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Alphonse de Chateaubriant
Alphonse de Châteaubriant (1877-1951) foi um romancista e diretor de jornais francês.
Biografia
Alphonse de Brédenbec de Châteaubriant nasceu em La Prévalaye, próximo a Rennes, em 25 de março de 1877, de uma velha familia de nobres bretões. Após brilhantes estudos secundários, o aristocrata ocioso, aos 34 anos, passou a dedicar-se à literatura. Em 5 de dezembro de 1911 a editora Grasset publicou seu primeiro romance, "Monsieur des Lourdines", que recebeu o prêmio Goncourt. As vendas chegaram a 18 000 exemplares no primeiro ano.
Em 1914 Châteaubriant foi mobilizado, servindo nas ambulâncias. Escreveu cartas pungentes à sua mulher e ao amigo Romain Rolland. Deste trauma resultou para o escritor a convicção de que a França devia aliar-se à Alemanha para evitar nova guerra.
Em 1923 recebeu o Grande Prêmio da Academia francesa, por "La Brière", que obteve uma das mais altas tiragens no período entre-guerras com 609 000 exemplares vendidos.
Germanófilo, Châteaubriant foi conquistado pelo nacional-socialismo.Em maio de 1937 publicou La Gerbe des Forces, onde revela suas teses a favor da ideologia nacional-socialista e demonstra a compatibilidade entre esta e o cristianismo.
Em La Gerbe des Forces Châteaubriant diz:
- "Hitler é antes de tudo um poeta, um grande coração, e é sobre o homem de todas as nações que ele refletiu.O homem que governa a Alemanha hitlerista, é preciso que se tenha muito conhecimento do ser humano para descobri-lo e de coragem para entendê-lo, é um homem exepcional cujo espírito haure suas idéias, não nas regiões glaciais da habilidade ambiciosa da política, mas num amor profundo e numa auto-disciplina de que não fazem idéia os profissionais da vigarice e das fraudes".
- (Hitler est avant tout un poète, un grand coeur et c'est pour l'homme de toutes les nations qu'il a réfléchi.L'homme qui gouverne l'Allemagne hitlérienne, il faut avoir assez de connaissance humaine pour le déceler et de courage pour l'entendre, est un homme exceptionnel dont l'esprit puise ses idées, non dans les régions glacées de l'ambitieuse habileté politicienne, mais dans un amour profond et dans une discipline de soi-même dont n'ont aucune idée les professionnels de la rouerie et de la combine.)
Em 13 de agosto de 1938, em Berchtesgaden, Châteaubriant encontrou com Adolf Hitler, que tomando suas mãos, lhe disse:
- "Senhor escritor francês, o senhor compreendeu o nacional-socialismo melhor que 99% dos alemães que votam em mim".
- (Monsieur l'écrivain français, vous avez compris le national-socialisme mieux que les 99% d'Allemands qui votent pour moi.)
La Gerbe des Forces tornou-se " um escândalo enorme num mundo atrozmente conformista onde a propaganda mundial prepara a Segunda Guerra civil européia". (Marc Augier)
No outono de 1940 criou oficiosamente o Grupo Colaboração, reconhecido em fevereiro de 1941 pelas autoridades alemãs. Em paralelo fundou um hebdomadário literário e político no qual apelava à colaboração com os alemães, "La Gerbe". O primeiro exemplar saiu em 11 de julho de 1940. Nele colaboraram Marc Augier, Jean Giono, Paul Morand, Jean Cocteau, Marcel Aymé, Sacha Guitry, André Castelot. O último número foi impresso em 17 de agosto de 1944, quando seu diretor já se encontrava exilado na Alemanha. Na "libertação" seu nome apareceu na lista de autores "indesejáveis" pela Comissão Nacional de Escritores. Em 1945 foi para a Áustria, para Kitzbühel, sob o pseudônimo de Dr. Alfred Wolf.
Em 25 de outubro de 1945 a 6ª Secção da Corte da Justiça do Seine condenou Châteaubriant à morte por contumácia e à pecha de indignidade nacional em vida. Um mandado de prisão foi emitido com ordem de levá-lo ao Fort de Charenton.
Faleceu em 2 de maio de 1951 em seu retiro austríaco, um mosteiro no Tirol.
Bibliografia
- Prémisses, 1902.
- Pastels vendéens. Le Soulier du vilain, ou Petite chronique des temps difficiles, 1905.
- Muses vendéennes, 1905.
- Le Baron de Puydreau, 1908, Paris, les Artisans imprimeurs, 1926
- Monsieur de Buysse, 1909.
- Monsieur des Lourdines. Histoire d'un gentilhomme campagnard, Paris, B. Grasset, 1911, Paris, Ferenczi, 1932
- Un poème inédit de Châteaubriant. Souvenir, 1923
- La Brière, Paris, Grasset, 1923
- Instantanés aux Pays-Bas, Paris, Kra, 1927.
- La Meute, Paris, Éd. du Sablier, Collection « Œuvres originales », 1927.
- La Réponse du Seigneur, Paris, Grasset, Collection « Les Cahiers verts », 5e série, n°10, 1933.
- Au pays de Brière, Liège, Paris, J. de Gigord, 1935.
- La Gerbe des forces : nouvelle Allemagne, Paris, Grasset, 1937.
- Les Pas ont chanté, Paris, B. Grasset, 1938.
- La Psychologie et le drame des temps présents, 1943.
- Écrits de l'autre rive, Paris, Collection « Le Palladium », A. Bonne, 1950.
- Lettre à la chrétienté mourante, avant-propos par Robert de Châteaubriant, Paris, B. Grasset, Collection « Les Cahiers verts », nouvelle série n° 9, 1951.
- Lettres des années de guerre, 1914-1918, Paris, A. Bonne, 1952
- Fragments d'une confession, Paris, Desclée de Brouwer, 1953.
- Des Saisons et des jours, journal de l'auteur, 1911-1924, avec 7 dessins originaux de l'auteur, Bulle, Suisse, Éditions du Sapin vert, 1953.
- Itinerarium ad lumen divinum, Paris, la Colombe, Éditions du Vieux-Colombier, 1955.
- Cahiers, 1906-1951, Paris, B. Grasset, 1955.
- L'acte intérieur ou Le sens intime du divin, Paris, Nouvelles éditions latines, 1992
- Chroniques de l'âme, Paris, Perrin & Perrin, 1999 (édition établie par Benoît Mancheron et Paul Gothal)
- Hess Heinrich, Un homme parmi les autres. Un chef et son peuple, Préface de Alphonse de Châteaubriant, Paris, s. d.
- Procès posthume d'un visionnaire. Alphonse de Châteaubriant, préface de Robert Canzillon, Paris, Nouvelles éditions latines, 1987
- Châteaubriant Alphonse de et Rolland Romain, L'un et l'autre, 1906-1914. Choix de lettres, préface de L. A. Maugendre, Paris, A. Michel,
- Collection « Cahiers Romain Rolland » n° 26, 1983.
- Inédits ou inachevés : Kériacop et La Cité de nos Fêtes.
