Saint-Loup

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Saint-Loup

Saint-Loup, pseudônimo de Marc Augier (* 19 de março de 1908 em Bordeaux (França); † 16 de dezembro de 1990 em Paris, ibidem), alpinista, motociclista, explorador e soldado que se lançou impetuosamente em todas as aventuras do século XX, foi um jornalista e escritor francês.

Juventude

Marc Augier cresceu em meio social confortável. Toda sua infância se passou no porto de Bordeaux. Em 1926, com o bacharelado obtido, iniciou os estudos de direito na faculdade de Bordeaux lançando-se também ao jornalismo, primeiro no "La Dépêche du Midi". No tempo livre realizava reportagens no exterior em condições rudes. Em 1931, no Marrocos, por ocasião de uma reportagem sobre a pacificação do Tafilalet," convive com os legionários numa barraca de campanha, (...) atravessa de motocicleta o Saara Ocidental até Colomb-Béchar. Na volta visita o Atlas onde sulca os cumes da montanha montado em sua máquina a mais de 4 000 metros de altitude" (Philippe Conrad).

Profundamente pacifista, Marc Augier se identificou com a política da Frente Popular. Nas fileiras da SFIO (Section française de l'internationale ouvrière) oferecia-se-lhe uma bela carreira. Passou a dirigir os Albergues da Juventude, empreendendo viagens por toda Europa, inclusive pela Alemanha, onde fez contato com os responsáveis pela Juventude Hitlerista e descobriu com grande prazer este país, ainda que não nutrisse nenhuma simpatia pelo seu regime. Por ocasião de uma viagem a Nova Iorque, para o Congresso Mundial da Juventude, de 1938, iniciou-se a transformação política de Marc Augier. Assombrado com a hostilidade declarada à Alemanha e as acusações mentirosas a ela e seus aliados, decidiu distanciar-se da SFIO.

Os Jovens da Nova Europa

O elemento desencadeador para o futuro Saint-Loup foi seu encontro com Alphonse de Chateaubriant‎. A influência do autor de "La Gerbe des forces" (1937) mudou seu ponto de vista sobre a Alemanha de modo radical. Em viagem pela Grécia quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial o pacifista Marc Augier poderia ter-se mantido à margem do conflito. Entretanto decidiu voltar à França. Após a derrota de junho de 1940 Marc Augier se lançou ao jornalismo político. Junto com seu velho mestre Châteaubriant fundou "La Gerbe", um jornal germanófilo, nacional-socialista e favorável ao colaboracionismo. Entretanto, era a favor de colaborar com o nacional-socialismo, mas não com a Alemanha em Paris; temia a "collaberration". Na edição de La Gerbe de 6 de novembro de 1941 exprimiu sua "vontade definitiva de romper com todos os palavrórios dos colaboradores".("volonté définitive de rompre avec tous les bavardages des collaborateurs").

Participou do Grupo Colaboração (Groupe Collaboration) de onde dirigiu o setor juventude: Os Jovens da Nova Europa. Na palestra dada em 25 de outubro de 1941 no teatro do Palácio de Champs-Élisées, sob a égide dos Jovens da Nova Europa, declarou: "O que me interessa na Alemanha nacional-socialista e na sua ação, é ùnicamente o socialismo. Sou francês, e continuarei sendo francês. Mas não quero ser cidadão de um estado burguês e reacionário. Para edificar o socialismo na Europa estou disposto a fazer uma aliança com o próprio diabo".

Por isso, quando em 1941 a Alemanha atacou a União Soviética, alistou-se imediatamente na Legião dos Voluntários Franceses (LVF). Queria ter seu lugar na cavalaria motorizada que se derramou sobre a União Sovética. " O combate é lá. E não nos terraços dos cafés parisienses". As razões de seu comprometimento com a LVF Marc Augier colocou-as preto no branco numa carta de 29 de outubro de 1941 endereçada a Alphonse de Châteaubriant: "Se eu aceito certos sacrifícios, participando de uma guerra, embora não ame a guerra, é porque estou convicto de que o nacional-socialismo traz enfim à Europa a realização do socialismo." ("Si je consens certains sacrifices en participant à une guerre, alors que je n'aime pas la guerre, c'est parce que j'ai la conviction que le National-Socialisme apporte enfin à l'Europe la réalisation du socialisme").

Seu comprometimento se explica portanto pela fé num verdadeiro socialismo que só poderá ser trazido pela Alemanha. "Enquanto nós nos comprazemos num verbalismo egalitário, a Alemanha tomou o rumo do socialismo da ação". Afinal, "Hitler prometeu uma paz revolucionária" para a grande Europa socialista, sonhada por Marc Augier. "Devemos portanto estar presentes nesta paz, associados a esta paz." E o único meio, bem entendido, "é participar do combate que só isto nos dará direitos". Na cruzada européia contra o bolchevismo cabe à batalha forjar os futuros dirigentes da "l'Europe Nouvelle". Correspondente de guerra para o "La Gerbe", Marc Augier combateu o bolchevismo participando de comandos contra partisans soviéticos. Depois de diversas operações foi ferido e repatriado. Para ele, a guerra na frente russa estava terminada. Entretanto, rapidamente assumiu a idéia do Combatente Europeu, órgão da LVF. Em seguida dirigiu a publicação "Devenir", já que a LVF fez parte da SS, para criar a Divisão Charlemagne.

Ao final da guerra foi condenado à morte por contumácia em 15 de novembro de 1948. Sem dinheiro, sem documentos, sem alojamento, divorciado, escondido, Marc Augier terminou seu romance "Face Nord" e assumiu o pseudônimo Saint-Loup. Conseguiu um adiantamento sobre seus direitos de autor com o editor Arthaud, e comprou uma passagem para o Rio de Janeiro, onde encontrou refúgio e proteção.

A volta à França

O exilado retornou à Europa em 1950 e usufruiu da anistia de 1951, voltando à França em 15 de maio de 1953 onde recomeçou a escrever. Publicou um romance , "A noite começa no Cabo Horn",(La nuit commence au Cap Horn) deixando de receber o prêmio Goncourt, quando o "Le Figaro Littéraire" revelou que o verdadeiro autor era Marc Augier.

Saint-Loup passou a perseguir uma carreira de escritor e jornalista, publicando diversos livros dedicados à LVF (Les Volontaires) e à Waffen-SS francesa (Les Hérétiques, Les Nostalgiques) ou belga (Les SS de la Toison d'or). Sua obra é marcada pela procura da aventura e pela superação, como pela hostilidade à filosofia cristã. Publicou diversos romances dedicados aos movimentos regionalistas e à sobrevivência do homem em ambiente selvagem. Seu último romance, (La République du Mont-Blanc) sintetiza seus temas favoritos, relatando a sobrevivência, em plena montanha, de uma comunidade que foge da mestiçagem e decadência.

Bibliografia

Ciclo Patries Charnelles

  • La nuit commence au Cap Horn, Un génocide de droit divin, Presses de la Cité, 1965, Avalon, 1986.
  • Nouveaux cathares pour Montségur, Presses de la Cité, 1969, Avalon, 1986.
  • Plus de pardon pour les Bretons, Presses de la Cité, 1971, Irminsul, 1998.
  • La République du Mont-Blanc, La Table Ronde, 1982, Irminsul, 2001.
  • Les Patries charnelles, Irminsul, 1998.

Sobre a guerra

  • J'ai vu l'Allemagne, Marc Augier, Sorlot, 1941, Le Flambeau, 1986.
  • Les Partisans, Choses vues en Russie, 1941-1942, Denoël, 1943, Irminsul, 2000.
  • Sergent Karacho, 1945, Le Flambeau, 1994.
  • Les Volontaires, Presses de la Cité, 1963.
  • Les Hérétiques, Presses de la Cité, 1965, Trident, 1986.
  • Les Nostalgiques, Presses de la Cité, 1967, Trident, 1986.
  • Le Sang d'Israël, Presses de la Cité, 1970.
  • Les voiliers fantômes d'Hitler, Aventures vécues, Presses de la Cité, 1973.
  • La Division Azul, Croisade Espagnole de Léningrad au goulag, Presses de la Cité, 1978, Trident, 1987.
  • Les SS de la Toison d'Or, Flamands et Wallons au combat 1941-1945, Presses de la Cité, 1975.
  • Le Boer attaque ! Commandos sud-africains au combat, 1881-1978, Presses de la Cité, 1981.
  • Götterdämmerung ou Rencontre avec la Bête. Témoignage 1944-1945, Art et Histoire d'Europe, 1986.
  • Préface à Opérations secrètes, Otto Skorzeny, Déterna, 2002.

Sobre a indústria

  • Renault de Billancourt, de la 1ère voiture (1898) à la 4 cv de la clandestinité, une destinée hors mesure, Amiot-Dumond, 1955.
  • Marius Berliet, l'inflexible, Presses de la Cité, 1962.
  • Dix millions de coccinelles, Presses de La cité, 1968.

Sobre a montanha

  • Face Nord, Plon, 1946, Art et Histoire d'Europe, 1986.
  • La montagne n'a pas voulu..., Arthaud, 1949, rééd. augm. 1953, Slatkine, 1978.
  • Monts pacifiques, de l'Aconcagua au Cap Horn, Arthaud, 1951.
  • Le pays d'Aoste, Arthaud, 1952.
  • La peau de l'aurochs, Plon, 1954.

Sobre as caminhadas - excursões

  • Solstice en Laponie, Marc Augier, éd. du Contadour, 1940, l'Aencre, 1995.
  • Les copains de la belle étoile, Marc Augier, Denoël 1941, Le Flambeau, 1992.
  • Les Skieurs de la nuit, Marc Augier, Stock, 1944 (refonte de Solstice en Laponie).

Outros

  • L'enfant en plein air, Aux Horizons de France, Marc Augier, éd Horizons de France, 1937, éd. Gergovie, 1998.
  • Le Roi Blanc des Patagons, éd. André Bonne, 1964.
  • Une Moto pour Barbara, Presses de la Cité, 1973.
  • La Mer n'a pas voulu... Histoires de naufrages heureux, Arthaud, 1978.
  • Le Ciel n'a pas voulu, Accidents fabuleux, Presses de la Cité, 1979 (sur l'aviation).
  • « Alphonse de Châteaubriant », Marc Augier in Les survivants de l'aventure hitlérienne (t. 1), Famot, Genève, 1978.
  • La Montagne n'a pas voulu... La Mer n'a pas voulu... Le Ciel n'a pas voulu..., Gergovie, 1998.

Referências