Charles Maurras

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Charles Maurras (20 de Abril de 1868 - 16 de Novembro de 1952) foi jornalista, político e escritor francês, dirigente e principal fundador do jornal Action Française, sendo a figura principal deste movimento. Nasceu na Provença (Martignes). Após terminar o bacharelato transferiu-se para Paris, onde rapidamente começou a colaborar em prestigiosas revistas como: « La Gazette de France », « La Revue Blanche », « Annales de Philosophie Chrétienne », « La Revue Indépendante », « Le Soleil » e « La Revue Encyclopédique Larousse ». Fundou a revista « L'Action Française » com mais quatro amigos e camaradas. Esta última transformou-se no porta-voz do chamado Nacionalismo Integral, que se baseava na defesa da monarquia tradicional, hereditária, anti-parlamentar e descentralizada.

As Ideias

As ideias centrais do pensamento político de Maurras baseavam-se num intenso nacionalismo (que ele descreveu como um “nacionalismo integral”) e na crença numa sociedade ordenada, elitista. Estas eram as bases para o seu apoio à monarquia e à Igreja Católica Romana. No entanto, Maurras não tinha qualquer lealdade pessoal à Casa de Bourbon e foi agnóstico a maior parte da sua vida. Como muitas pessoas na Europa do seu tempo, foi assolado pela ideia da decadência, em parte inspirado pelas leituras de Hippolyte Taine e Ernest Renan. Achava que a França perdera a sua grandeza com a Revolução Francesa de 1789, uma grandeza herdada das raízes clássicas romanas e desenvolvida, como disse, por “quarenta reis que fizeram a França em mil anos”. A Revolução, como escreveu no Observateur français, foi uma revolta, uma obra negativa e destrutiva. Maurras viu neste declínio o resultado do Iluminismo e da Reforma Protestante. Maurras colocou as culpas naquilo a que chamou a “Anti-França”, definida como os “quatro estados confederados de Protestantes, Judeus, Mações e estrangeiros” De facto, para si, os primeiros três já eram todos uma forma de estrangeiros internos. O Anti-Semitismo e anti-Protestantismo eram temas comuns nas suas escritas. Ele achava que a Reforma, O Iluminismo e a Revolução tinham todos contribuido para que os indivíduos se colocassem à frente da nação, com consequentes efeitos negativos nesta última. Segundo Maurras, a democracia e o liberalismo aceleravam ainda mais o processo. Apesar de que as soluções políticas que ele advogava serem não muito distantes das dos monárquicos franceses, de muitas maneiras Maurras não se incorporava na tradição monárquica na França. As suas visões eram baseadas na razão e não tanto no sentimento, lealdade e fé.

Enquanto que a maioria dos monárquicos se recusava a envolver na acção política - por esta altura muitos tinham recuado para um Catolicismo interansigentemente conservador e uma indiferença para com os acontecimentos do mundo, que eles viam agora como irremediavelmente perigosos - Maurras estava preparado para se envolver na acção política, seja ela convencional ou não (exemplo disso eram os Camelots du Roi, grupo para-militar da Action Française, que se envolvia frequentemente em violência nas ruas). Ele adoptou a frase La politique d’abord (política primeiro) como o seu slogan. As suas ideias sobre a religião também eram muito diferentes. Apoiou a Igreja Católica porque ela estava intimamente ligada com a história Fracesa e porque a sua estrutura hierárquica e distinta elite clerical eram o espelho da sua imagem de uma sociedade ideal. Ela era, na sua opinião, a argamassa que mantinha a nação unida. No entanto, o seu agnosticismo era motivo de insatisfação por partes da hierarquia católica, e em 1926 alguns dos seus livros foram incluidos no Index Librorum Prohibitorum pelo Papa Pio XI (o movimento Action Française como um todo foi condenado ao mesmo tempo) — um grande choque para muitos dos seus seguidores, incluindo um número considerável do sacerdócio francês. A condenação foi no entanto levantada em 1938, o mesmo ano em que Maurras foi eleito para a Académie française.

Após Segunda Guerra Mundial, durante a fase de "Libertação", Maurras foi detido e condenado, em 27 de Janeiro de 1945, a prisão perpétua por "cooperação com o inimigo", mesmo sem que Maurras tenha alguma vez sido germanófilo ou nacional-socialista. Maurras era apenas admirador confesso de Pétain, e não era adepto da Democracia. Em 1952, com 90 anos de idade, retiraram-no do cárcere, em Clairvaux, para morrer num hospital de Tours.

Obras de Maurras

Em 1900 publicou a sua obra mais importante: « Encuesta sobre a Monarquia ». Em 1905 publicou « O Porvenir da Inteligência » no qual sustentava que, num regime democrático, o escritor encontra-se quase sempre submetido ao mais degradante dos despotismos: o Dinheiro.

Em 1913 publicou « A Política Religiosa » e « L'Action Française e a Religião Católica ».

Em 1917 publicou « O Papa, a Guerra e a Paz ».

Entre 1926 e 1928 escreveu « Cartas de Maurras a S.S. Papa Pio XI », « Os documentos de um processo: Action Française e o Vaticano » e « A Política do Vaticano ».

Maurras opôs-se firmemente à entrada da França na II Guerra Mundial. Era, para ele, uma guerra em que a França era empurrada pelas forças do Dinheiro e pelos comunistas.

Em 1936 escreveu « Dicionário político e crítico ».

Em 1937 publicou « As minhas ideias políticas ».

Em 1938 entrou para a Academia Francesa.

Em 1941 escreveu o livro « França sózinha ».

Em 1942 escreveu « Da cólera à Justiça: reflexões sobre um desastre ».

Em 1943 escreveu « Por um renascimento francês ».

Após a " Libertação " Maurras foi detido e condenado, em 27 de Janeiro de 1945, a prisão perpétua por " cooperação com o inimigo ". Como se sabe, Maurras nunca foi germanófilo nem nacional-socialista. Apenas admirava Pétain, e não era adepto da Democracia.

A " Libertação ", ou melhor, a Depuração, em França, dizimou cruelmente a elite intelectual francesa. Aos fuzilamentos e ao cárcere, ninguém, de espinha direita, escapou...

Em 1952, com 90 anos de idade, retiraram-no do cárcere, em Clairvaux, para morrer num hospital de Tours.

Bibliografia parcial

Maurras escreveu também numerosos livros de poesia, filosofia, crítica literária e sobre os clássicos greco-latinos: « Os amantes de Veneza », « A Avenida dos Filósofos », « A Balança Interior », « O Caminho do Paraíso », « Antinea, de Atenas a Florença », « A Música Interior », etc.