Nacional-Anarquismo

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Estrela Nacional-Anarquista.

O Nacional-Anarquismo é uma ideologia que combina o anarquismo com o nacionalismo, as suas raízes intelectuais residem na Terceira Via, uma corrente política definida como estando além da Esquerda e da Direita, e no Eco-Anarquismo. Esta corrente política, como tal, foi cunhada por Troy Southgate em Inglaterra e alastrou para vertentes mais ou menos semelhantes que, não obstante, utilizam o mesmo nome. Outros ideólogos desta corrente política: Peter Töpfer (Alemanha), Hans Cany (França), Keith Preston (Estados Unidos da América) e Welf Herfurth (Austrália).

Os Nacional-Anarquistas vislumbram as hierarquias inerentes ao Estado e ao capitalismo como sendo opressivas e advogam uma acção colectiva (autónoma) nas linhas da identidade nacional. Citam Mikhail Bakunine, Piotr Kropotkine, Pierre-Joseph Proudhon, Leão Tolstoi, Antonio Gramsci, Bob Black e John Zerzan, entre muitas outras influências.

Histórico

Historicamente o termo nacional-anarquista data da década de 20 do séc. XX, quando Helmut Franke, escritor alemão associado ao movimento Conservador Revolucionário, o utilizou para descrever o seu ideal político, embora já anteriormente Gustav Landauer, anarquista judeu assassinado em 1919 pelos Freikorps, tivesse já cunhado as raízes comuns às diversas correntes anarco-nacionalistas existentes actualmente. No Reino Unido durante os anos 80 do séc. XX o grupo Black Ram (Carneiro Negro) promulgava ideias que descrevia como nacional-anarquistas e anarco-nacionalistas. Contudo, a actual utilização do termo está directamente ligado à recuperação deste pelo nacional-anarquista francês Hans Cany, que o utilizou pela primeira vez no início dos anos 90 do século XX bem como os termos nacional-libertário e anarco-identitário. Por volta da mesma altura, Richard Hunt abandonava a comissão editorial da revista Anarquista Verde, devido a diferenças de estratégia política, e fundava a sua própria revista, Alternativa Verde. Graças à política editorial mantida pela Alternativa Verde de publicar artigos oriundos de activistas de todo o espectro político, os restantes elementos da revista Anarquista Verde acusavam constantemente Hunt de apoiar ideias fascistas ao mesmo tempo que o autor e activista esquerdista Stewart Home acusava ambas as revistas, Alternativa Verde e Anarquista Verde, de apoiarem o ecofascismo.

Em meados dos anos 90, Troy Southgate, ex militante da Frente Nacional britânica e da Terceira Posição Internacional, começou a aproximar-se da corrente eco-anarquista de Hunt, fundindo-a com o separatismo racial (característica da corrente nacional-anarquista anglo-saxónica espalhada pelo Reino Unido, Canadá, EUA e Austrália embora repudiada pelas restantes correntes europeias, que se focam na diferenciação cultural em vez de nas diferenças raciais) criando uma nova vertente nacional-anarquista. Em 1998 Southgate fundava a Facção Nacional Revolucionária (FNR), ocupando a posição de secretário-nacional. Durante algum tempo fez também parte do conselho editorial da revista Alternativa Verde. Posteriormente, Southgate abandonou por completo o conceito de grupo sustentado por células revolucionárias e, em 2003, a FNR era descontinuada, pouco depois de tanto ele como outros indivíduos associados à FNR se envolverem no fórum contracultural Círculo da Rosa Negra, sediado no Reino Unido.

Bases ideológicas

Os nacional-anarquistas consideram as hierarquias inerentes ao governo e ao capitalismo como opressivas. Advogam a acção colectiva organizada com base nas nacionalidades, nas identidades e no tribalismo e defendem uma ordem social descentralizada na qual indivíduos que pensem de igual modo possam, se o desejarem, manter comunidades autónomas.

O nacional-anarquismo partilha com todas as correntes anarquistas o desejo de uma reorganização das relações humanas, com a ênfase da substituição das estruturas hierárquicas do governo e do capitalismo com estruturas locais, comunitárias.

O conceito revolucionário conservador do Anarca é um conceito central do nacional-anarquismo.

Os nacional-anarquistas consideram o liberalismo como sendo a principal causa do declínio social das nações e das identidades culturais. Rejeitam também o comunismo e o fascismo como sendo modelos de governo estadistas e totalitários.

Autonomia e separatismo

De acordo com Keith Preston, os nacional-anarquistas advogam um modelo de sociedade no qual as comunidades que pratiquem o separatismo étnico, religioso ou de orientação sexual possam coexistir ao lado de comunidades mistas ou integracionistas sem a utilização da força. Estas “zonas autónomas” podem coexistir com as suas próprias regras referentes a residência permanente na comunidade sem as rígidas divisões raciais e a violência advogada pelos nacionalismos racistas. Os nacional-anarquistas consideram o genocídio, o homicídio e a conformidade social como sendo desnecessários, tirânicos e uma afronta às pessoas de mentalidade libertária.

Alguns proponentes do nacional-anarquismo afirmam que o separatismo racial pode ser obtido sem o ódio racial e o ideal retrógrado das supremacias raciais. Southgate defende que os nacional-anarquistas anglo-saxónicos são separatistas raciais que se opõem à miscigenação mas que não tentam fazer impor os seus pontos de vista a terceiros. “Procuramos o nosso próprio espaço no qual possamos viver de acordo com os nossos princípios”.

As correntes alemã, francesa, espanhola e portuguesa por sua vez consideram que as diferentes comunidades devem assentar profusamente em identidades culturais, não tendo a mesma ênfase racial que a corrente anglo-saxónica e demarcando-se desta quando surge esta questão.

Áreas humanamente pouco desenvolvidas e zonas fronteiriças seriam mantidas colectivamente e seriam estabelecidas zonas livres que permitissem o comércio e a partilha entre as diferentes comunidades seriam estabelecidas com o acordo de todas as partes envolvidas.

Divisão entre as correntes

Com a criação da Nova Direita inglesa por parte de Troy Southgate e difusão da etiqueta por todo o espaço anglo-saxónico (EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália) as correntes menos jornalisticamente interessantes (Portugal, Espanha, Alemanha e França) do nacional-anarquismo viram-se reféns da estratégia e da mistura de conceitos, alianças e recrutamento de nacionalistas racistas por parte dos partidários dessa corrente, encarada como uma profunda regressão ideológica e uma autosabotagem flagrantes que estão a deitar por terra o bom nome do nacional-anarquismo e as relações de militância mantidas com correntes anarquistas convencionais praticadas pelas correntes existentes nestes países, sendo as excepções Keith Preston e o colectivo Folk & Faith que se mantêm fieis ao pioneirismo nacional-anarquista original.

Bibliografia

Consulte também

Ligações externas