Séneca

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Lucius Annaeus Seneca, ou Séneca, nasceu na Península Ibérica, em Córdova, no ano 4 a.C., e faleceu em Roma, a 65 d.C., após ter sido intimado a cometer o suicídio através de uma ordem dada pelo imperador Nero, de quem tinha sido conselheiro. Orador e advogado que chegou ao Senado, Séneca, ao longo das suas obras expõe os ideais estóicos clássicos de renúncia aos bens materiais supérfluos e de busca da tranquilidade da alma - a ataraxia - mediante o conhecimento e a contemplação. Dedicou-se também à promoção de uma fraternidade universal, considerada semelhante ao cristianismo. Admite-se que os cristãos por intermédio de Séneca assimilaram os princípios estóicos, cuja escola foi fundada no século III a.C. pelo filósofo helenista Zenão de Cítio. O pensamento de Séneca, “viverei com o pensamento de que nasci para os outros”, funde-se totalmente com o modo de vida cristão. Séneca influenciaria profundamente o pensamento do teólogo cristão francês, João Calvino, que originou uma variante do Protestantismo durante a Reforma Protestante: o Calvinismo.

Pensador e escritor proeminente da Roma Antiga, Séneca entendia a afirmação da virtude como a única fonte possível para a felicidade e preocupava-se com a forma correcta de viver a vida, valorizando a ética, a física e a lógica. Não receando estar sozinho contra todos, pregava o sereno estoicismo como a maior virtude, e, juntamente com Marco Aurélio e Epicteto, conta-se entre os mais importantes representantes do estoicismo romano, como tal, via no cumprimento do dever um serviço à comunidade. Procurando sempre aplicar a sua filosofia à prática, não viu nenhuma contradição entre os seus ensinamentos e a riqueza material que possuía, dizia que “o sábio não estava obrigado à pobreza, desde que o seu dinheiro tivesse sido ganho de forma honesta”. No entanto, devia ser capaz de abdicar dele e não ficaria desesperado caso perdesse a fortuna pois a maior riqueza está no seu interior.

Na sua obra Da Vida Feliz, não receando a impopularidade nem convenções de demagogos, recomenda que não se perca demasiado tempo com a populaça nem se dê demasiada atenção às cismas irracionais das maiorias: “Para atingir a felicidade é necessário evitar a multidão e abandonarmos a ideia de que o melhor está ligado ao maior número […] a multidão toma posição contra a razão […] a opinião da multidão é indício do pior”. Ao dizer “procuremos aquilo que é melhor e não o que é mais comum” não esconde o seu grandíssimo desprezo pela quantidade em detrimento da qualidade. Este sapiente latino via-se como um sábio imperfeito: "Eu elogio a vida, não a que levo, mas aquela que sei dever ser vivida." Os afectos (como relutância, vontade, cobiça, receio) devem ser ultrapassados, o objectivo não é a perda de sentimentos, mas a superação dos afectos. A sua sabedoria consiste em cultivar a força da vontade para colocar a felicidade na virtude e não nos acasos da fortuna, “a verdadeira felicidade está na virtude”, diz-nos.

A felicidade, móbil para todos os homens, só pode resultar, da harmonia com a natureza, “a vida feliz é uma vida conforme à sua própria natureza”, assim, Séneca condena os modos antinaturais de vida, que podem proporcionar prazer momentâneo, mas nunca a realização pessoal. O culto da mediocridade também não agrada pois a promoção da fraqueza, do coitadinho, do desintegrado, pode potenciar uma violência incalculável, “a crueldade vem sempre da fraqueza” infere Séneca. A solução para o mal que existe no mundo reside na ordem, e no incondicional cumprimento do dever “o homem feliz pratica aquilo que é honesto e contenta-se com a virtude, o seu prazer está no desprezo dos prazeres […] a vida feliz tem por fundamento imutável um juízo recto e firme”. O filósofo romano condena ainda a inveja, o consumismo, e a extrema ambição ao dizer “é feliz aquele que ama aquilo que tem”. O bem não pode coincidir com o prazer, como agora nos querem convencer, e lembra que “aqueles que fazem do prazer o soberano bem, sabem muito bem o lugar vergonhoso em que o colocaram […] A virtude existe muitas vezes sem o prazer e nunca tem necessidade dele”. O vício, também agora inculcado às massas embrutecidas, já na Roma Antiga era condenado por Séneca: “as virtudes devem estar onde reinam a harmonia e a unidade, os vícios onde imperam as dissensões”. O prazer vem da rectidão “o sábio nada faz para obter o prazer, o prazer vem sem ser chamado”, e a liberdade é tão simples, nada tem a ver com a liberdade para a transgressão e para o parasitismo trazida pelos socialismos, e ensina Séneca:”nascemos num reino: ser livre é obedecer a Deus”.

Antes, como agora, acusam-se os bons de não serem perfeitos, que afinal são iguais aos demais, iguais àqueles que são iníquos e não se importam com isso, mas Séneca sabiamente refuta da seguinte forma: “exige, de mim, não que seja igual aos melhores, mas que seja superior aos maus”. Desenganem-se aqueles que fazem coincidir a riqueza material com o supremo bem, pois o seu equívoco é total, “as riquezas não são um bem, pois se o fossem, tornariam bons os ricos […] no caso do sábio as riquezas estão ao seu serviço, e ao insensato dirigem-no”. Os bens podem ser adquiridos, na condição de não deixarmos que se estabeleça uma dependência deles. Também o ócio fomentado pelos apologistas do socialismo extremista, com raízes no materialismo, não encontra eco em Séneca, a felicidade exige esforço, e lembra-nos que “uma virtude não existe sem sofrimento”. Este gigante do estoicismo não simpatizava com a alienação do pacifismo e do comodismo “nunca um general confia na paz ao ponto de não se preparar para a guerra”. E, ambicionando um mundo melhor, Séneca adverte que “o sábio critica os outros não por sentimento de raiva, mas tendo em vista a sua cura”. Tanto que os homens pós-modernos têm para aprender com este nobre homem romano.