Revolução brasileira

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O mais representativo livro já escrito sobre este tema.

Diferentes autores brasileiros tanto de esquerda quanto de direita pensaram o conceito da Revolução Brasileira desde o início do Século XX como por exemplo Gilberto Freyre,[1] Sérgio Buarque de Hollanda e os militares de 1964.[2] O Caio Prado Jr afirmava nos anos 50 não se havia nem feudalismo, capitalismo clássico ou burguesia nacional, em uma situação sui generis de vazio das instituições brasileiras.[3] O PCB e o PCdoB[4] acreditavam que havia uma burguesia nacionalista e democrática pronta para uma revolução burguesa no Brasil, situação criticada por Caio Jr em 1966[5] o que não evitou o desligamento do movimento de massas presente no país, sendo que a liderança do Partido foi pior para o movimento social do que a repressão que foi apoiada por uma elite monopolista em estado avançado ancorada no capitalismo internacional e fazendo que o Partido amplie o leque da classe operária incluso para os indigentes em 2005, reagindo tardiamente ao golpe.[6][7] A análise de Caio Jr foi muito lida na época pela esquerda não-stalinista luxemburguista e Trotquista.[8][9]

Segundo o chefe do departamento de economia e relações internacionais da UFSC, Nildo Ouriques, seria necessário para uma Revolução Brasileira antes de uma burguesia patriota uma intelectualidade nacionalista que mobilizasse as condições subjetivas do povo.[10] e não eurocentrada.[11] O Luiz Carlos Prestes afirmava que para superar o atraso sangrento da história brasileira seria necessária a criação de um Partido revolucionário que dialogasse com o povo.[12] Incluso o próprio Luiz Carlos Prestes era o elo de ligação entre os militares nacionalistas e o movimento operário.[13] Além dos autores citados, Florestan Fernandes pensou na Revolução Brasileira de maneira marxiana[14] e todas as guerrilhas contra o golpe de 64 de todas as colorações políticas daquele contexto usaram do argumento da Revolução Brasileira,[15] inclusive setores cristãos.[16] A elite econômica brasileira também é considerada como acomodada no comércio internacional sempre participando dos esforços contra a Revolução.[17] É também amplamente aceito que a Revolução Brasileira não se dará através de partidos, mas se consolidará a partir do povo em busca da igualdade.[18] O Partido dos Trabalhadores é considerado como o maior frustador da Revolução Brasileira do Século XXI, sendo usado pela oligarquia nacional para amaciar o movimento de massa até não produzir mais resultado.[19] Existe um argumento de Plínio de Arruda Sampaio Jr[20] de que apenas com a Revolução Brasileira a esquerda chegará a sua plenitude e além disso a Revolução Brasileira será anticolonial.[21] Glauber Rocha também pensa a Revolução Brasileira também em seus filmes, mas de maneira menos saliente.[22][23] No século XXI o PSOL estava dividido entre suas tendências residuais petistas arcaizantes e a facção da Revolução Brasileira[24] que é inspirada nos períodos iniciais das Revoluções Cubana e Chinesa,[25][26] na teoria marxiana da dependência[27] e ela deseja inclusive tirar vantagem da derrota do petismo[28] e da crise do cosmopolitismo brasileiro[29] É considerado que os auto-intitulados "liberais brasileiros" nunca defenderam uma revolução aos moldes do 1º mundo na prática e no discurso subterâneo defendem formas de produção pré-capitalistas.[30] A Revolução Brasileira é descrita a partir da submissão do nacionalismo ao socialismo e a sua diferenciação do modelo autoritário soviético.[31]

Ver também

  1. Gilberto Freyre e a revolução brasileira
  2. Pará: hoje é “poeta”, mas ontem foi delator
  3. Caio Prado Júnior na Cultura Política Brasileira. Raimundo Santos. Ano: 2001 Editora: Faperj.
  4. Esse partido incluso ainda acredita na tese etapista, vide: PCdoB: a falsificação da história dos comunistas brasileiros
  5. Incluso a elite brasileira cultua personalidades nada a ver com o discurso "liberal" dela, vide: Um clássico latino-americano entre nós
  6. (Prestes, 1980, 2010, 2012)
  7. A posição do Partido foi revista apenas em 2005 vide: Resoluções do XIII Congresso do PCB
  8. Notas sobre o percurso histórico-político de Caio Prado Jr.
  9. Anos 1960: Caio Prado Jr. e "A Revolução brasileira" José Carlos Reis
  10. Entrevista com Edmilson Costa, autor de “A crise econômica, a globalização e o Brasil”
  11. Brasil de Lula: a naturalização da desigualdade
  12. PRESTES, Luiz Carlos. “Carta à Aloyzio Neiva Filho”, Rio, 16/01/1983, 3 pgs.;documento original, datilografado. (Arquivo particular da autora)
  13. A quem pertence o legado de Luiz Carlos Prestes?
  14. A Filosofia da Práxis no Brasil
  15. Sobre os 90 anos do Partido Comunista Brasileiro
  16. Revolucionários sem rosto: uma História da Ação Popular, Volume 2
  17. O golpe e a construção da dependência financeira brasileira. Entrevista especial com Fábio Antonio de Campos
  18. ‘Infelizmente, segundo governo Dilma será bem mais conservador que o primeiro’
  19. Um desfecho melancólico: notas sobre o momento histórico e os desafios da esquerda
  20. "No Brasil, a barbárie tem a cara de um processo de reversão neocolonial que está nos levando ao século XIX". Entrevista especial com Plínio de Arruda Sampaio Jr
  21. ENTREVISTA | Losurdo: "Toda a história da guerra fria foi a luta entre a emancipação anticolonial e a reação colonialista"
  22. Elogio a Glauber Rocha
  23. Volume 4, Número 3 (2014)
  24. A democracia e o julgamento de Lula
  25. Cuba: La mayor de las Antillas
  26. Araguaia, presente!
  27. O colapso do figurino francês: crítica às ciências sociais no Brasil
  28. A necessária superação da esquerda decorativa
  29. Sobre o patriotismo
  30. O general no pêndulo de Washington
  31. Mito e verdade da revolução brasileira

Blibliografia

  • PRADO JR. C. A revolução Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.
  • PRESTES, Anita Leocadia. “A que herança devem os comunistas renunciar?” Oitenta, Porto Alegre, LP&M, n.4, 1980, p. 197-223.
  • _____________. Os comunistas brasileiros (1945-1956/1958): Luiz Carlos Prestes e a política do PCB. São Paulo, Brasiliense, 2010.
  • _____________. Luiz Carlos Prestes: o combate por um partido revolucionário (1958-1990). São Paulo, Ed. Expressão Popular, 2012.
  • Agrarismo e industrialismo: ensaio marxista-leninista sobre a revolta de São Paulo e a guerra de classes no Brasil, 1924. Octávio Brandão. Editora A. Garibaldi, 2006 - 196 páginas
  • A atualidade da trincheira sindical nas lutas dos trabalhadores e no caminho da Revolução Brasileira
  • PRADO JÚNIOR, Caio. As Teses e a Revolução Brasileira (III). Jornal Novos Rumos, Rio de Janeiro, edição de 24 a 30 de junho de 1960b.
  • SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à Revolução Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967, 3ª edição.
  • WAACK, William. Camaradas: nos arquivos de Moscou : a historia secreta da revolução brasileira de 1935. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 381p. ISBN 8571643423 (broch.)
  • CUNHA, Paulo Ribeiro da,. Aconteceu longe demais: a luta pela terra dos posseiros em Formoso e Trombas e a revolução brasileira (1950-1964). São Paulo: Editora UNESP, 2007. 306p. ISBN 9788571397569.
  • PRADO JUNIOR, Caio. Clássicos sobre a revolução brasileira. São Paulo: Expressão Popular, 2000. 160p. ISBN 8587394142 (broch.)
  • AMARAL, Ignacio M. Azevedo do (Ignacio Manuel Azevedo do). Ensaio sobre a revolução brasileira : (contribuição para o estudo dos problemas da brasilidade). Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1963. 331p
  • JOBIM, Danton. A experiencia Roosevelt: e a revolução brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1940. 171p.
  • RIDENTI, Marcelo. O fantasma da revolução brasileira. São Paulo: UNESP, 1993. 284 P. (Prismas) ISBN 8571390509
  • TAVORA, Juarez. A guisa de depoimento sobre a revolução brasileira de 1924. São Paulo: O Combate, 1927-1928. nv
  • DANTAS, San Tiago. Idéias e rumos para a revolução brasileira. Rio [de Janeiro]: J. Olympio, 1963. 15, [1]p.
  • RAMOS, Guerreiro. Mito e verdade da revolucao brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1963. 218 p .
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  • SILVA, Hélio; CARNEIRO, Maria Cecilia Ribas. Nilo Peçanha : a revolução brasileira : 1909-1910. São Paulo: Grupo de Comunicação Tres, 1983. 163p. (Os Presidentes; v.7).)
  • FURTADO, Celso. A pre-revolução brasileira. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962. 116p.
  • BANDEIRA, Moniz. A renuncia de Janio Quadros e a crise pre-64 : o 24 de agosto de Janio
  • Quadros : o caminho da revolução brasileira. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1979. 183p.
  • RUY, Affonso; AZEVEDO, Fernando de. A primeira revolução social brasileira, (1798). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942. 279p. (Biblioteca pedagógica brasileira. Série 5a., Brasiliana ; v.217)
  • NASCIMENTO, Noel. A revolução brasileira e lutas sociais no Parana. Curitiba: Beija-Flor, 1983. 77p.
  • NÓBREGA, Vandick Londres da. A revolução brasileira e o sol de Roma. Rio de Janeiro: 1969. 380p.
  • WAGLEY, Charles. A revolução brasileira : uma analise da mudança social desde 1930. Bahia: [1959]. 78p
  • FERREIRA, Jorge; REIS FILHO, Daniel Aarão. Revolução e democracia: (1964-...). Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2007. 712 p. (Coleção As esquerdas no Brasil ; 3). ISBN 9788520007822.
  • MATTOS, César; FRANCO NETO, Afonso A. de Mello. A Revolução do antitruste no Brasil: a teoria econômica aplicada a casos concretos. São Paulo: Singular, 2003. 484 p ISBN 8586626139.
  • MORAIS, Pessoa de; FREYRE, Gilberto. Sociologia da revolução brasileira : analise e interpretação do Brasil de hoje. Rio de Janeiro: Ed. Leitura, 1965. 343p.
  • MALTA, Octavio. Os tenentes na revolução brasileira. Ed. ilustrada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. 136 p. :
  • VELLOSO, João Paulo dos Reis; ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de. A verdadeira revolução brasileira: integração de desenvolvimento e democracia. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2008. 262 p. ISBN 9788503009843 (broch.).