Siegfried Handloser

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Siegfried Handloser

Siegfried Handloser (* 25 de março de 1885 em Konstanz, Alemanha; † 3 de julho de 1954 em Munique) foi médico, Chefe do Sistema de Saúde da Wehrmacht (Forças Armadas Alemãs) durante a Segunda Guerra Mundial. Com a capitulação incondicional da Wehrmacht, foi um dos réus no Processo médico de Nürnberg

Vida

Handloser ingressou em 1904 na Kaiser-Wilhelm-Akademie em Berlim, obteve a licenciatura e tornou-se médico-assistente. Desde o inicio de seus estudos médicos, Handloser estava a cargo do exército alemão. Fez seu doutoramento em 1911 com um trabalho sobre o “tratamento específico do Typhus abdominalis” („Spezifische Behandlung des Typhus abdominalis“. ) Em junho de 1912 foi promovido a Oberarzt (médico-senior) e serviu durante a Primeira Guerra Mundial ao exército alemão como médico sanitarista. Após a Primeira Guerra Mundial desenvolveu suas atividades médicas na Clinica médica da Universidade de Giessen.

Em 1928 Siegfried Handloser ascendeu a Oberstabsarzt e iniciou suas atividades no Serviço de Inspeção Sanitária do Exército no Ministério da Defesa. No ano de 1932 foi promovido a Heeresgruppenarzt III em Dresden. Em 1938 foi transferido para Viena e em 1939 foi nomeado Professor-Honorário.

Segunda Guerra Mundial

Ao inicio da Segunda Guerra Mundial, Handloser atuou como médico do exército (Armeearzt) até ser transferido em novembro de 1940 para o Serviço de Inspeção Sanitária do Exército.

Em 01 de fevereiro de 1941 sucedeu seu superior hierárquico, Dr. Anton Waldmann na posição de Inspetor de Saúde do Exército (Heeressanitätsinspektor). Em seguida foi nomeado a Médico do Exército (Heeresarzt) no Alto Comando do Exército (Oberkommando des Heeres). A partir de 28 de julho de 1942, na posição de Generaloberstabsarzt, Handloser exerceu o cargo de Chefe do Sistema de Saúde das Forças Armadas no Alto Comando das Forças Armadas (OKW-Oberkommando der Wehrmacht), cargo que englobava os sistemas de saúde da Wehrmacht (Exército), da Luftwaffe (Força Aérea) e da Kriegsmarine (Marinha), além de partes da Waffen-SS que, como combatentes, estavam subordinadas às Forças Armadas.

Pós-guerra

O Processo médico de Nürnberg

Siegfried Handloser, com mais 22 acusados, foi réu no Processo médico de Nürnberg, que fez parte do “Processo de Nürnberg” , ou "Tribunal de Nürnberg", realizado entre 20 de novembro de 1945 e 14 de abril de 1949 por um tribunal militar norte-americano, auto intitulado “Tribunal Militar Internacional”. Teve como alvo autoridades do regime nacional-socialista alemão. Os processos inseriram-se nas políticas de “reeducação” da mentalidade alemã, levadas a cabo após a rendição incondicional da Alemanha ao final da Segunda Guerra Mundial.

Siegfried Handloser foi enquadrado como réu no “Tribunal de Nürnberg” em todos experimentos "julgados":

  • Os testes hipobáricos entre março de agosto de 1942 no Campo de concentração Dachau.
  • Os testes referentes a hipotermia entre agosto de 1942 e março de 1943 no Campo de concentração Dachau.
  • Os testes com soro anti-malária entre fevereiro de 1942 e abril de 1945 no Campo de concentração Dachau.
  • Os testes com sulfonamida entre julho de 1942 e setembro de 1943 no campo de concentração Ravensbrück.
  • Os testes de dessalinização da água do mar entre julho de setembro de 1944 no campo de concentrração Dachau.
  • Os testes de soro anti-tifóide entre dezembro de 1941 e fevereiro de 1945 nos campos de concentração Buchenwald e Natzweiler.
  • Os testes de soro anti-icterícia entre junho de 1943 e janeiro de 1945 nos campos de concentração Natzweiler e Sachsenhausen.

Durante os primeiros interrogatórios ao inicio do processo, foi dado conhecimento a Handloser dos documentos referentes às experiências sob julgamento. Nesta ocasião um oficial estadunidense expôs-lhe a situação no seguinte sentido:

“ O senhor é o chefe do Sistema Sanitario e de Saúde das Forças Armadas. Se tinha conhecimento das experiências indevidas ou não, implica em nada. Como chefe era responsável por tudo. Não venha com a desculpa de que o mesmo ou algo parecido aconteceu em outras Nações. Isto não vem ao caso. Quem esta sendo acusado são os alemães, não os outros.”

Em suas palavras finais Handloser afirmou que, como médico, suas ações sempre se pautaram pelos princípios Scientiae, Humanitate e Patriae.

A condenação

Em 19 de julho de 1947 Handloser foi julgado culpado por co-responsabilidade nos experimentos referentes à hipotermia, à sulfonamida e ao tifo. A pena aplicada foi de prisão perpétua. O tribunal estabeleceu que Handloser, na sua posição como chefe do sistema de saúde das Forças Armadas, tendo ou não conhecimento dos experimentos, deveria impedir as pessoas sob seu comando de cometer ações contrárias às leis marciais.