Friedrich Schiller

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Friedrich Schiller.

Johann Christoph Friedrich von Schiller (nobilitado em 1802) nascido em 10 de novembro de 1759 em Marbach, Alemanha, falecido em 9 de maio de 1805 em Weimar, foi um poeta e dramaturgo alemão.

Juventude

Seu pai, Johann Caspar Schiller, cirurgião e médico de campanha, posteriormente oficial de recrutamento e capitão sob o Duque Karl Eugen de Württemberg, mais tarde ainda administrador dos jardins e horto florestal, era religioso, com uma devoção norteada por princípios éticos e racionais. Sua mãe, Elisabeth Dorothea, imaginativa e afetuosa, ainda que agastada e tendendo à melancolia, proporcionou ao filho um relacionamento mais direto, próximo. A inclinação do jovem Schiller ao sacerdócio foi bloqueada por decisão do Duque, que colocou o jovem na escola militar recem-inaugurada, em 1773. Em 1775 Schiller trocou o estudo de direito pela medicina. Embora fosse proibida a posse e leitura de literatura beletrística, Schiller teve acesso furtivo a Klopstock, Rousseau, Shakespeare e Sturm und Drang, e na epigonia de Klopstock surgiram suas primeiras poesias. Schiller sentia-se pressionado pelo problema da fundamentação e consolidação da liberdade de espírito em vista do "indissolúvel ligação das naturezas animal e espiritual do homem". À experiência prática na coerção da academia militar juntou-se a ameaça interior aos valores eternos e incondicionais que dão sentido à vida, e esta ameaça dupla fizeram da liberdade, tanto no sentido físico como metafísico, o empenho principal de Schiller. No último ano da academia surgiu Die Räuber, que Schiller publicou anônimo em 1781. O resultado principal dos dois anos seguintes em Stuttgart, na qualidade de médico militar em serviço e boêmio nas folgas, é a lírica, também anônima da Anthologie auf das Jahr 1782. Após consideráveis alterações exigidas pelo intendente do Teatro Nacional de Mannheim, H.v.Dalberg, a peça Die Räuber foi aceita para estréia em janeiro de 1782. Schiller viajou sem consentimento para "o exterior" para assistir à apresentação, que obteve grande sucesso. Uma segunda viagem descoberta teve como consequência pena de detenção de algumas semanas. Finalmente, a proibição ducal de atividades literárias fez com que amadurecesse em Schiller o plano de fugir para Mannheim. Conseguiu realizá-lo em setembro de 1782, com a ajuda de um jovem músico, Andreas Streicher.

Fuga de Stuttgart

Seguiu-se uma série de amargas decepções. Dalberg recusou o Fiesko. Por motivos de segurança Schiller foi obrigado a refugiar-se em Frankfurt. Reescreveu o Fiesko em Oggersheim, que foi novamente recusado. Schiller foi salvo nesta situação desesperada pela oferta da Sra. von Wolzogen, mãe de um colega da academia, que concedeu-lhe asilo em sua propriedade Bauerbach em Meiningen. Aqui Schiller trabalhou na peça Luise Millerin, que mais tarde, por sugestão de Iffland , entitulou de Kabale und Liebe. O término desta obra foi atrasado pelo recente entusiasmo pelo assunto Don Karlos. Após oito meses Schiller voltou a Mannheim, assistiu à recepção fria de Fiesko em 1784, e à calorosa de Kabale und Liebe. Tornou-se membro da "Deutsche Gesellschaft" (Sociedade Alemã) e o Duque Karl August, de passagem em Mannheim, nomeou-o "Weimarischer Rat". Dalberg novamente perdeu seu interesse e não renovou o contrato para o ano seguinte. A tentativa de fazer frente a um crescente endividamento, fundando a revista Rheinische Thalia fracassou. Finalmente recorreu a um grupo de admiradores idealistas (Gottfried Körner, Ferdinand Huber, Dora e Minna Stock), revelou-lhes sua verdadeira situação e aceitou a proposta de trabalhar em seu meio como hóspede e amigo. Em 1785 Schiller ficou por alguns meses em Leipzig onde encontrou novo e enérgico editor, e mudou-se então para Dresden, como hóspede de Körner, que se tornou amigo compreensivo e altruista. Embora essa experiência fosse gratificante, como provam Das Lied an die Freude, a finalização de Don Karlos que passou a desenrolar-se no sentido de um drama sobre a amizade, e as Cartas Filosóficas (Philosophische Briefe), a vida dependente na condição de hóspede limitava suas forças produtivas. Após dois anos de permanência em Dresden mudou-se para Weimar, pois reconhecera que só provando seu valor e força perante a vida conseguiria dominar a crise espiritual que o assolava na fase de transição entre jovem e homem adulto.

Weimar

Em Weimar, a partir de 1787, aproximou-se novamente de Charlotte von Kalb e entrou em contato com Herder e Wieland (Goethe estava na Itália), revelou-se como historiador com Geschichte des Abfalls der Vereinigten Niederlande(1788), e obteve um professorado honorário para História na Universidade de Jena em 1789. Procurava reduzir o peso de suas dívidas escrevendo artigos e livros. Para aprimorar sua capacitação tinha que adquirir conhecimentos sobre a poesia da antiguidade clássica, e para tanto traduziu obras de Eurípedes.

Durante um veraneio prolongado em Rudolfstadt conheceu a Senhora von Lengefeld e sua filhas Karoline e Charlotte. Ao noivado com Charlotte em agosto de 1789 seguiu-se o casamente em fevereiro de 1790. Um ano depois uma enfermidade grave (possivelmente pneumonia) prostrou-o. Após difícil e demorada reconvalecença conseguiu seguir seu caminho, mas agora consciente da proximidade da morte e perseguido por constantes recaídas. Segundo opinião de médicos de hoje tratava-se de pleurite, cujo tratamento não era conhecido na época e sua consequência, a peritonite crônica. Nestas condições precárias Schiller criou com inesgotável energia toda sua obra poética e filosófica de sua maturidade.

Foi salvo da apertura econômica em 1791 por um provento, por tres anos, concedido pelo Prícipe Herdeiro de Schleswig-Holstein-Augustenburg e pelo ministro dinamarquês Conde Schimmelmann. Os próximos anos serviram para terminar a "História da Guerra dos Trinta Anos" (Geschichte des Dreißjährigen Krieges), para o estudo da filosofia de Kant e para alicerçar sua própria antropologia e doutrina de ética e estética (Über Anmut und Würde, 1793).

Durante uma visita prolongada a seus pais em sua terra natal, na Suábia, de 1793 a 1794, nasceu seu primeiro filho.

Amizade com Goethe

Foi muito beneficiado pela amizade e intercâmbio espiritual com Wilhelm von Humboldt durante a estada deste em Jena. Após correspondência e encontros rápidos com Goethe, a quem tentava persuadir a participar nos trabalhos nos Horen, aconteceu em Jena em julho de 1794 uma conversa, e finalmente a carta de 23 de agosto de 1794 na qual Schiller apresentou a "soma da existência de Goethe" (die Summe der Goetheschen Existenz). Este ofereceu-lhe amizade e cooperação. Seguiu-se um intenso intercâmbio espiritual e colaboração artística.

Últimos anos

Apesar de não se recuperar mais da enfermidade, a partir de 1800, Schiller concluia ano após ano novo drama, além de fazer traduçãoes e adaptações para o palco de outras obras.

  • 1800, conclusão de Maria Stuart, início de Die Jungfrau von Orleans
  • 1801, Hero und Leander. Término de Die Jungfrau von Orleans. Adaptação para o palco de Nathan de Lessing. Adaptação de Turandot de Carlo Gozzi, Macbeth de Shakespeare, publicação do ensaio Über das Erhabene.
  • 1802, adaptação para o palco de Iphigenie de Goethe. Início dos trabalhos em Die Braut von Messina.
  • 1803, Der Graf von Habsburg, Das Siegesfest. Conclusão de Die Braut von Messina. Tradução do francês de Picard Der Parasit e Der Neffe als Onkel. Início dos trabalhos em Wilhelm Tell.
  • 1804, término de Wilhelm Tell. Die Huldigung der Künste.
  • 1805, trabalho em Demetrius. Tradução de Phèdre de Racine.

Em 1802 Schiller foi nobilitado. Em 4 de fevereiro de 1802 mudou-se para casa própria em Weimar. Faleceu em 9 de maio de 1805 quando trabalhava em Demetrius. Foi sepultado na noite de 11 a 12 de maio de 1805 no Jakobskirchhof e transferido em 1827 para o Jazigo dos Príncipes (Fürstengruft) de Weimar.

Obras

Teatro

  • Die Räuber (1781) (Os Bandoleiros)
  • Kabale und Liebe (1783) (Intriga e Amor)
  • Die Verschwörung des Fiesco zu Genua (1784)(Conjura de Fiesco)
  • Don Karlos (1787/88)
  • Wallenstein -Trilogie (1799)
  • Maria Stuart (1800)
  • Die Jungfrau von Orléans (1801) (A Donzela de Orleans)
  • Turandot (de Carlo Gozzi) (1801)
  • Die Braut von Messina (1803) (A Noiva de Messina)
  • Der Neffe als Onkel (comédia de Louis-Benoît Picard) (1803)
  • Der Parasit oder Die Kunst, sein Glück zu machen (comédia,também de Picard) (1803)
  • Wilhelm Tell (1803/04)
  • Demetrius (inacabado, 1805)

Trabalhos menores

  • Hektors Abschied
  • Die Schaubühne als eine moralische Anstalt betrachtet (1784)
  • Der Verbrecher aus verlorener Ehre (1786)
  • Der Geisterseher (Fragmento) (O visionário)

Poesia

  • Ode an die Freude (1786) (Ode à Alegria)
  • Resignation (1786)
  • Das verschleierte Bild zu Sais (1795)
  • Die Teilung der Erde (1795)
  • Würde der Frauen (1795)
  • Der Handschuh (1797) (A Luva)
  • Der Taucher (1797) (O Mergulhador)
  • Die Kraniche des Ibykus (1797)
  • Ritter Toggenburg (1797)
  • Deutsche Größe (1797 ou 1801)
  • Der Ring des Polykrates (1798)
  • Der Kampf mit dem Drachen (1798)
  • Die Bürgschaft (1798)
  • Das Lied von der Glocke (1799) (O Canto do Sino)
  • Nänie (1800)
  • Der Antritt des neuen Jahrhunderts (1800)
  • Das Siegesfest (1803)
  • Die Huldigung der Künste (1804)
  • Reiterlied
  • Deutsche Treue

Filosofia

  • Über den Grund des Vergnügens an tragischen Gegenständen (1792)
  • Augustenburger Briefe (1793) (Cartas de Augustenburg)
  • Über Anmut und Würde (1793) (Sobre Graça e Dignidade)
  • Kallias-Briefe (1793)
  • Kallias oder Über die Schönheit (Kallias ou Sobre a Beleza)
  • Die Horen (1795)
  • Über die ästhetische Erziehung des Menschen (1795) (Sobre a Educação Estética do Homem)
  • Über naive und sentimentalische Dichtung (1795) (Sobre Poesia Ingênua e Sentimental)
  • Kleinere prosaische Schriften (1801)

História

  • Geschichte des Abfalls der Vereinigten Niederlande von der spanischen Regierung (1788) (História sa Separação dos Países Baixos do Governo Espanhol)
  • Was heißt und zu welchem Ende studiert man Universalgeschichte? (Preleção em 26 de maio de 1789, 1790)
  • Geschichte des dreißigjährigen Krieges (1790) (História da Guerra dos Trinta Anos)


Fonte

Der Grosse Brockhaus (Eberhard Brockhaus Wiesbaden 1953)