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Reinhard Heydrich
Reinhard Tristan Eugen Heydrich | |||
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Nascimento | 07 de março de 1904 | ||
Morte | 04 de junho de 1942 | ||
Nacionalidade | Alemã |
Reinhard Tristan Eugen Heydrich (* 7 de março de 1904 em Halle an der Saale, Alemanha; † 4 de junho de 1942 em Praga) foi SS-Obergruppenführer, Chefe da Polícia Secreta do Estado (Gestapo = Geheime Staatspolizei), Protetor da Boêmia e Morávia e desde 1939 dirigia o Escritório Central de Segurança do Reich (RSHA = Reichssicherheitshauptamt).
Foi mortalmente ferido em um atentado em Praga em 27 de maio de 1942 e faleceu uma semana depois. Seu nome foi incluido na lista dos mártires (Blutzeuge) do movimento.
Infância e Juventude
Seu pai era Richard Bruno Heydrich, um compositor, e sua mâe Elisabeth Anna Amalia Krantz. Na ocasião do nascimento de Reinhard seu pai era diretor de uma escola de música.
Reinhard frequentou em Halle a escola Reform-Realgymnasium. Ainda menino apreciava a leitura. Estudou o livro escrito em francês "Histoire de la civilisation" de Charles Seignobos, e discutia-o com seu amigo Erich Schultze.
Marinha
Após exame final (Abitur) Reinhard Heydrich entrou como cadete na Marinha Imperial (Reichsmarine) em Kiel-Holtenau. Certa influência nesta iniciativa certamente era devida ao Graf Luckner que era visita assídua na familia Heydrich.
Após um período de instrução de quatro anos e meio foi promovido a tenente (Leutnant zur See) em 1º de outubro de 1926. Recebeu treinamento para oficial de comunicação (Nachrichtenoffizier). Em 1928 veio a promoção a Oberleutnant zur See. Segundo o futuro vice-almirante Kleikamp Heydrich era um homem extraordinário no que tange suas predisposições, conhecimentos e capacidade. Parecia que nada impediria uma carreira de sucesso na Marinha. Entretanto, em 6 de dezembro de 1930, Heydrich conheceu Lina von Osten, de 18 anos. Ela vinha da Ilha de Fehmarn, onde seu pai era professor de escola. Já no dia 26 de dezembro Reinhard e Lina ficaram noivos. Reinhard enviou o cartão de noivado também para uma ex-namorada, filha de um homem de negócios influente. Este homem exigiu que Heydrich se casasse com sua filha, e como ele se recusou, o pai queixou-se ao Almirante Erich Raeder. Heydrich teve que se justificar perante um conselho de honra da Marinha. O laudo emitido pelo conselho fez com que Raeder exonerasse Heydrich da Marinha.
É estranho que nunca tenha sido encontrado um protocolo escrito do procedimento do conselho. O próprio Heydrich estava convicto que tinha sido afastado da Marinha por motivos políticos.
Ascensão na SS
Através do futuro SS-Obergruppenführer Karl von Eberstein, Heydrich entrou em contato com Heinrich Himmler que se tornara Reichsführer-SS em janeiro de 1929. Himmler estava justamente a procura de um homem capaz de criar um serviço de inteligência para a SS. Deu vinte minutos a Heydrich para colocar no papel um esboço de como realizaria a tarefa. Heydrich escreveu suas idéias, traçou um esquema de estrutura conveniente e submeteu o resultado a Himmler, que ficou impressionado. Decidiu imediatamente admitir o antigo oficial naval. Heydrich, que já se tornara membro do NSDAP em 1º de junho de 1931, tornou-se membro da SS em 14 de julho de 1931. Era agora SS-Sturmmann, com o número SS 10120. Dia 26 de dezembro de 1931 Reinhard Heydrich casou-se com Lina von Osten na igreja da aldeia de Grossenbrode. Heydrich começou a organizar o Serviço de Inteligência.
No início este setor era conhecido como "Abteilung Ic". Alugaram-se duas salas no quarto andar na Türkenstraße 23 em Munique. Era na residência de Viktoria Edrich, viuva e membro do partido, que mantivera escondida a Blutfahne (Bandeira de Sangue, impregnada com o sangue dos que tombaram em 1923) em seu guarda-roupa durante o período de proibição da SA e SS. Heydrich tinha agora o posto de SS-Hauptsturmführer. Em 25 de dezembro de 1931 foi promovido a SS-Sturmbannführer e em 29 de julho de 1932 a SS-Standartenführer e Chefe do Sicherheitsdienst (SD) como era chamada agora a unidade do Serviço de Inteligência.
Em setembro de 1932 o SD e o próprio Heydrich mudaram-se para uma residência na Zuccalistraße 4, em Munique. Em 1931 nascera seu primogênito, Klaus. E em 1933, ano da ascensão ao poder, veio a promoção a SS-Brigadeführer.
Em 9 de novembro de 1933 o SD tornou-se um departamento SS. Em novembro e dezembro de 1934 o SD transferiu-se da Baviera para a capital. Na Wilhelmstraße 102 em Berlim ocupou novo prédio. Em 17 de junho de 1936 Heydrich foi nomeado Chefe da Sicherheitspolizei e do SD. Em setembro foi criado o RSHA, Reichssicherheitshauptamt (Departamento Central de Segurança do Reich), sob a chefia de Heydrich. Em 1940 foi eleito presidente da Comissão da Polícia Criminal International.
Ao início da campanha alemã no leste, Heydrich foi aprovado como piloto de caça e passou a pilotar um Bf 109. Durante a campanha da Noruega efetuou diversos vôos de reconhecimento com um Bf 110, sobre Inglaterra e Escócia a partir de Stavanger. Foi condecorado com a Insígnia Frontflug em bronze e a Cruz de Ferro 2ª Classe. Em maio de 1940 voltou a Berlim. Em 1º de janeiro de 1941 foi nomeado Reichsleiter do Setor de Esgrima no Reichsbund NS de Exercícios Físicos. Durante a campanha da Rússia, Heydrich novamente atuou como piloto de caça. Foi condecorado com a Insígnia Frontflug em prata e Cruz de Ferro 1ª Classe.
Em 23 de setembro de 1941 Hitler exonerou o Konstantin von Neurath, da função de Protetor da Boêmia e Morávia e designou em 27 de setembro Reinhard Heydrich como Protetor Suplente. Ao mesmo tempo Heydrich foi promovido a SS Obergruppenführer. Hitler confiou em Heydrich para fazer funcionar o governo do Protetorado da Boêmia e Morávia em perfeita harmonia com o Reich. Karl Hermann Frank que era oriundo dos Sudetos devia dar-lhe assistência.
Em Praga Heydrich assumiu sua nova função durante uma reunião oficial no Castelo de Praga, o Hradcany (Hradschin). Residia com mulher e filhos no Palácio Jungfern-Breschan, distante a cerca de 20 km de Praga. Ao contrário das inverdades hoje divulgadas, as medidas tomadas por Heydrich no Protetorado foram bem recebidas. Pela primeira vez desde 1919 os operários das Fábricas Skoda podiam contar com calçados decentes e boa alimentação. Foram elaborados também projetos para ligar Praga à rede alemã de auto-estradas.
Além da função de Protetor Suplente Heydrich ainda era Chefe da RSHA. Foi nesta função que teria presidido a uma conferência em 20 de janeiro de 1942, realizada na mansão Am Grossen Wannsee 56/58 em Berlim. Hermann Göring tinha autorizado Heydrich a iniciar preparativos referentes à solução geral da questão judaica. Contrário às alegações de pós-guerra o objetivo da Alemanha nacional-socialista não era o exterminio físico do povo judaico e sim por um fim a influência judaica que era sentida como um fardo em todos os lugares da comunidade nacional. Já na década de trinta o governo alemão tinha tomado a iniciativa de estimular - com a cooperação das organizações judaicas - a emigração dos cidadãos judeus para a Palestina. Como exemplos temos o Acordo Haavara e o Acordo Rublee-Wohltat. Particularmente a SS apoiava uma política que incentivasse a emigração dos judeus. Foi devido à guerra - que não foi provocada pela Alemanha - que a emigração diminuiu. No decurso da guerra foi tomada a decisão de evacuar judeus para campos de trabalho no leste. Neste contexto é bom lembrar que já em março de 1933 o judaismo mundial havia declarado guerra à Alemanha. A tomada de medidas que deveria levar à evacuação dos judeus da Europa tinha sido o tema da Conferência de Wannsee.
Atentado
Enquanto isso, Eduard Benes, que se considerava presidente em exílio, havia desenvolvido planos para assassinar Reinhard Heydrich. Dois oficiais do antigo exército tchecoslovaco, Jan Kubis e Josef Gabcic, foram escolhidos para esta missão. Junto com mais alguns foram lançados de paraquedas no Protetorado em 28 de dezembro de 1941. Durante os meses seguintes mantiveram-se escondidos e passaram a informar-se sobre o estilo de vida e os movimentos de Heydrich. Em relação ao aumento de atividades de grupos terroristas, estimulados e financiados por Londres, principalmente na Bélgica e França, Heydrich que havia restaurado a ordem no Protetorado com suas medidas, ia ser nomeado Chefe da Administração Civil para a Bélgica e norte da França e Protetor da França de Vichy.
Em 27 de maio de 1942 iria voar para Berlim para uma reunião com Hitler. Os assassinos haviam constatado que o melhor lugar para um atentado seria uma curva fechada no bairro Holeschowitz em Praga, já que aqui o carro teria que reduzir a velocidade. Em 27 de maio de 1942 Heydrich tinha partido de Jungfern-Breschan no seu Mercedes verde-escuro, aberto, dirigido pelo SS-Oberscharführer Klein, as 10:30 chegou ao local onde seus assassinos o esperavam. Um deles, Gabcic, apontou sua metralhadora Sten-Gun para Heydrich e puxou o gatilho. Nada aconteceu. A arma falhou. Heydrich sacou sua pistola agora e atirou em direção a Gabcic. No momento em que Heydrich e seu motorista iam saltar do carro, Kubis, o segundo assassino lançou uma granada que explodiu próximo à roda traseira do carro. Heydrich ficou gravemente ferido, mas atirou mais algumas vezes em direção de Kubis, antes de cair. Uma senhora tcheca cuidou dele e em seguida foi levado ao Hospital Bulovka. Durante uma semana médicos tchecos e alemães tentaram salvar sua vida. Na manhã de 4 de junho de 1942 faleceu Reinhard Heydrich.
O ataúde com os restos mortais de Reinhard Heydrich permaneceu coberto com uma bandeira com a suástica no pátio do Castelo de Hradcany. Uma guarda de honra composta de altos oficiais da Wehrmacht e da SS velavam-no. O ataúde foi levado de trem especial de Praga para Berlim para ser exposto no RSHA em 7 de junho de 1942, na Prinz Albrecht Straße 8, em 7 de junho e em 9 de junho no Salão de Mosaicos da nova Chancelaria do Reich. Durante a cerimônia fúnebre Reichsführer-SS Heinrich Himmler pronunciou discurso assinalando a grande importância de Reinhard Heydrich. O último orador foi Adolf Hitler que o chamou de um dos melhores nacional-socialistas, um dos mais firmes defensores da idéia do Reich e um dos maiores adversários de todos os inimigos do Reich. O Führer outorgou-lhe a Insígnia de Feridos em Combate em Ouro (Verwundetenabzeichen) e o grau supremo do Deutscher Orden. O ataúde foi colocado sobre uma carreta puxada por seis cavalos negros e transportado para o Invalidenfriedhof onde o grande soldado foi depositado em sua última morada.
Obras
- Reinhard Heydrich: Wandlungen unseres Kampfes, 1936
- Wannemacher, Walter: Reinhard Heydrich, Ein Leben der Tat
- Reden und Schriften