Jean Raspail

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Jean Raspail

Jean Raspail (* 5 de julho de 1925 em Chemillé-sur-Dême, Indre-et-Loire) é um escritor francês.

Obra

A obra literária de Raspail abrange sete décadas e quase 40 livros. Iniciou com relatos de viagens sobre suas expedições à América do Sul. Seguiram-se outras viagens ao Oriente Próximo, ao Japão, Hongkong, África, Caribe, Estados Unidos e Mongólia. Mostrou especial interesse por povos ameaçados de extinção, esquecidos, à deriva, que homenageou com o livro "La Hache des Steppes" (O Machado das Estepes, 1974). Seu livro mais conhecido é "Le Camp des Saints", publicado em 1973, onde descreveu as consequências de uma imigração em massa que inunda a Europa, principalmente a França.

Jean Raspail: A República trai a Pátria

[...] O que não consigo entender e me lança num abismo de aflita perplexidade é a pergunta, como e por que tantos franceses familiarizados com os fatos e tantos políticos franceses empenhem-se consciente, metodica e até cinicamente no sacrifício inevitável de uma determinada França (deixem-nos renunciar aqui ao adjetivo "eterna", que irrita tantas mentes delicadas) sobre o altar de um humanismo utópico descompassado. Pergunto-me o mesmo ante as organizações omnipresentes que brigam ora por este, ora por aquele direito, todas as fundações, think tanks, repartições subvencionadas, as redes de manipuladores que se infiltraram em todas as pequenas engrenagens do estado (instrução, administração, partidos políticos, sindicatos, etc.) os inumeráveis requerentes, a mídia corretamente sincronizada e todos os representantes da intelligentzia, que dia após dia injetam impunemente seu veneno atordoante no corpo ainda saudável da nação francesa.[...] [1]

Profeta do Ocaso

Texto de Alain de Benoist

Ao público, Jean Raspail, é conhecido principalmente como autor do romance profético "Le Camp des Saints". Publicado em 1973, este livro admirável narra a invasão pacífica da Europa por um milhão de imigrantes, que alcançam suas costas com barcos. O oeste é literalmente inundado por esta onda de migrantes do terceiro mundo. Desde então, a obra foi reeditada repetidas vezes e traduzida para numerosas línguas e rendido ao autor a reputação de visionário apocalíptico.

Raspail iniciou sua trajetória como pesquisador dos últimos povos primitivos. Em 1949 navegou em canoa nos Grandes Lagos entre Estados Unidos da América e Canadá. Em 1951/52 dirigiu o rally automobilístico que atravessou todo o continente americano, desde a Terra do Fogo até o Alasca. Dois anos mais tarde procurou os rastros dos Incas. Destas viagens trouxe um amor incondicional aos povos indígenas das Américas, aos quais dedicou varios livros.

Raspail elucidou mais tarde que por sempre ter defendido os direitos dos indígenas, parecia-lhe natural colocar-se ao lado dos nativos em seu próprio país: "Cada homem - e cada nação - tem o direito sagrado de manter suas diferenças e sua identidade em nome de seu futuro e em nome de seu passado."

Raspail, que nasceu 1925 nas proximidades de Tours, é autor de cerca de trinta romances e ensaios. Em 2001 foi distinguido com o Prix Jean Giono pela sua obra completa, em 2003 recebeu o Grande Prêmio de Literatura da Académie Française. Ele é antes de tudo um nostálgico. Sente saudades da monarquia. Em seu romance "Sire" devaneia que a monarquia francesa tenha sobrevivido até aos nossos dias em lugar secreto. Seus heróis são na maioria particularistas. "Todos meus livros contam praticamente a mesma história: a procura de um sonho absolutamente impossível".

Assim narra em "Moi, Antoine de Tounens, roi de Patagonie" a notável, historicamente afiançada aventura do tabelião francês Antoine de Tounens (1825 a 1878) que se fez coroar rei dos índios mapuche da Patagonia em 1860. Preso pelas autoridades chilenas e argentinas e banido, nunca abandonou seu sonho.

No entretanto, Raspail confessa sua desesperança: "O ocidente está oco. Não tem mais alma. Sejam nações, raças e culturas, ou seja o indivíduo, é sempre a alma que vence as batalhas decisivas. Entre nós dificilmente consigo vislumbrar alguma coisa." Depois de nós o apocalipse?

Citações

  • "Não consigo perceber atualmente de que maneira a cultura islâmica poderia enriquecer a nossa, sem falar da África que é uma enorme desordem".[2]
  • "As pessoas, sejam quais forem os motivos pelos quais chegam até nós, nos são normalmente estranhas, têm um modo de vida totalmente diferente do nosso, europeu. São pessoas que falam sua própria língua, chegam em grupos, e geralmente mantém seu modo de vida dentro de nosso país. O fato de se recusarem a tornar-se verdadeiros franceses ou alemães, como outros já o fizeram, torna nossos territórios um mosaico de diversas civilizações. A demografia no entanto mostrará que estas comunidades crescem mais rápidas que as nossas, causando uma alteração. Uma mudança cultural é iminente. No momento em que os imigrantes se tornam um poder interno, o jogo está perdido. Mesmo no aspecto democrático irão definir as eleições e acabar levando a melhor. Esta mudança estará completa em cerca de 2050."[2][3]

  • "Deixando vir todas estas pessoas estamos perpetrando um crime contra nossos filhos, pois estamos dificultando-lhes a vida. Com o acolhimento dos imigrantes fomentamos o pluralismo cultural (multiculturalismo)."[3]
  • "Nosso País está descristianizado. Se bem que: As pessoas alegam não mais serem cristãs, mas bem no fundo continuam sendo."[3]
  • "Somente se entre os estados europeus houvesse um "traidor" que ousasse desviar-se da política atual, seria possível (parar a imigração em massa). Em alguns casos poder-se-ia repatriar os imigrantes, mas alega-se que um número tão grande - seria impossível. Mas nós sabemos que após a Segunda Guerra Mundial houve uma gigantesca transferência de poloneses e alemães. Com a alteração da divisa foram transferidas milhões de pessoas, muitas vezes sob condições nem sempre boas. No passado a França já acolheu um milhão de argelinos, prova de que a transferência em massa é possível. É só decidir-se por isso."
  • "Não penso que nos fecharíamos a todos para sempre, mas seria importante que se tenha forças militares e policiais. Seria necessário separar europeus de não-europeus e decidir, com base em um passaporte, se a pessoa pode entrar ou não no país. Isto não é difícil. O problema difícil e terrível consiste no fato que chegam multidões."
  • "A maioria perdeu o amor à pátria completamente."
  • "Consta como sendo uma das tarefas principais do ser humano reproduzir-se. Não ter filhos é de certa forma um egoísmo em relação ao futuro da humanidade. Significa a obliteração. Não mais ter filhos significa não ter mais esperança, renunciar finalmente à esperança."
  • "Eu acredito que, enquanto a mudança demográfica ainda não se completou, a única defesa no fundo consiste em ter filhos."

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Filiações/Funções

  • Cônsul Geral da Patagônia
  • Membro da Société des Explorateurs Française


Condecorações

  • 1981: Grand Prix du Roman de L’Académie Française
  • 1986: Prix Chateaubriand
  • 1987: Prix du Livre-Inter
  • 1992: Grand Prix du roman de la ville de Paris
  • 1992: Prix Alfred de Vigny
  • 2009: Prix Wartburg de Littérature pela obra de sua vida.
  • Prix des Maisons de la Presse
  • Prix Prince Pierre de Monaco


Obras

  • 1952 Terre De Feu - Alaska
  • 1955 Terres Et Peuples Incas
  • 1958 Le Vent Des Pins
  • 1960 Terres Saintes Et Profanes
  • 1962 Les Veuves De Santiago
  • 1963 Hong-Kong, Chine En Sursis
  • 1966 Secouons Le Cocotier (Volume 1)
  • 1970 Secouons Le Cocotier (Volume 2)
  • 1970 Bienvenue Honorables Visiteurs
  • 1971 Le Tam-Tam De Jonathan
  • 1972 L’Armada De La Dernière Chance
  • 1973 Le Camp Des Saints
  • 1974 La Hache Des Steppes
  • 1975 Journal Peau Rouge
  • 1976 Le Jeu Du Roi
  • 1977 Boulevard Raspail
  • 1978 Les Peaux-Rouges Aujourd'hui
  • 1979 Septentrion
  • 1980 Bleu Caraïbe Et Citrons Verts
  • 1981 Moi, Antoine De Tounens, Roi De Patagonie
  • 1982 Les Hussards
  • 1984 Les Yeux D’Irène
  • 1985 Le Président
  • 1986 Qui Se Souvient Des Hommes...
  • 1988 L’Île Bleue
  • 1990 Pêcheurs De Lune
  • 1991 Sire
  • 1992 Vive Venise
  • 1993 Sept Cavaliers...
  • 1995 L’Anneau Du Pêcheur
  • 1998 Hurrah Zara
  • 2000 Le Roi Au-Delà De La Mer
  • 2001 Adiós, Tierra Del Fuego
  • 2002 Le Président (Reedição)
  • 2002 Le Son Des Tambours Sur La Neige
  • 2003 Les Royaumes De Borée
  • 2005 En Canot Sur Les Chemins D'eau Du Roi


Literatura

  • Georg Alois Oblinger: Die konservativen Utopien des Jean Raspail. (As utopias conservadoras de Jean Raspail) Em: Vobiscum (Junho 2006), Pag. 46.


Referências

  • Biographisches und Bibliographisches zu Jean Raspail (Notas biográficas e bibliográficas sobre Jean Raspail)[1]
  • Artigo de Raspail no Le Figaro – A pátria traída pela república [2]
  • Contribuições sobre Raspail em sezession.de [3]
  • „Es ist eine Art von Fluch“ ("É uma espécie de maldição") – Conversa com a revista Junge Freiheit em agosto 2006 [4]
  • Camp of the Saints Author Fears for the Future of European Civilization –Conversa com Jean Raspail em outubro 2013 [5]
  • Martin Lichtmesz: Das Heerlager der Heiligen Sezession im Netz, 7 de maio de 2015 [6]


Notas de rodapé

  1. Jean Raspail: A república trai a pátria, Revista Sezession, 5 de julho de 2010 ( O original foi publicado em 17 de junho de 2004, no Le Figaro.)
  2. 2,0 2,1 Jean Raspail: "A Europa é incapaz de defender sua cultura", Junge Freiheit, de 16 de outubro de 2015
  3. 3,0 3,1 3,2 Junge Freiheit, 43/15, pág 3