João Maurício de Nassau-Siegen

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João Maurício de Nassau

João Maurício de Nassau-Siegen (Johann Moritz von Nassau-Siegen) cognominado "o Brasileiro" (* 17 de junho de 1604 em Dillenburg, condado de Nassau - Alemanha; † 20 de dezembro de 1670 em Cleves - ibidem), foi Governador-Geral da possessão neerlandesa Nieuw-Holland (Nova Holanda) no Nordeste do Brasil, de 1637 a 1644.

Vida

João Maurício era filho do conde João VII de Nassau e de Margarida de Holstein, princesa de Holstein-Sonderburg. Em 1606, a família transferiu-se para Siegen, onde ele passou sua infância. Foi instruído inicialmente pelo seu pai, freqüentando depois a escola de Siegen. Em 1614, aos dez anos, foi enviado à universidade de Basiléia, na Suíça, indo, em 1615, para Genebra. Do início de 1616 até 1619 ele viveu em Kassel, onde continuou seus estudos no Collegium Mauritianum. Ali, ele aprendeu o francês, o italiano, e o espanhol (que lhe foi útil no Brasil), além de retórica, história, filosofia, teologia, astronomia e matemática, essencial à arte militar. O colégio também ensinava aos seus alunos aristocráticos montaria, música, dança e esgrima.

Durante a Guerra dos Trinta Anos Nassau destacou-se em diversas campanhas.

Em 1632, iniciou a construção de um palácio em Haia. Seus compromissos financeiros para a conclusão da obra convenceram-no a aceitar o convite da Companhia das Índias Ocidentais para assumir o governo político e militar no Brasil, com o título de governador e comandante-em-chefe e uma ótima remuneração. Maurício de Nassau chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637. A sua comitiva era composta de pintores, escultores, astrônomos, arquitetos e outros cientistas, sendo recebido com alegria não apenas pelos holandeses como pelos próprios civis luso-brasileiros, esperançosos de dias melhores, já que a colônia encontrava-se num estado lamentável, predominando a desordem e a corrupção.

Nassau no Brasil

A ocupação holandesa conseguira estabelecer-se no litoral do nordeste do Brasil em 1630, fundando a possessão Nova Holanda (Nieuw-Holland). Até 1654 a cidade de Recife foi o centro administrativo da colônia. A Companhia das Indias Ocidentais (West- Indische Compagnie) firmara com a República dos Países Baixos Unidos um contrato para a exploração dos recursos, e a tarefa de Nassau era consolidar a colônia, defendê-la e fomentar o comércio. A ação de Nassau foi convincente, tanto no âmbito militar como econômico. Aumentou consideravelmente a área ocupada pelos soldados da Companhia das Indias Ocidentais. Durante algum tempo, a Nova Holanda abrangia um território que ia desde a atual São Luiz do Maranhão, passando por Fortaleza, Paraíba e Sergipe, até a Ilha de Itaparica na Bahia. Nassau tratou de desbravar o interior e projetou, no Recife, a cidade Maurícia ou Mauriciópolis, construída para ser o centro do poder no Brasil. Promoveu melhorias urbanas, calçou ruas com pedras, proibiu o tráfego de carros de boi para não destruir as vias, criou um corpo de bombeiros voluntário, implantou o imposto territorial urbano, construiu casas e pontes, dois palácios suntuosos como o Palácio de Friburgo, que servia de residência ao governador e possuía um aviário, um jardim zoológico e um jardim botânico. Restabeleceu a produção da capitania quando ofereceu empréstimos para recuperação dos engenhos de açúcar; determinou que a justiça fosse igual para todos, holandeses ou moradores da terra; respeitou as diferentes crenças religiosas; financiou a compra de novos escravos, mesmo sendo contra a escravidão, porém proibiu o trabalho dos negros aos domingos, assim como a separação dos casais na hora da venda.

Volta à Europa

Entretanto, aos senhores da Companhia isto tudo não agradava. Estavam interessados apenas no açucar, no pau-brasil e nos dividendos da empresa comercial. Embora João Maurício tenha tido sucesso com sua política, e a colônia Nieuw-Holland vivesse em paz, a Companhia revocou-o em 1644, da função de governador-geral. Nassau constituia um luxo, que a Companhia não mais estava disposta e manter. Economicamente podia ter sido uma decisão acertada, mas política- e militarmente os senhores diretores da Companhia calcularam mal. Após a saída de João Maurício a colônia esfarelou-se. Os portugueses conquistavam uma cidade após outra. Em 1654 a Companhia das Índias Ocidentais não possuía mais terras no Brasil.

Após sua revocação, João Maurício retornou ao serviço militar holandês e foi nomeado marechal-de-campo. Em 1657 foi nomeado lugar-tenente por Frederico Guilherme, o Grande Eleitor (Friedrich Wilhelm, der Grosse Kurfürst) nos territórios de Brandenburgo.

Em seu paço, em Cleves, ocupou-se como construtor e paisagista. Faleceu em 1679 em Bergendael, próximo a Cleves. Seu jazigo encontra-se em Siegen.

Referências