Death In June

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Cartaz do concerto de Death In June agendado para 15 de Outubro, 2011, em Lisboa

Os Death In June são um projecto musical, da corrente neo-folk, liderado pelo músico inglês Douglas Pearce, mais conhecido pelo nome artístico de Douglas P. O projecto foi fundado inicialmente como um trio, em 1981, mas após a saída dos restantes membros, em 1984 e em 1985 para tocarem noutros projectos pessoais, Death In June tornou-se quase que exclusivamente fruto do trabalho de Douglas P. com vários colaboradores convidados. Douglas P. reside actualmente na Austrália.

O projecto comemorou o seu 30º aniversário em 2011, ao longo das décadas foi objecto de diversas alterações de estilo e de performance, indo de uma sonoridade inicial pós-punk e industrial para uma abordagem mais acústica e folk. Considerado como um projecto extremamente polémico (em boa parte devido à sua estética inspirada na Alemanha nazi), tornou-se muito popular nos circuitos da música alternativa gótica e pós-industrial. Douglas P. foi um dos pioneiros do estilo neo-folk, ao ponto da sua música se tornar sinónimo deste.

Primórdios

Os Death In June foram fundados na Inglaterra em Junho de 1981, por iniciativa de Douglas P., Patrick Leagas e Tony Wakeford. Douglas P. e Wakeford tinham já sido colegas nos Crisis, uma banda politizada de sonoridade punk fundada em 1977. Os Crisis tinham sido alvo de algum seguidismo na subcultura punk britânica, tocando em manifestações organizadas pela campanha Rock Contra o Racismo e pela Liga Anti-Nazi.

Primeira encarnação (1981–1985)

O projecto abandonou prontamente a cena punk e começou a embeber a sua sonoridade com elementos electrónicos e batidas marciais, combinadas com uma sonoridade pós-punk influenciada pelos Joy Division. As letras mantiveram muito do lirismo e da urgência política dos primeiros registos dos Crisis, faixas retiradas dos primeiros singles, como "Holy Water" ou "State Laughter" demonstravam um perpétuo fascínio pelos sistemas políticos. Posteriormente, Douglas P. abandonaria qualquer interesse político assumido, favorecendo uma abordagem mais esotérica do seu trabalho.

O primeiro concerto

O projecto tocou ao vivo pela primeira vez a 25 de Novembro de 1981, em Londres, como banda de suporte dos The Birthday Party, ao qual se seguia uma curta digressão já em 1982 (o concerto de 28 de Maio de 82 foi editado, oficiosamente, por Patrick Leagas em 1987 com o título "Oh How We Laughed") e, em 1983, por uma digressão mais extensa.

Introdução do folk

No álbum "The Guilty Have No Pride", de 1983, o projecto adoptou também a sonoridade do folk tradicional europeu, fazendo uso de guitarras acústicas e incluindo nas letras referências à História da Europa, tanto a ancestral como a contemporânea, combinando uma percussão pesada com uma atmosfera electrónica e um experimentalismo pós-industrial.

Saída de Tony Wakeford

Devida a alguma tensão causada por divergências quanto ao rumo do projecto, em Janeiro de 1984 foi pedido a Wakeford que abandonasse o mesmo, depois de um concerto em Paris. Wakeford fundou então um projecto pós-punk, os Above The Ruins, antes de fundar os Sol Invictus. Embora as relações entre ambos os projectos não tenham sido pacíficas durante vários anos após a saída forçada, Wakeford reatou a sua amizade com Douglas P. no final dos anos 80. Os músicas mantêm uma relação de amizade e Wakeford chegou a tocar com os Death In June, como convidado especial, em 1998.

"Nada!"

O álbum "Nada!" trouxe uma sonoridade, temporária, de música de dança aos Death In June, entre outras faixas que mantinham os elementos folk anteriormente adoptados. Douglas P. posteriormente revelaria que esta influência se devia a Patrick Leagas, o que se comprovou nos projectos adoptados por este (Sixth Comm e Mother Destruction).

Saída de Patrick Leagas

Leagas abandonou o projecto, sem aviso, em Abril de 1985, depois da digressão em Itália, resultando no cancelamento de muitos dos concertos agendados no Reino Unido e no resto da Europa que ainda estavam por efectuar como parte da digressão iniciada em Itália. Leagas, que adoptou o nome artístico de Patrick O-Kill, acabou por fundar os Sixth Comm. Desde então que o projecto Death In June tem consistido quase que exclusivamente das composições de Douglas P., recorrendo a vários músicos convidados.

Segunda encarnação (1985–1996)

Fundação da World Serpent Distribution

Em 1991 Douglas P. baptiza e auxilia na fundação da World Serpent Distribution, uma distribuidora britânica especializada na música experimental, esotérica e pós-industrial que iria distribuir os lançamentos da editora NER, propriedade de Douglas P., até final da década de 90. Nesta altura Pearce colabora com muitos artistas cujos trabalhos são também distribuídos pela World Serpent Distribution.

Colaboração com David Tibet

David Tibet fundara os Current 93 em 1982 e, após ter sido apresentado a Douglas P. por Alan McGee, da Creation Records, no Living Room Club, em 1983 começou a trabalhar com Death In June. Estando familiarizado com o alfabeto rúnico, Pearce deu-o a conhecer a Tibet, que tinha um apreço semelhante por religião e magia, tendo implementado esses conceitos nos primeiros registos dos Current 93.

Douglas P. introduziu uma influência folk nos Current 93, e David Tibet por sua vez participou nos álbuns "Nada!", "93 Dead Sunwheels", "The World That Summer", "Brown Book", "The Wall of Sacrifice" e "Rose Clouds of Holocaust", altura em que cessou a colaboração entre os dois músicos.

Douglas P. participou também nos álbuns "Apocalyptic Folk", "Swastikas for Noddy", "Earth Covers Earth", "1888" e "Thunder Perfect Mind" dos Current 93, tendo tocado também ao vivo em vários concertos entre 1986 e 1993.

Colaboração com Boyd Rice

Boyd Rice, dos NON, conheceu Douglas P. durante uma digressão no Japão. Foi convidado a participar no álbum "Wall of Sacrifice", o que iniciou um longo período de colaborações entre ambos (desde o princípio dos anos 90 até 2004) dando inclusive origem a projectos paralelos como Scorpion Wind e álbuns conjuntos nos quais figuram os nomes de ambos (Boyd Rice e Death In June).

Colaboração com LJDLP

Les Joyaux De La Princesse colaboraram com Douglas P. no álbum "Östenbräun", editado em formato de cassete dupla em 1989 (seria reeditado em CD em 1995). Pearce enviava o material de base a LJDLP, sendo este remisturado e devolvido à procedência após efectuadas as devidas alterações musicais e estéticas. A colaboração incluiu um concerto ao vivo em 2001.

Colaboração com John Murphy

Após Pearce se ter mudado para a Austrália, reatou o contacto com John Murphy, dos Knifeladder e dos SPK; Murphy começou a tocar ao vivo no projecto Death In June a partir de 1996, em interpretações acústicas que se reduziam aos dois músicos em palco. Isto decorreu até 2005, altura em que Pearce anunciou que Death In June doravante deixaria de tocar a vivo, o que se manteve até 2011.

Terceira encarnação (1996-actualmente)

Colaboração com Albin Julius Martinek

Após conseguir conhecer pessoalmente o seu ídolo, Douglas P., nos bastidores de um concerto em Munique, em Dezembro de 1996, Albin Julius Martinek, dos Der Blutharsch, acabou por começar a colaborar no projecto Death In June e a participar nas digressões deste pela Europa no período 1998-2000.

Juntos editaram os álbuns de originais "Take Care & Control" e "Operation Hummingbird", bem como o álbum "Heilige!", ao vivo. Comparados com os registos anteriores, estes incluíram, graças a Martinek, a inclusão de samples musicais de Richard Wagner, Franz Shubert e Serge Gainsbourg, entre outros, resultando numa sonoridade bombástica, neo-clássica, pós-industrial e extremamente marcial com vestígios dos habituais elementos folk.

A música composta neste período pode ser classificada como parte do género da música marcial, já adoptado em 1986 por Pearce no álbum "The World That Summer" e, em 1989, no "The Wall of Sacrifice". Douglas P. compôs uma canção vagamente inspirada numa faixa de Der Blutharsch para a compilação de tributo "Fire Danger Season", a faixa acabaria por ser baptizada como "Many Enemies Bring Much Honour" e inserida no álbum "Abandon Tracks!", de raridades e remasterizações.

Fecho da World Serpent Distribution

No final dos anos 90 desencadeou-se um processo judicial entre Death In June e a World Serpent Distribution devido a problemas nos pagamentos e na distribuição. Isto levou a que muitos artistas que tinham tomado parte por Pearce, ou sido vítimas problemas semelhantes, abandonassem a distribuidora e assinassem contrato com as Tesco Distribution e Eis & Licht. Pearce acabou por chegar a acordo fora de tribunal, que deu origem ao fecho da distribuidora.

Colaboração com Andreas Ritter

No álbum "All Pigs Must Die", Pearce contou com a colaboração de Andreas Ritter, dos Forseti. Ritter tocou acordeão nalgumas das faixas, tal marcou o regresso de Death In June à sonoridade folk. Ritter acabou por participar também em concertos ao vivo do projecto e Pearce colaborou no álbum "Windzeit", de Forsetti.

Após Andreas Ritter ter sido vítima de um derrame, o que lhe causou uma perda de memória e a perda da habilidade de tocar instrumentos musicais, Pearce contribuiu com versões acústicas de músicas de Death In June para um álbum compilação de tributo, intitulado "Forseti Lebt", lançado em Agosto de 2006.

Término da colaboração com Boyd Rice

Após a gravação do álbum "Alarm Agents", Pearce anunciou que este seria a sua última colaboração com Rice, revelando que a decisão tinha sido mútua e tomada no decorrer da gravação do disco num estúdio algures num vale de Wellington, na Nova Zelândia. Nas palavras de Pierce: "víramo-nos um para o outro e dissemos, 'esta é o nosso último trabalho juntos. Seria impossível fazer melhor'."

Origem do nome

Muito tem sido dito acerca da origem do nome Death In June. Por vezes é interpretado como sendo uma alusão à Noite das Facas Longas, purga que vitimou as Secções de Assalto a 30 de Junho de 1934, ou ao assassinato que despoletaria a Primeira Guerra Mundial, em Sarajevo, em 1914. Pearce esclarece que da sua parte o nome não expressa qualquer ideia em particular, deixando-o à multifacetada interpretação do seu público.

Discografia

Ligações externas