Bachem Ba 349

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Bachem Ba 349

Bachem Ba 349, também denominada de Natter, foi um avião a jato / foguete tripulado, de decolagem vertical, desenvolvido na Alemanha pelo engenheiro Erich Bachem durante a Segunda Guerra Mundial (anos 1944/1945).

Projeto

A Alemanha, já exaurida aos anos finais da Segunda Guerra Mundial, necessitava de soluções simples e eficientes a se defender da supremacia dos bombardeios em massa dos aliados sobre as cidades alemãs, que atingiam a sociedade civil num exercício de terror físico e psicológico (tal estratégia também foi adotada pelos Estados Unidos da América ao lançar a bomba atômica sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão).

Para tanto, desenvolveu o Bachem B-349, aeronave que apresentava aspectos vantajosos, como:

  • Decolagem vertical, em rampas de montagem simples e de grande mobilidade.
  • Ausência de campos de pouso. Após cumprida a missão, o piloto e as partes reaproveitáveis da nave (parte traseira com o sistema de propulsão) seriam salvos de paraquedas. As partes não reaproveitáveis, (parte frontal e sistema de disparos) seriam perdidos no impacto ao solo.
  • Operação a grande altitude (até 14.000 m) e altíssima velocidade (proximo ou acima de Mach-1), o que impossibilitava uma intercepção inimiga.
  • Simplicidade de comando, o que agilizava e encurtava o tempo de treinamento dos pilotos.

Características técnicas

Medidas

  • Envergadura - 3,60 m
  • Comprimento - 6,10 m
  • Altura - 2,25 m
  • Área de sustentação (asas)- 4,80 m
  • Peso vazio - 880 kg
  • Peso bruto máximo - 2.232 kg

Sistema de propulsão

  • Sistema a jato (Walter HWK 109-509 A-2 biprolente de 1.700 kp)
  • Sistema auxiliar de decolagem (4 jatos Schmidding 109-533 combustível sólido, de 1.200 kp)

Desempenho

  • Velocidade máxima- 1.000 km/h
  • Velocidade de subida- 200 m/s
  • Altitude máxima- 14.000 m
  • Raio de ação- 40 km

Armamento

  • 24 foguetes Föhn de 73 mm, - ou
  • 33 foguetes R4M de 55 mm, - ou
  • 2 canhões MK108 de 30 mm com 30 cartuchos cada

Desenvolvimento

O projeto foi desenvolvido em várias frentes e por diversas instituições, como a Technische Hochschule Aachen, sob a direção do Prof Wilhelm Fuchs e a sede da empresa Bachem Werke GmbH.

Os testes aerodinâmicos foram realizados pela Deutsche Versuchsanstalt für Luftfahrt (DVL), em Braunschweig.

Os testes práticos foram iniciados em 03 de novembro de 1944, levando-se a aeronave a reboque a 3,000 metros de altitude. Comandada pelo piloto de testes Erich Klöckner, os testes se revelaram positivos e a ejeção e descida ao solo do piloto com paraquedas ocorreu sem imprevistos.

Outro teste sem imprevistos realizaou-se em 14 de fevereiro de 1945, a 5.500 metros de altitude, com o piloto Hans Zübert. Os testes em grandes altitudes, sem propulsão própria, se estenderam até o final de fevereiro de 1945.

Primeira decolagem vertical tripulada

A primeira decolagem com propulsão propria e tripulada ocorreu em 01 de março de 1945, com o piloto de testes Lothar Sieber. O significado deste teste vai além da sua importância no desenvolvimento do projeto no âmbito dos interesses alemães. Ele se constitue um marco na história do desenvolvimento da conquista espacial, por ter sido o primeiro vôo tripulado, de decolagem vertical, num propulsor a jato, à velocidade em torno de Mach-1.

O acidente

O primeiro teste tripulado vitimou o piloto. A ocorrência de falha técnica causou a tragédia.

Não raras vezes, a interpretação de fatos históricos - em função da visão estereotipada dos historiadores ou formadores de opinião - faz surgirem interpretações desencontradas da realidade. Assim também há informações díspares sobre as exatas causas do acidente da Bachem Ba-349. Por um lado, a causa teria sido o sub-dimensionamento da fixação da cobertura da cabine do piloto. Por outro, a causa teria sido o emperramento de um foguete auxiliar Schmidding (a ser descartado em pleno vôo).

Quais sejam os detalhes, fato é que a incessante busca do ser humano pelo saber, frequentemente faz dos abnegados pioneiros suas principais vítimas.

Destino do projeto

Não houve mais tempo hábil à Alemanha colocar em operação esta arma defensiva. Consta que foram construidos trinta exemplares da aeronave. Vinte teriam sido utilizadas em testes, seis incinerados ao final da guerra, e quatro pilhados pelos Estados Unidos da América do Norte.

Memoriais, réplicas e originais

Há memorial próximo ao local de lançamento em Heuberg.

Há réplicas da aeronave no museu de Munique. Há um exemplar restaurado noSteven F Udvar-Hazy Center do Smithsonian Institution em Washington, e outro não restaurado no Paul E. Garber Preservation, Restoration and Storage Facility do Smithsonian Institution dos Estados Unidos da America do Norte.

Referências

Ligações externas