Robert Brasillach

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Robert Brasillach (31 Março 1909 – 6 Fevereiro 1945), foi um escritor, jornalista e critico de cinema francês, fuzilado pela sua posição durante a Segunda Guerra Mundial.

Vida e Obra

Nascido em Perpignan, a 31 de Março de 1909 e fuzilado com 36 anos, a vida de Robert Brasillach reveste-se de tons poéticos que fazem do seu drama um mito e um exemplo a seguir. As suas primeiras colaborações literárias remontam à idade de 15 anos, na sua terra natal, tendo mudado para Paris em 1925, onde cursou Filosofia. Escreve em diversas publicações até que é nomeado responsável pela secção literária do jornal Action Française. Em 1932 publica Le Voleur d’Étincelles. Colabora mais tarde no Candide e finalmente no Je suis partout, do qual será chefe de redacção em 1937. Escreve muito e as obras sucedem-se umas atrás das outras: a monumental Histoire du Cinema realizada com Maurice Bardéche, obras de teatro como Domrémy (1933), romances, entre os quais, Comme le temps passe, Le marchand d’oiseaux, Les sept couleurs, ou ensaios como Une génération dans l’orage ou Journal d’un homme occupé. Brasillach é, no período que antecede a guerra, um jovem poeta brilhante, dotado de uma evidente capacidade para a escrita e que se destaca na Paris da época. Com Cousteau, Rebatet, Bardèche, Drieu, é o mais representativo de uma geração inquieta, jovem, decidida e sem nenhum temor do compromisso político.

Viajante infatigável, percorre várias vezes a Espanha na companhia de amigos tornando-a presente em muitas das suas obras. «Os homens do nosso tempo encontraram em Espanha o lugar de todas as audácias, de todas as grandezas e de todas as esperanças», escreve no livro Histoire de la guerre d’Espagne que viveu pessoalmente nas trincheiras madrilenas. Das suas viagens pela Alemanha recolhe várias impressões («Não recordo ter visto espectáculo mais prodigioso», diz sobre os Congressos de Nuremberga) da revolução nacional-socialista em diversas reportagens e livros como Cent heures chez Hitler (1937). Na Bélgica, simpatiza com o rexismo, e publica um livro sobre Léon Degrelle. É por essa altura que escreve: «Sabíamos muito bem que nada se constrói sem luta, sem sacrifício, sem sangue. Não temos nenhum interesse no sistema capitalista... É assim que nasce o espírito fascista».

Porém, é sobretudo em torno do Je suis partout que toda esta geração toma consciência da sua postura filosófica e política, num entroncar com os fascismos de todo o mundo e simultaneamente com a reafirmação da nacionalidade francesa. Brasillach recorda esses tempos assim: «Para nós, o fascismo não era uma doutrina política, nem uma doutrina económica. Não era a imitação do estrangeiro e as nossas comparações com os fascismos estrangeiros convenciam-nos, cada vez mais, da nossa originalidade nacional. Mas o fascismo é um espírito. Antes de mais, um espírito anti-conformista, anti-burguês. É um espírito oposto aos preconceitos, tanto de classe como qualquer outro. É o espírito genuíno da amizade, que nós quisemos elevar a amizade nacional».

Eminente crítico literário e homem de profunda cultura, a poesia percorre todas as suas obras, chegando a penetrar na sua própria vida, de forma quase novelesca. No Je suis partout descreve os fascistas da seguinte forma: «Estão aqui e pela força dos factos são jovens. Alguns sofreram a guerra quando eram crianças, outros, as revoluções nos seus países, todos, a crise. Sabem o que é a sua nação e o seu passado, crêem no futuro. Vêem brilhar, ante si, sem cessar a chama imperial. Desejam uma nação pura, uma história pura, uma raça pura. Gostam de viver juntos nessa imensa reunião de homens, na qual os exércitos e as massas parecem as pulsações de um enorme coração. Não crêem na ditadura do lucro, não têm dinheiro nem o ambicionam, ignoram a banca e os juros. Não acreditam nas promessas do liberalismo, nem na igualdade dos homens, nem na vontade do povo».

Alistado em 1940 no exército francês, é internado num campo de concentração, após a derrota, até Março de 1941. Ali compreende que a França e a Alemanha lutam pelo mesmo. Em Junho desse mesmo ano, escreve no Journal d’un homme occupé: «Não, esta guerra tem de ter um sentido. Tem para a Alemanha. Vai ter para a Europa. Tê-lo-á, também, para nós, na condição que a luta contra o comunismo marxista se converta na luta por um nacional-socialismo francês».

Após dois meses como comissário-geral do cinema no Governo provisório francês volta ao Je suis partout. Na Paris ocupada, a sua actividade é crescente até abandonar definitivamente o jornal em 1943. Por essa ocasião escreve: «A cultura de um povo não é conhecer mais ou menos coisas: deixemos essas falsas ambições para a Rússia soviética ou para a América. É estabelecer uma ampla corrente de símbolos imediatamente compreensíveis, é compreender-se a si mesmo».

Em 1944, com a entrada das tropas aliadas, prendem a mãe de Brasillach e outros familiares para forçarem este a entregar-se. Em 19 de Janeiro de 1945 inicia-se um estranho processo em que se acusa Brasillach não se sabe bem do quê: colaboração com o inimigo, escritos a favor da Alemanha, frases vagas sem apoio concreto. As actas do julgamento resultam numa paródia. No final, só o podiam acusar das próprias ideias, que sempre manteve, e só por elas condenaram-no à morte.

De Gaulle prefere ignorar um pedido de clemência assinado pela quase totalidade dos intelectuais franceses de todas as tendências políticas (Valéry, Mauriac, Claudel, Maulnier, Cocteau, Camus, Honnegger, Vlaminck, Aymé, Colette, Marcel, Derain, etc.). Na prisão, enquanto espera a morte, ainda escreve as suas últimas obras, nas quais se destacam os imortais Poèmes de Fresnes, autêntico testamento de um poeta inesquecível.