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Vicente Risco
Vicente Martinez Risco (* 1 de outubro de 1884 em Ourense, Galiza; † 30 de abril em Ourense) foi um político e ideólogo do nacionalismo galego no século XX.
Um intelectual orgânico
Vicente Risco nasceu no ano de 1884 em Ourense, professor de profissão, funda em 1917 a revista ‘La centuria’, próxima do Futurismo, com os seus textos ‘Nós, os inadaptados’, que já indicava a sua rebeldia intelectual. Influências de Marinetti e colaborações de personagens como Roso de Luna, esotérico muito famoso em Espanha, demonstram a sua tendência. Contudo, o seu labor nacionalista começa realmente com a formação da organização «As Irmandades de Fala», apoiadas pela Lliga catalana de Cambó, apresentando-se às eleições de 1918. Tanto Cambó como Puig i Cadafalch foram à Galiza apoiar estas eleições. Recordemos que Cambó e a Lliga eram catalanistas mas em absoluto separatistas.
Em 1920 Risco funda a revista ‘Nós’ onde se publicaram vários textos fundamentais do nacionalismo galego, e que terminará a sua edição em 1936, com o triunfo do franquismo na Galiza. Castelão será director artístico de ‘Nós’ durante certo tempo.
Risco opor-se-á absolutamente à política da República, e especialmente à aliança do Partido Galeguista com a Frente Popular. Católico fervoroso e antidemocrata, Risco não se exilará com a chegada de Franco. Na ‘Nós’ publicará a sua obra mais conhecida “Mitteleuropa”.
O nacionalismo de Vicente Risco
Sem dúvida alguma a base da sua doutrina política está no seu ‘Teoria do nacionalismo Galego’ de 1920. Ali estabelece as bases de um nacionalismo popular: - O nacionalismo popular é uma luta contra a nivelação cultural igualitária e a uniformidade que procura impor o estado jacobino. - Contém uma influência romântica e é contrário ao racionalismo científico. - Opõe-se à Espanha oficial, ou seja, ao Estado Unitário liberal e jacobino, mas não à Espanha vital, a uma Ibéria diversa e amistosamente unida. - Reivindica a identidade galega, a sua raça, a sua cultura e língua como uma personalidade nacional. Mas sente-se irmanada com as demais nacionalidades ibéricas. - Não se contenta com o regionalismo, ou seja, com a autonomia administrativa, exigindo antes o reconhecimento nacional de uma cultura autónoma, de um povo, não de um território ‘administrado’. - Reclama o ederalismo contra o centralismo, e denúncia como os povos de Espanha foram oprimidos por um poder central que não os soube unir num amor comum. Ainda que o centro do tema não seja uma questão federalista, mas soberanista, onde nações em pé de igualdade elegem um caminho comum, essa sim é a Hespanha de Risco, não outra. A Galiza foi derrotada pelos Reis Católicos, Castela por Carlos I, Aragão por Felipe II, Catalunha por Felipe V, mas tudo isso não representou nada quando comparado com a destruição total exercida pelo liberalismo maçónico jacobino de 1800. - Estabelece a base celta da população galega, bem como a existência de sangue suevo e de outros povos ibéricos, que ficou impregnado pela base celta.
Para Risco não há separatismo, inclusive diz textualmente ‘Nós queremos formar parte de Espanha e contribuir com o nosso génio nacional galego, para a vida hespanhola’. Porém, não haja dúvidas de que se opunha totalmente ao presente Estado uniformador, que nega o respeito e não reconhece o carácter nacional galego e o seu direito a auto dirigir a sua cultura, língua, mas sobretudo porque nega a concepção federalista e popular de Espanha face à sua concepção estatalista e legalista actual, fruto do jacobinismo e do sentido uniformador e globalizador do mundo de hoje, onde tudo é Mercado e não há lugar para a identidade e para a pertença étnica.
Vicente Risco veio a falecer a 30 de Abril de 1963, deixando um importante legado ideológico para os partidários da independência da Galiza.
Obra
- Do caso que lle aconteceu ó Dr. Alveiros, 1919
- O Porco de Pé, 1925
- A velliña vella,1925
- A trabe de ouro e a trabe de alquitrán, 1925
- O lobo da xente, 1925
- A coutada, 1926
- O bufón de El Rei, 1928
- Nós, os inadaptados, 1933
- Mittleuropa, 1934