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Michael Kühnen
Michael Kühnen ( * 21 de junho de 1955; † 25 de abril de 1991) foi dirigente do movimento Nacional Socialista alemão do pós guerra, foi um dos primeiros alemães do pós guerra a abraçar os ideais do nazismo e a apelar à criação dum Quarto Reich. O mesmo manteve a estratégia de criar diversos grupos de vanguarda de modo a confundir as autoridades alemãs, que na altura, tal como agora, estavam a tentar encerrar todas os grupos remotamente neo-nazis. O mesmo era também um homossexual assumido (desde 1986) e faleceu em 1991 de complicações derivadas do VIH.
Kühnen foi criado no seio duma família católica e o seu despertar político foi através do maoismo, quando questionado posteriormente como se poderia ir do maoismo ao nazismo, o mesmo referia que “o maoismo é o Nacional Socialismo chinês”. A corrente nazi-maoista era uma vertente nacionalista muito mais frequente na Itália, como poderemos verificar no activismo de Giorgio Freda, entre outros. Kühnen foi militante do Partido Nacional Democrata (NPD) alemão durante algum tempo, mas abandonou o mesmo uma vez que considerou que este se encontrava refém duma liderança aburguesada e demasiado à direita, fenómeno que felizmente já não afecta este partido actualmente. O mesmo era um dos representantes alemães do NSDAP/AO.
Índice
Activismo nos anos 70
No seguimento da sua saída do NPD, Kühnen ingressou por um curto período de tempo no exército alemão, mas foi desmobilizado em 1977 sob a acusação de disseminar propaganda nazi nos aquartelamentos. Logo após a sua expulsão organizou um novo movimento, a Frente de Acção Nacional Socialista, que rapidamente se transformou numa organização nacional dividida em células autónomas. O grupo tornou-se particularmente conhecido graças à sua política de acção directa e à disponibilidade que mantinha para trabalhar com outras organizações, entre as quais a Juventude Viking. Kühnen, correctamente tido como líder da organização, foi detido em 1979 e condenado a três anos de prisão por “incentivo à violência e ao ódio racial”. Posto em liberdade em 1982 levou a cabo uma reorganização da Frente de Acção Nacional Socialista, fundindo-a com os militantes da Acção Nacional de Thomas Brehl, esta reorganização foi frustrada pelo Ministério da Administração Interna alemão, que ilegalizou a organização em Novembro de 1983.
Activismo nos anos 80
Com a ilegalização da FANS, Kühnen dedicou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães Livres (FAP), um pequeno partido socialista alemão, e encorajou os seus apoiantes a filiarem-se no mesmo, não tardou muito até que a esmagadora maioria dos militantes do partido fossem nacionalistas e estes fossem eleitos para a direcção do mesmo. Kühnen nesta altura tinha já optado por promover o Nacional Socialismo anterior a 1934, altura em que a plataforma política do NSDAP era mais revolucionária e socialista. Fora o activismo centrado no FAP Kühnen e os seus apoiantes fundaram também, paralelamente, a Gesinnungsgemeinschaft der Neuen Front (GNF), organização herdeira da FANS, em 1984.
No rescaldo de que estaria eminente uma nova detenção, Kühnen exila-se em Paris nos primeiros meses de 1984 colaborando com o grupo Federação de Acção Nacionalista Europeia (FANE), com o qual já mantinha contacto. No decorrer da sua colaboração com o FANE visita a Espanha e reúne-se com Léon Degrelle, veterano das Waffen SS belgas, estabelecendo relações com ele e com o Círculo Espanhol de Amigos da Europa (CEDADE), aquando do seu regresso a Paris é detido pela polícia francesa e extraditado para a Alemanha, sendo julgado por razões meramente políticas: promoção do Nacional Socialismo. Foi sentenciado a mais quatro anos de prisão.
Em 1986, ainda na cadeia, Kühnen assume-se publicamente como sendo homossexual. Como reacção ao criticismo que essa revelação origina no seio do movimento nacionalista, o mesmo argumenta que não tendo família isso até lhe permite passar mais tempo útil dedicado à militância política. Contudo, perdeu muito do apoio que detinha no seio do maioritariamente homofóbico movimento nacionalista alemão. O FAP dividiu-se, sendo a facção maioritária e homofóbica liderada por Friedhelm Busse, ex-aliado de Kühnen. Esta facção maioritária conseguiu obter, efectivamente, o controlo do partido em meados de 1989.
Kühnen foi libertado da prisão em Março de 1988, e organizou quase imediatamente um novo grupo, o Nationale Sammlung. Quando este grupo foi também ilegalizado no ano seguinte, desenvolveu a estratégia de fundar grupo atrás de grupo, num esforço estratégico cujo propósito era o de confundir as autoridades. De todos os novos grupos formados a Alternativa Alemã foi o que mais conhecido se tornou, nesta altura era já do conhecimento geral que Kühnen tinha contraído VIH.
Activismo nos anos 90
Implementando novamente atáctica da acção directa, Kühnen liderou um grupo de nacionalistas no Oder, em Frankfurt, no dia 8 de Abril de 1991, num protesto contra a abertura da fronteira polaca. Apesar da forte presença policial o grupo atirou pedras e outros projécteis aos carros que tentavam cruzar a fronteira. Este incidente foi a última acção política de Kühnen, o mesmo sucumbiu a complicações derivadas da SIDA em Kassel nesse mesmo mês. A sua homossexualidade assumida e a sua morte devido a SIDA despoletou um debate acerca da homossexualidade no sei do movimento nacionalista europeu. Na Alemanha, a sua morte teve um efeito duplo: significou a perda do seu líder mais dinâmico e activo, mas significou também que se encontravam ultrapassadas as divisões causadas por este. O mesmo foi substituído por Christian Worch, o seu aliado mais próximo e nomeado por Kühnen como seu sucessor.
Consulte também
- Alternativa Alemã
- Christian Worch
- Frente de Acção Nacional Socialista
- NSDAP/AO
- Partido dos Trabalhadores Alemães Livres
- Partido Nacional Democrata