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George Jackson
George Jackson (* 23 de setembro de 1941; † 21 de agosto de 1971) foi um nacionalista negro estadunidense que se tornou militante do Black Panther Party enquanto se encontrava a cumprir pena na prisão, na qual passou os últimos 12 anos da sua vida. Ficou famoso graças a dois best sellers que escreveu na prisão.
Biografia
Nascido em Chicago, Estado do Illinois, teve uma juventude problemática no decorrer da qual cometeu alguns crimes, o mais grave tendo sido um assalto à mão armada a uma estação de serviço, furtando 70 dólares, que resultou na condenação de 1 ano até prisão perpétua, tinha então 18 anos.
Na estação de San Quentin fundou, em 1966, a Black Guerrilla Family, um gang prisional com objectivos políticos. O objectivo original do grupo era o de erradicar o racismo, manter a dignidade na vida prisional e, alegadamente, derrubar o governo dos EUA.
A 16 de Janeiro de 1971 foi condenado com outros dois reclusos pelo assassinato de um guarda, em retaliação ao assassínio, por parte desse mesmo guarda, a três prisioneiros negros, vivia-se um clima de guerra racial em San Quentin.
Isolado em regime de solitária 23 horas por dia, Jackson estudou economia política e teoria radical, tendo escrito dois livros que lhe trouxeram fama mundial (Blood in My Eye e Soledad Brother).
A 21 de Agosto de 1971, três dias antes de ir a julgamento, Jackson foi abatido no pátio da prisão de San Quentin, alegadamente por tentativa de fuga que não foi comprovada por nenhum dos seus companheiros, prisioneiros que testemunharam a sua morte referiram que o mesmo se encontrava desarmado e sem intenções de fuga, embora as autoridades aleguem que o mesmo estaria na posse de uma arma semi-automática de 9mm, algo que as testemunhas negaram veementemente, a morte de Jackson foi considerada como assassinato político por parte dos seus camaradas, como parte do programa COINTELPRO do FBI (utilizado contra os Black Panther Party, American Nazi Party e mesmo contra o Ku Klux Klan).
A comoção em redor da sua morte foi tal que Bob Dylan lhe dedicou um single. Em acordo com os desejos manifestados em vida, no dia do seu funeral os seus camaradas honraram-no com armas, não com flores. George Jackson é recordado como um intelectual, um revolucionário e um nacionalista negro ainda hoje.
Citação sobre Martin Luther King
M.L.K. organizou os seus pensamentos praticamente do mesmo modo que organizaste os teus. Se conhecesses e compreendesses realmente o seu programa nunca terias expressado o que afirmaste na tua última carta. Creio que estás familiarizado com o facto dele ser contra a violência e a guerra; de facto era um pacifista devoto. É muito invulgar, mesmo inacreditável, que numa era tão violenta e tumultuosa como esta ainda consiga produzir tais homens. Ele estava deslocado, fora do seu tempo, era demasiado ingénuo, demasiado inocente, demasiado cortês e demasiado civil para os tempos em que vivemos. É por essa razão que o seu fim foi tão previsível.
Opunha-se à violência em todas as suas formas, o que não significava que fosse passivo. Sabia que a natureza não permitia que atitudes desse género durassem muito tempo. Teve consciência suficiente para verificar que os homens de cor se encontravam em marcha por todo o mundo e que o seu exemplo iria influenciar rapidamente aqueles existentes nos EUA a também pararem de tremer e a ganhar coragem para se erguerem. Portanto tentou dirigir as emoções e o movimento em geral de acordo com os parâmetros que julgou mais correctos para lidar com a nossa situação: desobediência civil pacífica, de natureza política e económica. Comecei a interessar-me por ele devido às suas ideias recentes acerca das guerras dos EUA no estrangeiro contra pessoas de cor. Estou certo de que era sincero quando afirmava que o seu propósito era “alimentar os famintos, vestir os nus, confortar os presos e tentar amar alguém”. Verdade seja dita que nunca desgostei dele como homem. Como homem dedico-lhe o respeito que ele sinceramente merece.
É como líder do pensamento negro que discordo dele. O conceito do pacifismo é um ideal falso. Pressupõe a existência da compaixão e um sentido de justiça por parte dos nossos adversários. Quando este adversário tem tudo a perder e nada a ganhar se exercer essa justiça e essa compaixão, a sua reacção será sempre negativa.
O símbolo masculino na América do Norte sempre foi a arma de fogo, a faca e o bastão. A violência é exaltada em todas as instâncias: na televisão, nos cinemas, nos livros mais vendidos. Os jornais que mais vendem são os que publicam os cabeçalhos mais ousados e sangrentos e a maior parte dos desportos. Morrer pelo rei e pela pátria é morrer como um herói.
Os King, Wilkinsons e Young exortam-nos com as palavras de King a “colocar de lado as facas, afastar-nos das armas e munirmo-nos com o peito cheio de rectidão” e “dar a outra face para provar a nossa capacidade de tolerar, de amar”. Pois, isso talvez sirva para eles, mas eu preciso dos dois lados da minha cabeça.”
“A paciência tem o seu limite. Levada demasiado longe, passa a cobardia.”
-George Jackson
Veja também
Ligações externas
- Entrevista com George Jackson (em inglês)
- George Jackson: revolucionário negro (em inglês)