar, lhe deveria retribuir com uma Passarinha.[17]
  • A Romaria Grande de São Torcato, chamada ainda por muitos como a maior romaria do Minho, acontece anualmente em Julho, na vila de São Torcato. Tem normalmente a duração de quatro dias e a particularidade da procissão em honra de São Torcato serem enfeitados a cetim.

Museus, espaços culturais e galerias de arte

  • O Centro Cultural Vila Flor é o principal equipamento cultural de Guimarães. Concluído em Setembro de 2005, nasceu da recuperação do Palácio Vila Flor e espaços envolventes e da construção de um novo edifício para a sala de espectáculos. Tem dois auditórios, um café-concerto, área expositiva e é a sede da Assembleia Municipal. Os jardins do antigo palácio foram recuperados e receberam, em 2006, a Menção Honrosa na categoria Espaços Exteriores de Uso Público do Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista.[18]
  • A Biblioteca Municipal Raul Brandão, tem a sua sede na cidade e dispõe ainda bibliotecas anexas nas vilas de Pevidém, Caldas das Taipas,[21] e Ronfe, oferecendo ainda os serviços de uma biblioteca itenerante a 42 freguesias,[22] e Ronfe, serviços de leitura ao Estabelecimento Prisional de Guimarães,[23] bibliotecas escolares, centros de dia e cafés.
  • O Laboratório das Artes foi fundado em 2004 por estudantes da ESAP, oito meses após o projecto Espaço Provisório, dedicado a intervenções artísticas numa loja comercial da Rua de Santo António. Em Fevereiro de 2004 ocupou uma casa na Rua de Camões, em avançado estado de degradação, sendo palco de exposições, performances, música, workshops, entre outras formas de expressão artística até Novembro de 2005. Entretanto o grupo muda-se para uma loja na Avenida de São Gonçalo, a que dão o nome de Sala de Espera. Entretanto organiza o Projecto Teleférico e muda-se, em finais de 2006, para uma casa na Rua de Santa Maria.

Freguesias e organização administrativa

Ficheiro:GMR mapa freguesias - tipologia urbana.PNG
Mapa das freguesias de Guimarães

No contexto de políticas sub-regionais de desenvolvimento e de mobilidade, é membro da Grande Área Metropolitana do Minho, constituída por 13 municípios, que no seu total contabilizam 798 043 habitantes em 2001, sendo também a maior cidade e concelho da subregião do Vale do Ave que por si só alberga 509 969 habitantes (2001), sendo ainda a sede da Associação de Municípios do Vale do Ave. Pertence ainda ao Distrito de Braga.

O concelho é compreendido por 69 freguesias, sendo 28 freguesias classificadas como Áreas Mediamente Urbanas (AMU), tendo 1 o estatuto de vila e as restantes 41 freguesias categorizadas como Áreas Predominantemente Urbanas (APU) , sendo que dessas freguesias, 8 têm o estatuto de vila e 20 são total ou parcialmente inseridas na cidade.[24]

Freguesias com estatuto de vila

Freguesias inseridas na área urbana da cidade

Restantes freguesias predominantemente urbanas

Ficheiro:Igreja Tabuadelo.jpg
Igreja de Tabuadelo

Freguesias mediamente urbanas

Geminações

Guimarães tem os seguintes acordos de geminação:[25]

Sociedade

Qualidade de vida

Ficheiro:Toural in Guimarães by night.JPG
O Toural iluminado à noite, fazendo referência ao estatuto de Património Mundial ostentado pela cidade.

Considerada pelo jornal Expresso como a 2ª cidade com melhores condições para se viver[26], é contudo a segunda cidade mais poluída do país. [27]

Em 2004, a rede de abastecimento de água cobria 89% da população, sendo previsto pela concessionária Vimágua que em finais de 2006 a cobertura atingisse 95% da população.[28] O abastecimento de água era fornecido na efectividade a cerca de 70% da população.

A cobertura da rede de saneamento básico doméstico pública era, em 2001, de 63,5% da população (previsto pela Vimágua que atinja os 80% em 2006)[28], sendo que 47% dos alojamentos familiares se encontravam ligados ao sistema público, enquanto 49% se encontrava ligada a sistemas particulares (principalmente fossas sépticas) e 1,1% não possuía qualquer sistema de esgotos.

O acesso, em 2001, a estações de tratamento de águas residuais era de 67,5%.

Na recolha e tratamento de resíduos, o acesso da população era de 100%.

Contudo, alguns defendem que a cidade, conjuntamente com outras cidades do Distrito de Braga, têm crescido "desordenadas e inestéticas, sujeitas a políticas de betão promovidas pelas autarquias responsáveis".[29]

Comunicação social

Guimarães foi a quarta cidade dos país a dispor de jornais [30], com o "Azemel Vimaranense".[31]

Imprensa escrita

Na actualidade os jornais são:

Rádios

No concelho todo existem somente duas rádios, ambas sedeadas na cidade. A Rádio Fundação emite em 95.8 FM. A Rádio Santiago emite em 98.0 FM. Refira-se ainda a Rádio Universitária do Minho, sedeada em Braga[32], que emite para os pólos da Universidade do Minho em 97.5 FM. [33]

Televisão

A Guimarães TV emite on-line desde 24 de Junho de 2007[34], fruto da iniciativa da câmara municipal e do Cybercentro [35], sendo os seus conteudos transmitidos no canal Região Norte TV, na plataforma por cabo da TVTEL. [36]

Desporto 30px

Guimarães nos últimos anos, assistiu à construção de vários equipamentos desportivos, maioritariamente inseridos na Cidade Desportiva, como o Multiusos de Guimarães, Piscinas de Guimarães, Pista de atletismo Gémeos Castro (que servem maioritariamente a população da cidade) ou a pista de cicloturismo.

Da Cidade Desportiva, salienta-se a o novo Multiusos de Guimarães, situado na veiga de Creixomil, junto a uma das principais entradas rodoviárias e à circular urbana. Com uma capacidade máxima de 2856 lugares na nave central, já acolheu várias competições de nível internacional, concertos, congressos e feiras.[37]

Relativamente perto do pavilhão multiusos, as Piscinas de Guimarães, são compostas por três piscinas interiores aquecidas, sendo uma delas de 25m e as restantes dedicadas à aprendizagem e bebés e duas piscinas exteriores. Dispõe ainda, de um ginásio, gabinete de massagens, entre outros serviços.[38]

Mesmo a seu lado encontramos a Pista de atletismo Gémeos Castro, com 8 corredores em piso sintético e bancada com capacidade para 1200 pessoas.[39]

A pista de cicloturismo Guimarães-Fafe, resultado do aproveitamento parcial da desactivada, em 1986, ligação ferroviária a Fafe, fazendo esta a ligação da cidade à cidade e concelho de Fafe, compreendendo uma extensão de 14,1Km,sendo assim um excelente traçado para percursos cicloturísticos ou pedestres, maioritariamente feito pelo meio de montes e campos agrícolas. O primeiro troço abriu em 1996, no concelho de Fafe e tinha a extensão de 6 Km, sendo aberto o troço vimaranense em 1999, formando assim o actual percurso intermunicipal.[40]

Todos estes equipamentos são geridos pela Cooperativa Municipal Tempo Livre, que gere ainda, ao abrigo de um acordo com o Ministério da Educação, seis pavilhões gimnodesportivos inseridos em escolas, quatro deles das vilas de Pevidém, Lordelo, Moreira de Cónegos, Ronfe e os restantes nas freguesias de Creixomil e Urgezes inseridos na malha urbana da cidade.[41]

Instituições desportivas

O clube mais importante e conhecido do concelho é o Vitória Sport Clube, sedeado na cidade, e embora participe em mais modalidades, é conhecido especialmente pelo futebol, onde esteve 48 épocas consecutivas na primeira divisão portuguesa até a época de 2005/2006, tendo descido durante uma época à Liga de Honra. Agora está de regresso a Liga Bwin, tendo garantindo a sua promoção a uma jornada do fim do campeonato.

Também no futebol sobressai-se o Moreirense Futebol Clube, da vila de Moreira de Cónegos, que competiu recentemente na primeira divisão portuguesa.

Economia

Tem uma intensa actividade económica, especialmente nas seguintes actividades: fiação e tecelagem de algodão e linho, cutelaria, curtumes, quinquilharia e artesanato (ourivesaria, faianças e bordados).

Sector primário

No sector primário, o solo é maioritariamente ocupado por culturas forrageiras e prados temporários, seguido de culturas cerealíferas e vinha. Ao contrário da região do Ave, onde as pastagens e prados permanentes ocupam 3 529 hectares, no concelho apenas 54 hectares são ocupados dessa mesma forma.

Sector secundário

Concelho integrado no vale do Ave, zona que se caracteriza historicamente pela sua forte industrialização, nomeadamente na indústria transformadora e no sector têxtil.

Sector terciário

A maioria de serviços concentra-se na cidade e vilas.

Avepark

Ver artigo principal: Avepark

Encontra-se em construção desde Junho de 2006, entre a vila das Caldas das Taipas e a freguesia de Barco, como pólo do Ave do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto onde em parceria com a Universidade do Minho, se prevê também a instalação, no âmbito de uma candidatura efectuada à União Europeia, do primeiro Centro Europeu de Excelência em território nacional (o Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa).[42]

Transportes e comunicações

18px É servida por uma rede viária, tendo a cidade como centro e nó de várias vias entre as quais se pode salientar as auto-estradas A7 (Póvoa de Varzim - A24 Vila Pouca de Aguiar) e A11 (Esposende- A4 Castelões (Penafiel), permitindo assim a chegar à cidade do Porto, afastada 55,9 km, em 43 minutos, e à cidade de Lisboa, à distância de 365,2 km, em 03h41m[1] e em 20 minutos à cidade de Braga, permitindo assim a sua plena integração nos circuitos económicos nacionais e europeus. Importa ainda referir ser o concelho servido pelas estradas nacionais 101, 105, 106 e 206.

Ficheiro:TUG.jpg
Antigo autocarro dos TUG
Duas automotoras UME3400, parados na Estação de São Bento, Porto.

18px O concelho de Guimarães, a nível de transporte ferroviário, é servido pela Linha de Guimarães cobrindo 5,9% das freguesias e 12,7% da população, sendo a distância média das freguesias não servidas por este transporte, de 5,8 km.[1] Esta linha beneficiou de uma renovação recente que passou pela reedificão de estações e apeadeiros, electrificação da linha e seu alargamento para Bitola ibérica e a compra de automotoras UME3400.[43]

25px Os transportes públicos cobrem 97,1% das freguesias correspondente a 98% da população. A rede de transportes urbanos, actualmente concessionada aos TUG, serve 23 freguesias a que corresponde 33,8% das freguesias ou 50,9% da população. As praças de táxis cobrem 63,2% das freguesias ou 82,3% da população.[1]

Em Setembro de 2005 passavam diariamente, pela cidade, cerca de 120 000 viaturas.[44] Este tráfego provoca vários congestionamentos especialmente às horas de ponta e nas áreas centrais da cidade e nacional 101, entre Guimarães e Caldas de Taipas.[45]




Educação

A taxa de analfabetismo era, em 2001, de 7,4%, abaixo da média nacional e do Norte do país que eram de 8,9% e 8,3%, respectivamente.

Ensino superior

Os planos originais, para a criação da Universidade do Minho, apontavam para a instalação de um campus único na vila de Caldas das Taipas, contudo razões políticas levaram à divisão da universidade entre as cidades de Braga e Guimarães.[46] Guimarães recebeu na época lectiva de 1977-78, no Palácio de Vila Flor (actual centro cultural), parte dos cursos da então recém criada Universidade do Minho. As instalações definitivas da Escola de Engenharia foram inauguradas em 1989 no actual Campus de Azurém, onde hoje em dia se lecciona os cursos de arquitectura, geografia e a maioria dos cursos de engenharia.

Possui ainda uma extensão da Escola Superior Artística do Porto, instituição pertencente ao Ensino Politécnico, vocacionada para a formação académica na área das artes. Aqui iniciou a sua actividade no ano lectivo de 1983-84, designada então como Cooperativa de Ensino Superior Artístico Árvore, na sede da Associação Cultural e Recreativa Convívio, no âmbito de um protocolo entre estas duas instituições. Transferiu-se para o actual edifício no ano lectivo seguinte.[47]

Património

O papel de Guimarães desempenhado na formação da nacionalidade portuguesa confere-lhe uma singularidade, muito marcada no contexto turístico nacional, um estatuto simbólico que mantém desde há séculos. Primeira capital do Condado Portucalense e do país é uma das mais importantes memórias vivas, da afirmação e independência de Portugal. Este facto, aliado à classificação do Centro Histórico de Guimarães como Património Cultural da Humanidade em 2001, desempenha um papel fundamental na diferenciação de Guimarães como atracção turística no contexto dos circuitos de turismo cultural no Noroeste Peninsular.

Podemos salientar os seguintes locais como de particular interesse:

Arquitectura civil

A cidade de Guimarães apresenta uma riquíssima variedade na sua arquitectura civil, nela sobressaindo-se o Paço dos Duques de Bragança, construído no século XV por D. Afonso, 1.º duque de Bragança, e que devido ao seu posterior abandono seria reconstruído na década de 1930.

A Rua de Santa Maria, de origem medieval, era zona privilegiada da elite vimaranense, ligando antigamente a Zona do Castelo à Colegiada de Guimarães na praça da Oliveira, mas actualmente começa no Largo do Carmo, onde despontam a casa onde morreu Francisco Martins Sarmento, a Igreja do Carmo e o seu chafariz central.

Descendo essa rua acedemos à zona central da zona histórica onde se encontram a Praça de Santiago, ladeada de casas antigas, de sacadas rematadas pelo tradicional alpendre, guardando um cunho medieval acentuado e a Praça da Oliveira, onde pode-se admirar a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e o Padrão do Salado. Estas duas praças são conhecidas localmente por serem o centro da movida vimaranense, devido à concentração de bares que se estende pelas praças e arruamentos periféricos. Como elemento de ligação, existem os Antigos Paços do Concelho, onde se localiza o actual Museu de Arte Primitiva Moderna.

A Casa da Rua Nova, situada na actual Rua de Egas Moniz, que alberga actualmente o Gabinete Técnico Local.

Na Casa dos Lobos Machado, situa-se a Associação Comercial e Industrial de Guimarães.

O Largo do Toural (conhecido como a "sala de visitas" da cidade e assim chamado por ter sido inicialmente construído como uma feira de venda de gado), é actualmente com o conjunto das praças da Oliveira e de Santiago, considerado popularmente como o centro da cidade. É ladeado de casas antigas com telhados de águas furtadas, janelas enormes que ocupam toda a fachada e belas grades de ferro forjado.

A Rua D. João I, antiga Rua dos Gatos, foi uma das primeiras ruas a existir fora do perímetro amuralhado e servia de ligação à antiga estrada para o Porto.[3]

Ficheiro:Praça de Santiago.JPG
Praça de Santiago - vista em direcção à praça da Oliveira, para lá dos arcos sob o museu de Arte Primitiva Moderna

O Palácio Vila Flôr, até finais do século XIX, situado até princípios do século XX nos arrabaldes da cidade, foi onde primeiramente se situou a Universidade do Minho e onde actualmente se situa o Centro Cultural Vila Flor.

O Parque da Cidade, é o maior espaço verde da cidade.

Fora da área urbana pode-se encontrar o Campo da Ataca, onde se terá iniciado a Batalha de São Mamede. Sobranceira à cidade, o monte da Penha é um aprazível sítio de onde se pode desfrutar de uma panorâmica do concelho e concelhos envolventes. Merece aí destaque a igreja projectada por José Marques da Silva ou estátua de Pio IX, situada no ponto mais alto do concelho. Gravado numa rocha, observa-se um baixo-relevo dos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Deva-se ainda referir o busto sobre pedestal de José de Pina e a imagem de São Cristóvão, enquadrada no alto de um rochedo.

Arquitectura militar

O Castelo de Guimarães foi mandado construir no século X pela Condessa Mumadona para defender a população dos ataques dos muçulmanos, tendo ainda sido construído posteriormente às Muralhas de Guimarães.

Arqueologia

A Citânia de Briteiros, classificada como Monumento Nacional desde 1910 é um dos monumentos nacionais mais importantes da cultura castreja, sendo escavada, desde finais do século XIX, pelo arqueólogo Francisco Martins Sarmento, até à actualidade, sendo a sua preservação assim como da Citânia de Sabroso, responsabilidade da Sociedade Martins Sarmento.

A Estação arqueológica da Penha, situada na montanha da Penha próxima à cidade, compreende vestígios de um povoado permanente inserido cronologicamente entre o Calcolítico Final e o Bronze Inicial.[48]

A Ara de Trajano, localizada na vila de Caldas das Taipas é uma lápide de tipo invocativo, dedicada a Trajano.[49]

De se referir ainda a presença, dispersa pelo concelho, de vários castros e vestígios arqueológicos menores.

Estátuas esculturas e monumentos comemorativos

A estátua de D. Afonso Henriques, na actualidade, inserida no acesso principal ao Paço dos Duques de Bragança, é uma obra de Soares dos Reis (estátua) e José António Gaspar (pedestal). A ideia da sua construção partiu de um grupo de portugueses, residentes no Rio de Janeiro, sendo feita a angariação dos fundos necessários nas duas cidades. Foi inaugurada a 20 de Setembro de 1887, no actual Largo de São Francisco. Teve duas trasladações, a primeira para o Toural e a segunda, em 1940, para a sua actual localização.[50]

A escultura de D. Afonso Henriques, situada no largo João Franco e da autoria de João Cutileiro, foi inaugurada a 24 de Junho de 2001 e segundo o seu autor a inspiração veio dos livros de instrução primária da década de 1940, em que D. Afonso Henriques era representado com um montante.

Mumadona Dias, fundadora da cidade, tem uma estátua em sua homenagem na praça homónima. Localiza-se no espaço onde foram demolidos os inacabado futuros Paços do Concelho. Foi oferecida por António de Oliveira Salazar e a sua autoria é de Álvaro Brée. Foi inaugurada, conjuntamente com a praça e o actual tribunal, em Junho de 1960, pelo então Presidente da República, Almirante Américo Tomaz. Foi recentemente mudada de posição.

O Monumento ao Nicolino, da autoria de José de Guimarães, foi inaugurado a 25 de Janeiro de 2008.

Vimaranenses ilustres

Os habitantes de Guimarães são chamados de Vimaranenses. Destacamos alguns de importância reconhecida, em várias áreas:

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 Caracterização Sócio-Económica dos Concelhos - Concelho de Guimarães, Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, acessado em 21 de Novembro, 2006
  2. António Matos Reis, O Foral de Guimarães- primeiro foral português-o contributo dos burgueses para a fundação de Portugal, in Revista de Guimarães nº 106, Guimarães, 1996, pp. 55-77;
  3. 3,0 3,1 Catarina Oliveira, Pesquisa de Património - Detalhe - Rua de D. João I, IPPAR, acessado em 19 de Julho, 2006
  4. Cidades Portuguesas(2002), INE, acessado em 3 de Outubro, 2006
  5. Clima, 31 de Outubro de 2007, Câmara Municipal de Guimarães
  6. Fauna, 8 de Novembro de 2006, Câmara Municipal de Guimarães
  7. [ http://www.cm-guimaraes.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=6633 Flora], 31 de Outubro de 2007, Câmara Municipal de Guimarães
  8. Caracterização Demográfica do Concelho de Guimarães, Câmara Municipal de Guimarães, acessado em 17 de Outubro, 2006
  9. Enquadramento Geográfico, Câmara Municipal de Guimarães, acessado em 17 de Outubro, 2006
  10. UMA POPULAÇÃO QUE SE URBANIZA, Uma avaliação recente - Cidades, 2004, 29 de Junho de 2007, Instituto Geográfico Português
  11. Governo escolhe Guimarães para ser candidata a Capital Europeia da Cultura em 2012, Público, acessado em 19 de Outubro, 2006
  12. European Capitals of Culture-Future Capitals, Comissão Europeia, acessado em 19 de Outubro, 2006Predefinição:((en))
  13. Maribor Nominated for 2012 European Culture Capital, Departamento de comunicação do governo esloveno, acessado em 17 de Junho, 2007Predefinição:((en))
  14. Guimarães vai ter Centro de Arte Contemporânea, 20 de Março de 2007, Portugal Diário
  15. Predefinição:Cite web
  16. Moreira da Silva, Lino, Nicolinas a "Património Oral e Imaterial da Humanidade", Associação Tertúlia Nicolina
  17. Guimarães: Crentes pedem à santa "saudinha nos olhos" in Jornal de Notícias, 14 de Dezembro de 2005, - acesso a 17 de Março de 2007
  18. Predefinição:Cite web
  19. Predefinição:Cite web
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  21. Predefinição:Cite web
  22. Predefinição:Cite web
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  24. Cidade Portuguesa - Guimarães, INE, acessado em 3 de Outubro, 2006
  25. Historial das Geminações, Câmara Municipal de Guimarães, acessado em 5 de Janeiro, 2006
  26. Predefinição:Cite web
  27. Predefinição:Cite web
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Ligações externas

Poder Local
Câmara Municipal de Guimarães, Casfig, Vimágua
Cultura
Biblioteca Municipal Raul Brandão, Ócio - E-zine de Cultura Urbana e Guia Cultural, Casa de Sarmento-Centro de Estudos do Património, Cineclube de Guimarães, Cooperativa A Oficina, Cybercentro de Guimarães, São Mamede Centro de Artes e Espectáculos de Guimarães
Lazer
Cooperativa Tempo Livre
Museus
Museu da Sociedade Martins Sarmento, Museu de Alberto Sampaio
Comunicação Social
O Conquistador, O Expresso do Ave, Guimarães Digital, Guimarães TV, Entrevillas, Notícias de Guimarães, O Povo de Guimarães, Rádio Fundação, Reflexo - O Espelho das Taipas, Sport Digital
Desporto
Atlético Clube de Gonça, Blog do Atlético Clube de Guimarães, Brito Sport Clube, Clube Caçadores das Taipas, Grupo Desportivo e Recreativo "Os Amigos de Urgeses",Grupo Desportivo União Torcatense, Moreirense Futebol Clube, Vitória Sport Clube de Guimarães, Associação de Xadrez do Distrito de Braga
Turismo
Zona de Turismo de Guimarães, Turipenha, UNESCO – Património Mundial - Centro histórico de Guimarães, Hotel de Guimarães


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