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Movimento Nacional Socialista Atlântico
O Movimento Nacional Socialista Atlântico (MNSA) foi uma organização juvenil e/ou um movimento estudantil nascida no arquipélago dos Açores em 3 de Maio de 1996 que obteve grande mediatismo nos meios de comunicação social no final dos anos 90 graças à sua inovação na utilização das novas tecnologias.
Índice
Acção social e mediática
Animava diversas páginas na internet e chegou a contar com uma secção brasileira, o seu principal activismo passava por acampamentos didácticos, marchas nos bosques açorianos e escaladas na montanha do Pico, a mais alta de Portugal. Publicava um boletim semanal que dava pelo nome de "Alerta!" e posteriormente editou uma revista com o mesmo nome, tendo sido publicado apenas o primeiro número. Editava também um boletim em inglês, NS Atlantic.
Tinha também uma forte componente social, prestando apoio a vítimas de violência, ex-toxicodependentes e famílias dos mesmos, agindo sob o nome/rosto legal de Nova Atlântida, associação cultural de intervenção social.
A organização de eventos (festas, concertos, etc.) e o forte activismo que levou alguns dos seus militantes a fazer parte de algumas associações estudantis do ensino secundário davam a entender que o movimento abundava em militância, mas à medida que os seus militantes foram ingressando no ensino universitário e migrando para Portugal continental a militância demonstrou ser efémera e o MNSA desintegrou-se com a sangria de militantes, o seu acto final contou com a presença de cerca de 80 pessoas. O seu sítio na internet manteve-se acessível até 2003, apesar de não ter sido alvo de qualquer actualização.
Acção política e escolar
Achando que enquanto os nacionalistas "infiltravam" claques de futebol, cuja utilização política consideravam inútil, e os comunistas as associações de estudantes, este movimento pugnou por um forte activismo no seio de diversas escolas secundárias e técnicas, financiando inclusive listas concorrentes às associações de estudantes para contrapor esta situação.
O seu sucesso deveu-se essencialmente a ser o único corpo associativo activo, em determinada altura, na Região Autónoma dos Açores, animando os tempos livres de um sector inquieto da juventude açoriana. A sua influência no grupo central foi de tal ponto que a visita do Museu Itinerante Anne Frank, que iria visitar a cidade de Ponta Delgada, capital açoriana sediada na ilha mais populosa do arquipélago, foi transferida para a cidade da Horta, na qual se localizava o endereço público do movimento. Após uma visita de alguns militantes do mesmo foram colocais dois polícias à porta da exposição do Museu Itinerante Anne Frank, já que como retaliação o MNSA colou um milhar de autocolantes com a suástica, com o slogan "Die Juden Sind Unser Ungluck", e distribuiu centenas de exemplares do jornal "Boletim de Notícias NS".
O activismo chegou ao ridículo da câmara municipal local mandatar os bombeiros voluntários para eleminarem das ruas da cidade as centenas de autocolantes e cartazes referentes à CNR, NSDAP/AO, MNSA e Portugal Desperta! (em apoio ao nacionalista austriaco Jörg Haider), terem sido efectuadas 3 rusgas (2 pela GNR e 1 pela PSP) na sede da AE da escola secundária local, supostamente constituida por militantes deste grupo, a AE chegou a ser suspensa durante 2 semanas (primeira AE suspensa na sua totalidade desde o 25 de Abril, num total de 22 alunos suspensos) e a câmara municipal reteu subsídios no valor de 500 mil escudos destinados a esta AE, para a organização de um concerto que contaria com as bandas Morbid Death, Endovélico e Mata-Ratos. Foi também retido todo o correio endereçado ao apartado do movimento por um período de 8 meses.
Estilo e diversidade
Fortemente influenciados pelo seu contacto com o CEI crê-se que a aceitação local de um grupo de jovens que se assumiam como Nacional Socialistas e utilizavam como seu símbolo uma suástica se deveu em grande parte ao estilo adoptado pelos seus militantes, oriundo das directivas do seu correspondente espanhol Ramón Bau, presidente do CEI, tinham todos uma aparência normal e repudiavam por completo a estética skinhead e a violência gratuita.
Respondiam às provocações com um sorriso nos lábios e participavam activamente nos poucos programas de voluntariado existentes na comunidade, lado a lado com a JCP, organizando mesmo alguns eventos e participando em reuniões académicas com deputados regionais, inclusive o grupo parlamentar do PCP na altura, para tratar de assuntos respeitantes às AEs que controlava (redução de 50% nos transportes aéreos entre ilhas para estudantes).
Relações com outros movimentos
Os contactos no estrangeiro eram uma das vertentes mais bem trabalhadas deste movimento, talvez devido à sua conturbada relação com os nacionalistas do Portugal continental, por vezes declaradamente hostil, e ao insularismo, dando azo até a uma certa retórica separatista e a uma tentativa de aproximação, falhada, à Frente de Libertação dos Açores (FLA). Em Portugal manteve laços de trabalho com a Coordenadora Nacional Revolucionária, com a publicação Luz Ofensiva, a revista Justiça & Liberdade, Acção Fundacional Nacionalista e ainda com a Ordem Lusa. No estrangeiro, além da sua secção brasileira, mantinha laços estreitos com muitos e diversos grupos (era a representação portuguesa do NSDAP/AO) de cariz Nacional Socialista por toda a América do Sul, EUA, Austrália e mesmo no Japão, destes contactos destacava-se o espanhol CEI, herdeiro da CEDADE, cujo presidente era Ramón Bau. A sua principal fonte ideológica era o escritor Hans Schmidt, veterano das Waffen SS (membro da famosa divisão Leibstandarte SS Adolf Hitler) radicado nos EUA e editor do GANPAC Brief.
A tentação separatista
No seu final o movimento assumia-se como sendo de cariz separatista, um seu dirigente provocou mesmo a ira de diversos nacionalistas continentais com algumas das suas afirmações polémicas referentes às diferenças entre açorianos e portugueses, nesta altura estava já reduzido a uma sombra do que fora anteriormente e apesar de NS de nome a sua página retratava uma mudança para um estilo mais NR de esquerda, com manifestações de apoio à Palestina e retratos de Saddam Hussein, apresentado como sendo um exemplo do nacionalismo revolucionário iraquiano. Durante a maior parte da sua existência manteve-se alheio ao restante movimento nacionalista português (surgiu em 1996, ano em que grande parte dos nacionalistas continentais se encontrava preso ou em fuga) e os contactos que ocorreram acabaram por se tornar extremamente hostis, salvo raríssimas excepções, o que terá contribuido para o desenvolvimento ideológico do separatismo.
Skinapse e térmico
Os Skinapse foram um projecto streetpunk/Oi! ligado ao MNSA, embora não tendo gravado qualquer registo chegaram a dar um concerto em Maio de 2002, provavelmente o último acto público do MNSA, contando com a presença de 80 pessoas.
Findo o ano de 2002 não há registo de qualquer nova actividade do Movimento Nacional Socialista Atlântico.
Ligações externas
- Relatório do SOS Racismo de 2002
- www.nazis.pt(artigo na revista Visão)
- Relatório do European Union Monitoring Center on Racism and Xenophobia 2002-2003 em .pdf
- Relatório da European Network Against Racism 2002 em .pdf
- National Analytical Study on Racist Violence and Crime RAXEL Focal Point for Portugal em .pdf
- Página oficial na sua primeira versão.
- Página oficial na sua última versão.