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Karl Genzken
Karl Genzken (* 8 de junho de 1895 em Preetz /Holstein; 10 de outubro de 1954 em Hamburgo) foi médico, Tenente-General da Waffen-SS e chefe do serviço de saúde da Waffen-SS. Fez parte dos 23 acusados pelo "Tribunal de Nürnberg" no Processo médico de Nürnberg.
Índice
Formação
Karl Genzken iniciou seus estudos da medicina no ano de 1905 em Marburg an der Lahn, realizou o estágio (Praktikum) em hospital de Plauen e pós graduou-se em Kiel no ano de 1912. Doutorou-se e ingressou no serviço de saúde da marinha alemã onde permaneceu até o final da Primeira Guerra Mundial.
Entre 1919 e 1934 manteve um consultório médico. Em 07 de julho de 1926 ingressou no NSDAP(associado n. 39.913), e em 5 de novembro de 1933 tornou-se membro da Schutzstaffel sob o n. 207.954. Em 1934 tornou-se oficial do serviço médico da marinha, e posteriormente serviu com médico-senior (Oberarzt) no Hospital da SS em Berlim.
Em 01 de fevereiro de 1937 Genzken assumiu, como sucessor de Friedrich Karl Dermietzel, a direção da divisão de saúde das unidades das SS-Totenkopfverbände.
Segunda Guerra Mundial
Entre 1939 e 1940 criou o serviço de saúde de uma divisão da SS e em 1942 assumiu a chefia do serviço de saúde da Waffen-SS. Em 01 de setembro de 1943, o Reichsarzt SS Ernst Grawitz retirou de Genzken e transferiu a supervisão do Instituto de Higiene do Dr. Joachim Mrugowski para sua responsabilidade direta. Assim Genzken passou a dedicar-se exclusivamente ao acompanhamento das tropas combatentes da Waffen-SS.
Pós-Guerra
O processo médico de Nürnberg
Karl Genzken com mais 22 acusados foi réu no “Processo médico de Nürnberg”. Este processo médico fez parte do “Processo de Nürnberg”, que foi realizado entre 20 de novembro de 1945 e 14 de abril de 1949 por um tribunal militar norte-americano, auto intitulado “Tribunal Militar Internacional”. Teve como alvo autoridades do regime nacional-socialista alemão. Os processos inseriram-se nas políticas de “reeducação” da mentalidade alemã, levadas a cabo após a rendição incondicional das Forças Armadas alemãs (Wehrmacht) ao final da Segunda Guerra Mundial.
A acusação
Os argumentos para a acusação de Karl Genzken foram:
- A chefia do serviço de saúde da Waffen-SS
- A sua patente de Tenente-General (Gruppenführer) da Waffen-SSJoachi
- Sua posição hierárquica em relação aos Dr. Erwin Ding-Schuler e Prof. Dr. Joachim Mrugowski do Instituto de Higiene da Waffen-SS. Este profissionais, por sua vez, foram acusados por experimentos médicos com voluntários do Campo de Concentração Buchenwald, nas pesquisas para a elaboração de soro contra o tifo.
A condenação e redução da pena
Em 20 de agosto de 1947, Karl Genzeken foi julgado culpado por crimes de guerra, e condenado à prisão perpétua, porém, o início do conflito de interesses entre a União Soviética e os Estados Unidos da América pela hegemonia mundial do pós guerra, denominado de “Guerra Fria”, resultou em benefício a Karl Genzken e os demais condenados à detenção. A ameaça comunista no leste mostrou aos EUA a necessidade de estabelecer um elemento capitalista a bloquear os interesses expansionistas soviéticos na Europa, o que foi providenciado com o restabelecimento da economia alemã sob tutela americana (Plano Marshall).
No âmbito desta guinada dos interesses americanos em relação à Alemanha, reduziu-se as penas dos condenados à prisão em Nürnberg. Assim, em face ao perigo bolchevique, a gravidade real das ações dos condenados no Tribunal de Nürnberg reduziu-se considerávelmente, o que mostra per si a parcialidade do Tribunal, cuja encenação teve como objetivo mostrar ao mundo o novo poder a estabelecer o rumo da política internacional a partir de então.
Com a crescente influência soviética no pós-guerra instalou-se o confronto ideológico pela hegemonia mundial. Os EUA viram a necessidade da existência e da subserviência da Alemanha em defesa do capitalismo. Redefiniu os rumos da sua política de ocupação. Em 31 de janeiro de 1951 o alto comissário dos EUA John McCloy procedeu à alteração das penas. Karl Genzken teve sua pena reduzida para 20 anos de detenção, e foi finalmente libertado em 15 de abril de 1954. Faleceu em 10 de outubro de 1957 em Hamburgo.
Referências
Literatura
- François Bayle: Croix gammee contre Caducee. Les experimentes humaines en Allemagne pendant la Deuxieme Guerre mondiale. o. O. 1950.
- Ulrich-Dieter Oppitz: Medizinverbrechen vor Gericht. Erlangen / Jena 1999.