A arrogância de Washington fomentou a revolução islâmica

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Paul Craig Roberts

Será o Paquistão responsável pelo ataque a Bombaim, na Índia? Não.

Será a opressão por parte da Índia sobre a população muçulmana minoritária responsável? Não.

Será o governo dos Estados Unidos responsável? Sim.

O ataque a Bombaim requereu a existência de muçulmanos radicalizados. Os muçulmanos radicalizados resultam do derrube, por parte dos EUA, do governo recém eleito do Irão e da imposição do regime do Xá; da colocação de tropas dos EUA na Arábia Saudita; da tentativa de invasão e de ocupação do Iraque e do Afeganistão por parte dos EUA, bombardeando casamentos, funerais e jogos de futebol da liga de juniores; da violação da lei internacional e da lei dos EUA por parte dos EUA aplicando métodos de tortura às suas vítimas muçulmanas; dos EUA terem alistado o Paquistão na sua guerra contra os Talibãs; pela violação da soberania do Paquistão pelos EUA utilizando o território paquistanês para operações militares, causando a morte de civis paquistaneses; do apoio por parte dos EUA, durante meio século, à limpeza étnica levada a cabo pelos israelitas contra os palestinianos nas suas próprias terras, vilas e cidades; do assalto da cultura estadunidense aos valores islâmicos; da compra do governo do Egipto por parte dos EUA para que este aja como seu fantoche; da arrogância dos EUA de que a América é o bastião supremo da moral.

Tal como Justice Brandeis afirmou, o crime é contagioso. O governo lidera pelo exemplo, e o exemplo da América é fora da lei. Os crimes brutais da América contra o mundo muçulmano convidam cada muçulmano a tornar-se na sua própria lei – a tornar-se um revolucionário. Não é com o terror que Washington se digladia, é com a revolução.

Por intermédio de um comportamento incivilizado e indiplomata os EUA despertaram os povos islâmicos do seu longo jugo como servos das potências coloniais ocidentais. Alguns muçulmanos atingiram o seu limite e a sua fúria leva a que um bilião deles de erga para acabar com a hegemonia estrangeira.

A arrogante incompetência do governo estadunidense trouxe este conflito até ao povo americano e infligiu-o ao mundo. Destabilizando o Paquistão, os EUA perderam uma marioneta e criaram uma oportunidade que os revolucionários islâmicos podem explorar. Enfurecendo a Índia contra o Paquistão, o ataque a Bombaim trouxe novos problemas para o Paquistão que irão forçar o governo a dirigir a sua atenção para longe do combate aos santuários Talibãs na fronteira do Paquistão com o Afeganistão. Se os EUA pegarem nisto terão invadido ainda mais um país e ficarão encurralados numa confusão ainda maior.

Tendo fomentado o terrorismo, o governo estadunidense finge agora ser a vítima inocente, imitando os israelitas que criaram o terrorismo ao forçarem os palestinianos a abandonarem as suas casas e as suas vilas, fingindo ser vítimas inocentes.

Actualmente os membros europeus da OTAN, uma organização ultrapassada que foi criada para defender a Europa ocidental de uma invasão soviética, sacrificam a vida dos seus soldados combatendo na guerra do Império Estadunidense no Afeganistão. Se os EUA continuarem assim, brevemente teremos europeus a morrer na Ucrânia, na Geórgia e no Irão.

O governo estadunidense, que prega “a liberdade e a democracia” no séc. XXI atingiu extremos nunca vistos para ignorar a Constituição dos EUA e as liberdades civis garantidas por esta. O governo dos EUA repudiou a Convenção de Genebra e a proibição da lei estadunidense no que se refere à utilização da tortura. O governo dos EUA deixou de lado o habeas corpus, o ancestral principio legal garantido pela Constituição dos EUA que proíbe os governos de manterem as pessoas na prisão sem a apresentação de queixa-crime. O governo dos EUA quebrou as leis de outras nações raptando cidadãos estrangeiros e transportando-os para outros locais para serem torturados.

Estes crimes massivos têm sido justificados em nome da “guerra contra o terror.” Na realidade, estes crimes fomentam a revolução.

Foi o governo dos EUA que criou a “guerra contra o terror.” Que tem sido utilizada para matar e desalojar milhões de iraquianos e de afegãos, a aprisionar cidadãos dos EUA como se de meros servos medievais se tratasse e a esbanjar três milhões de dólares com o único propósito de enriquecer a Halliburton e as industriais militares e da segurança.

O jornalista de investigação, John Pilger, já demonstrou que a pretensa “superioridade moral do Ocidente” não passa de uma burla concebida para se proteger o Ocidente duma introspecção aos seus próprios crimes contra a humanidade.

Obama prometeu uma mudança deste comportamento destrutivo, mas como é que essa mudança advirá da nomeação da mulher mais arrogante do planeta para Secretária de Estado e se o resto do novo governo for abastecido com fiéis e testados Likudnistas e servos da indústria militar e securitária?

A mudança sobre a qual Obama irá presidir não terá quaisquer vitórias estadunidenses. A mudança virá dos EUA como um Estado falhado, do dólar destronado como reserva federal, da uma América repudiada pelos seus aliados e pelas suas marionetas pagas, do desemprego massivo para o qual não há solução, da hiperinflação que dá origem à anarquia.

Pode vir o dia em que Washington tenha que lidar com uma revolução doméstica além das no estrangeiro.

05 de Dezembro de 2008

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