Tráfico de escravas brancas

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O Estado de São Paulo, 25 de maio de 1997
Tráfico de escravas brancas em Israel

O tráfico de escravas brancas continua a todo vapor em Israel, onde cerca de duas mil jovens originárias da ex-URSS foram levadas à força nos últimos anos e obrigadas a prostituir-se.[1] De acordo com o livro "In Foreign Parts: Trafficking in Women in Israel" (Em Regiões Estrangeiras: Traficando Mulheres em Israel), de Ilana Hammerman, publicado em 2004, milhares de mulheres são abduzidas anualmente, a maioria da Rússia, Ucrânia, Moldávia, Uzbequistão e China, e comerciadas em Israel.

Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido somente em um único país e apenas em uma determinada época, seria fácil identificar as razões dessa aversão, mas, ao contrário, essa religião é antipatizada pelos habitantes de todas as terras e nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões distantes entre si, então as causas do anti-semitismo devem ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus antagonistas.

A Zwi Migdal (ou Zvi Migdal) foi uma organização criminosa constituída por pessoas ligadas à comunidade judaica do Leste Europeu, e que operou ao longo de meados do Século XIX (cerca de 1860) até a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939).

A Zwi Migdal dedicou-se especialmente ao tráfico de mulheres destinadas à prostituição, vindas da própria comunidade judaica ou das populações não-judaicas que viviam nas vilas categorizadas como "Shtetl", ou vilas judias da Europa Central. Essa grande região incluia partes das modernas Polônia, Rússia, Alemanha, Lituânia, Estônia, República Tcheca, Ucrânia, entre outros países. O comércio de pessoas nessa região é um crime antigo, remontando à Idade Média europeia: a própria palavra "slave" (escravo, em inglês moderno e no francês arcaico; no francês moderno, "esclave"), denuncia a prática da escravidão envolvendo os povos eslavos como suas principais vítimas.

Por quase um século, mulheres judias nascidas no Leste Europeu e conhecidas como "polacas", que se prostituíram no Brasil, usavam expressões que deram origem a muitas palavras populares no Brasil. Quando suspeitavam que um cliente tinha uma doença venérea, diziam "ein krenke" ("doença", em iídiche), que se transformou em "encrenca". "Sacana" em iídiche significa "perigo". Quando a polícia chegava ouvia-se essa palavra sendo pronunciada. Cafetão como sinônimo de proxeneta, por analogia com "caftan" ou "kaftan", um casaco ou sobretudo abotoado pela frente que chega aos joelhos, vestido com uma faixa e usado por judeus.

Pintura de Nicolae Grigorescu

Segundo Leandro Narloch:

"Minha mãe e suas primas "polacas" morriam de vergonha de serem polonesas. Para evitar serem confundidas com prostitutas, escondiam a origem a qualquer custo – e fingiam ser alemães. Poloneses, dizia-se na época em Curitiba, num duplo preconceito, eram "pretos do avesso"."


A chegada das "polacas" consta do ano de 1867, porém o fluxo de judias prostituídas aumentou com a fundação da Zwi Migdal, organização responsável pelo tráfico internacional de mulheres, que possuía ramificações em vários continentes, monopolizando o tráfico na Europa Centro-Oriental, em Varsóvia, Paris, Berlim e no Porto de Odessa. Nomes como Organização para a Ajuda Mútua de Varsóvia eram usados pela organização como fachada, para recrutar moças pobres da Europa Oriental. É justamente do nome Organização para a Ajuda Mútua de Varsóvia que origina o termo polaca, devido à conexão com a capital polonesa, onde se encontrava uma de suas sedes.

A organização mudou seu nome para Zwi Migdal em 7 de maio de 1906, depois de o embaixador polonês arquivar uma queixa oficial às autoridades argentinas sobre o uso do nome Varsóvia. O nome da associação foi escolhido para homenagear Zwi Migdal, que também era conhecido como Luis Migdal, um dos fundadores da organização.

Muitas das "polacas" chegaram ao Brasil através de Buenos Aires, capital da Argentina, onde a organização coordenava todas as atividades de suas filiais e representações do continente. Em todas as filias, sejam na Argentina ou no Brasil, a Organização para a Ajuda Mútua de Varsóvia operava escritórios, sinagogas e cemitérios para o uso dos membros da organização.

O embarque dos cáftens e das prostitutas para o Rio de Janeiro era feito no porto de Marselha, na França, onde havia um mercado de compra e venda dessas mulheres. Quando da chegada das primeiras prostitutas judias, ocorria a sua distribuição por áreas centrais da cidade do Rio de Janeiro. Na década de 1920, com as progressivas repressões policiais, elas acabavam se concentrando na Praça Onze, passando a conviver com o restante da comunidade judaica. Neste período, a região era conhecida como o bairro dos judeus. Tanto nos bordéis, quanto nas ruas, estabeleceu-se uma hierarquia: de um lado, as cocottes francesas que representavam a elite do meretrício, mulheres de boa aparência que circulavam nas altas rodas da sociedade; de outro, as polacas, que levavam consigo a imagem de proletárias do sexo.

Vejam também:

Referências

  1. Tráfico de escravas brancas continua a todo vapor em Israel. Jornal do Commercio, Recife, 10 de janeiro de 1999