Rheinwiesenlager

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Rheinwiesenlager às margens do Rio Reno
Vista aérea de um campo do Rheinwiesenlager
Campo de Rheinwiesenlager

Rheinwiesenlager, traduzido para "Campos (de concentração) dos prados do rio Reno" era um complexo de aproximadamente 20 campos de concentração montados pelos EUA ao final da Segunda Guerra Mundial, ao longo do rio Reno na Alemanha e destinados a mais de 3,4 milhões de prisioneiros alemães. Conforme dados oficiais dos EUA faleceram nestes campos apenas 5.000 pessoas, porém relatos independentes (James Bacque) mencionam a quantidade mínima de 1.000.000 de mortes. Outras pesquisas relatam em torno de 750.000 mortes. [1]

O planejamento dos campos

Já em março de 1943, os EUA tinham conhecimento do grande número de prisioneiros de guerra alemães a serem assumidos na probabilidade da vitória das forças aliadas. Existia a necessidade de promover a subsistência de um grande número de alemães prisioneiros, com os inconvenientes financeiros e logísticos decorrentes da manutenção de um complexo que oferecesse condições humanas a milhões de detidos. Com estas considerações do Estado-Maior do comandante supremo Dwight D. Eisenhower, decidiu-se que os prisioneiros decorrentes da rendição das Forças Armadas alemãs (Wehrmacht) não seriam tratados de acordo com a Convenção de Genebra de 1929 como prisioneiros de guerra, e sim como Surrended Enemy Personnel-SEP, pelos britânicos, e Disarmed Enemy Forces-DEF (forças inimigas desarmadas) pelos norte-americanos. Com esta classificação não seria necessário garantir-lhes os direitos assegurados aos Prisoners of War-POW, (prisioneiros de guerra), ditadas pela Convenção de Genebra de 1929. Com este subterfúgio livraram-se as forças aliadas de obrigações humanitárias a que estavam submetidas, podendo também utilizar os prisioneiros em trabalhos forçados para o exercito dos EUA, o que seria vedado caso fossem considerados prisioneiros de guerra (Haager Landskriegordnung, art 20) uma vez que teriam que ser repatriados ao final do conflito. Havia também sido acordado pelos EUA e Grã-Bretanha que cada qual assumisse metade dos prisioneiros, os quais, classificados como SEP ou DEF, seriam alocads em trabalhos forçados.

A realidade dos campos

A montagem dos campos

Inicialmente os EUA e Grã-Bretanha planejaram transladar os prisioneiros até a Inglaterra, porém devido ao seu grande número, preferiram viabilizar os campos na própria Alemanha. Com a capitulação alemã houve 3,4 milhões de alemães aprisionados pelos EUA. Dado esta enorme quantidade, a Grã-Bretanha recusou-se a cumprir o acordo em assumir a metade dos prisioneiros, ficando o total sob o comando dos EUA, que instalou aproximadamente 20 campos ao longo da margem esquerda do rio Reno, na Alemanha.

A instalação dos campos estendeu-se de abril a junho de 1945. Eram de construção padronizada, que consistia em delimitar uma área em cada povoado que estivesse provido de linha férrea. Beirando a estação ferroviária era cercada uma área maior com cercas farpadas e postos de vigilância. Subdividiu-se estas áreas em 10 a 20 campos para respectivamente 5 a 10 mil presos.

As condições de sobrevivência nos campos

Os campos nao continham abrigos, tendo os presos que cavar buracos no chão para o seu resguardo. A organização interna dos campos não era assumida pelos americanos, sem que no entanto fossem dadas condições materiais (instalações, etc) aos alemães para se auto-administrarem. As condições destas áreas cercadas a céu aberto, sujeitas a chuvas, enlameadas, com os detidos vivendo em buracos no chão, eram catastrofais.

A alimentação, quando fornecida, o era em intervalos irregulares e em quantidade insuficiente. Rações constituidas por um pão para 25 pessoas eram distribuidas com irregularidade. Falta de alimentação, ausência de atendimento médico, ausência de saneamento básico, excesso de umidade, hipotermia e um sem número de males foram fatores que levaram milhares de pessoas, entre elas crianças, mulheres e não combatentes à doença e à morte.

Os prisioneiros sofriam processos de triagem de acordo com suas condições físicas. Mulheres e crianças podiam ser libertadas, tanto como determinados grupos profissionais utilizáveis nos trabalhos forçados desejados pelos aliados : trabalhadores agrícolas, motoristas, mineradores e outros.

A rejeição à ajuda

Por incapacidade e desleixo intencional, as condições de vida nos campos eram sub-humanas e favoreciam a morte dos prisioneiros em grande quantidade.

Pelo fato do descalabro das administrações dos campos configurarem crime contra a humanidade, as forças aliadas procuraram manter as reais condições dos campos em sigilo. Assim mesmo houve vazamentos de informações sobre as condições dos campos, pelo que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha organizou o envio de gêneros alimentícios e medicamentos. A tentativa de ajuda não obteve êxito, pois à Cruz Vermelha foi impedido o acesso aos campos. Por ordem de Dwight D. Eisenhower, as doações foram rejeitadas com o falso argumento de serem desnecessárias, por ausência de penúria nos campos.

À população circunvizinha também era vedada a doação de alimentos, sob pena de fuzilamento sumário. Prisioneiros em fuga eram abatidos a tiros.

A participação francesa e inglesa

A França apresentou ao quartel-general das forças aliadas no noroeste da Europa (SHAEF), a exigência de que lhe fossem concedidos 1,75 milhão de trabalhadores forçados. Atendida a exigência, o controle dos prisioneiros foi transferido à França. Tal qual a França, também a Grã-Bretanha recebeu sua cota de trabalhadores. Paulatinamente os campos foram desativados, sendo o último, o localizado em Bad Kreuznach, que serviu até 1948 como campo auxiliar para prisioneiros que retornavam da França.

A morte programada nos campos

De acordo com declarações oficiais dos EUA, pereceram nestes campos aproximadamente 5 mil alemães. Estimativas independentes porém indicam numeros diferentes.

Estudos de James Bacque chegam a mais de um milhão de mortos sòmente no primeiro ano após o fim do conflito. Entre os mortos encontravam-se mulheres, crianças e não combatentes em geral. Os EUA são acusados de terem promovido intencionalmente um genocídio que se constitue num nos mais acobertados e dissimulados crimes humanitários dos tempos modernos.

Estimativas publicadas

James Bacque, autor canadense nascido em 1929 tornou-se conhecido por seus estudos sobre os prisioneiros de guerra alemães feitos pelos EUA. Autor independente, não vinculado ao sistema globalizado de opinião (Mainstream-meaning), publicou livros a partir de 1989 nos quais analisa os bastidores da política aliada, em relação às questões humanitárias na Segunda Guerra Mundial. Conforme seus estudos, houve centenas de milhares de mortes não oficializadas, vítimas das condições sub-humanas em que os campos foram intencionalmente mantidas no período anterior ao vazamento dos fatos ao conhecimento público.

Em defesa dos aliados, Brigitte Bailer-Galanda, nascida em 05 de março de 1952, historiadora vinculada ao Movimento Judeu, dirigente do Wiener Wiesenthal Institut für Holocaust Studien (VWI) rebate os estudos de James Bacque. Citando Albert E. Cowdrey, escritor de ficção científica, alega que haveria apenas 56.585 soldados desaparecidos após as últimas operações de guerra, defendendo este número como sendo o total das vítimas dos campos.

Arthur L. Smith, autor norte-americano, porém cita: O sofrimento causado pelos americanos, os maus tratos que levavam à morte, e as condições sub-humanas generalizadas a que estavam submetidos os prisioneiros de guerra alemães nos campos do Reno consistiam-se num crime de guerra. O ocorrido é um capítulo vergonhoso e desonroso na História, nunca investigado pelo governo Norte-Americano.

Os campos do Rheinwiesenlager

(Em ordem alfabética)

  • Andernach
  • Bad Kreuznach
  • Biebelsheim
  • Böhl-Iggelheim
  • Brüderich
  • Dietersheim
  • Dietz
  • Hechtsheim
  • Heidesheim
  • Heilbronn
  • Koblenz
  • Ludwigshafen
  • Remagen
  • Rheinberg
  • Siershahn
  • Sinzig
  • Urmitz
  • Wicktrathberg
  • Winzenheim/Bretzenheim

Filme sobre Rheinwiesenlager

Veja também

Campo de concentração

Referências

Em alemão ou inglês

Na internet

Livros

  • James Bacque, Verschwiegene Schuld. Die alliierte Besatzungspolitik in Deutschland nach 1945, Editoria Pour le Mérite, Selent 2002, ISBN 3-932381-246

Video

Notas de rodapé