Martin Bormann

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Martin Bormann (1900–1945)

Martin Bormann (*17 de junho de 1900 em Wegeleben/Halberstadt, Alemanha, † 02 de maio de 1945 em Berlim), foi um militar alemão, dirigente da chancelaria do NSDAP e ministro sem pasta no Terceiro Reich. Bormann foi um dos 24 acusados no Tribunal de Nürnberg. Ausente durante o processo, foi considerado culpado em 2 de 3 itens acusatórios e condenado à morte pela forca.

Vida

Martin Bormann foi filho de funcionário dos correios e militar da reserva. Estudou e profissionalizou-se como agrônomo. Em 1930 casou-se com Gerda Buch, filha do major e anterior companheiro de Adolf Hitler, Walter Buch. Deste casamento resultaram 10 filhos.

Após a Primeira Guerra Mundial atuou nos circulos nacional-socialistas.Em 1924 foi condenado a um ano de detenção pela sua participação em um assassinato político (Feme-Mord).

Foi membro de Freikorps (unidades formadas por ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial), e em 1927 associou-se ao NSDAP (membro n. 60508). Por curto período foi motorista do Gauleiter (líder provincial-prefeito) Fritz Sauckel em Weimar. Destacando-se como membro ativo da NSDAP, assumiu em 1928 o setor dos seguros da SA, estruturando-o para criar a Caixa de Previdencia da NSDAP. Em 1933 tornou-se Stabsleiter junto a Rudolf Hess, assumindo uma crescente importância dentro da estrutura de poder do NSDAP.

O poder junto a Hitler

Adolf Hitler nomeu Bormann como administrador de seus bens, e confiou-lhe a construção e supervisão do Berghof, no Obersalzberg. Bormann foi co-responsável pelo afastamento do então assistente pessoal de Hitler, o SA-Obergruppenführer, Wilhelm Brückner.

Após o vôo de Rudolf Hess à Grã-Bretanha em 1941, Hitler não nomeou um substituto, e atribuiu a chefia da chancelaria do partido a Bormann, concedendo-lhe as atribuições de ministro. Informalmente, Bormann passou a ser visto como o segundo mais poderoso homem do governo. Quanto mais se aproximava o início da Segunda Guerra Mundial, mais poder Bormann adquiria, e mais se aproximava da figura do Führer.

Desde 29 de maio de 1941 na chefia da chancelaria e com os poderes de um ministro do Reich, Bormann recebeu em 12 de abril de 1943 o título de Secretário do Führer. Finalmente exerceu concomitantemente o cargo de um General (SS-Gruppenführer).

Dada a contínua proximidade com Hitler, e com a crescente concentração deste na condução da guerra, Bormann conquistou uma influência que concorria em importância com figuras de destaque, como Hermann Göring, Heinrich Himmler, ou Albert Speer. No seu testamento político, Adolf Hitler o classificou como o mais fiel de seus partidários. Bormann foi testemunha no casamento de Hitler com Eva Braun no Bunker em 29 de abril de 1945, e Hitler tinha sido testemunha no casamento de Bormann em 1929.

Bormann sabia se fazer indispensável junto a Hitler, que assim passou a lhe confiar importantes atribuições. Há citações de Hitler a respeito de Bormann, como por exemplo:

"Para vencer a guerra, necessito de Bormann" (Um den Krieg zu gewinnen, brauche ich Bormann) e "Quem está contra Bormann, está contra mim" (Wer gegen Bormann ist, ist gegen mich).

Bormann conquistava assim influência e poder crescente, sobrepujando-se a Himmler, Göring e outros. Não era uma pessoa estimada, também Hitler dizia:

"Eu sei que Bormann é brutal. Mas o que ele faz, tem pé e cabeça, e posso ter a certeza incondicional e absoluta de que minhas ordens são executadas prontamente e por sobre todos obstáculos." (Ich weiß, daß Bormann brutal ist. Aber was er anfaßt, hat Hand und Fuß, und ich kann mich unbedingt und absolut darauf verlassen, daß meine Befehle sofort und über alle Hindernisse hinweg zur Ausführung kommen…)

Traição

Atribuiu-se a Bormann a responsabilidade pelas inconfidências que se suspeitava ocorrerem no entorno de Hitler, e cuja existência mostrava-se cada vez mais óbvia no decorrer do conflito. Após a guerra, também Wilhelm Landig manifestou-se a respeito. Por conseguinte havia, pelas evidências, não só um mas vários traidores:

”Algumas fontes afirmam a respeito, que o traidor no quartel general do Führer, seria Martin Bormann. Esta tese era defendida por historiadores até o inicio dos anos 90. Quando então os arquivos russos finalmente se tornaram acessíveis, pôde se identificar o primeiro-tenente (Oberleutnant) Dr. Wilhelm Scheidt, assistente do General Walter Scherff (encarregado da historiografia militar da guerra) como o principal traidor no quartel general do Führer. Ele era então o único que possuia acesso a, sem exceção, todas as informações que foram repassadas aos russos. Ao início da campanha da Rússia, Scheidt uniu-se à resistência contra Hitler, e manteve contatos, entre outros, com a Roten Kapelle.
(„Manche Quellen sprechen davon, daß der Verräter im Führerhauptquartier Martin Bormann gewesen sein soll. Diese These vertraten Historiker bis Anfang der 90er. Als dann die russischen Archive endlich zugänglich wurden, konnte man den Oberleutnant d.R. Dr. Wilhelm Scheidt, den Adjutanten des Generals Scherff, des Beauftragten für Militärgeschichtsschreibung, als den Hauptverräter im Führerhauptquartier identifizieren. Er war der einzige, der Zugriff auf ausnahmslos alle Informationen hatte, die den Russen übermittelt worden waren. Scheidt hatte sich zu Beginn des Rußlandfeldzuges dem Widerstand gegen Hitler angeschlossen und unterhielt u.a. Kontakte zur ‚Roten Kapelle‘.“)[1]

Em relação a isto escreve o Zeit-Online:

"Dr. Wilhelm Scheidt é o nome daquele Rittmeister, aquela "pessoa de menor importância" (kleine Mann), que agora foi apresentado aos leitores de 50 jornais alemães como “o olho de Moscou no Quartel General de Hitler” Ele merecia, de acordo com a opinião de Martini (Winfried Martini) não somente a guilhotina. A ele seria negado também o respeito humano, que Martini ainda concede aos membros da Roten Kapelle. Pois sobre Scheidt, já há anos [...] o renomado historiador de Göttingen, Percy Ernst Schramm julgou que ele teria, “durante e após a derrocada”, provado “ que ele era um homem sem caráter”."
(„Dr. Wilhelm Scheidt heißt jener Rittmeister, jener ‚kleine Mann‘, der jetzt den Lesern von fünfzig deutschen Tageszeitungen als ‚Auge Moskaus in Hitlers Hauptquartier‘ präsentiert wurde. Er hätte also nach Martinis Ansicht nicht nur das Fallbeil verdient. Ihm wäre auch die menschliche Achtung versagt geblieben, die Martini den Mitgliedern der ‚Roten Kapelle‘ immerhin noch zugesteht. Denn über Scheidt hat schon vor Jahren [...] der angesehene Göttinger Historiker Percy Ernst Schramm, geurteilt, er habe ‚während und nach dem Zusammenbruch‘ bewiesen, ‚daß er ein Mann ohne Charakter‘ sei.“) [2]]

Fuga e morte

Bormann a Karl Dönitz: O testamento político de Adolf Hitler

No testamento de 29 de abril de 1945, Bormann tinha sido determinado como testamentário e futuro ministro do partido. Esteve também presente à cremação do corpo de Hitler. Após a morte deste, seu sucessor na função de Chefe de Estado, Karl Dönitz, que se localizava em Mürwik / Flensburg no norte da Alemanha, recebeu de Berlim uma mensagem de rádio expedida por Martin Bormann:

”Testamento vigorando. Irei ter consigo o mais rápido possível”.
(„Testament in Kraft. Ich werde so schnell als möglich zu ihnen kommen.“)

Porém Bormann nunca chegou a Dönitz. Conforme informações posteriores da secretária de Bormann, este teria se despedido dela com as palavras:

”Então, até a vista! Porém não há mais muito sentido. Eu vou tentar, mas acho que não conseguirei passar.”
(„Also denn auf Wiedersehen! Viel Sinn hat es doch nicht mehr. Ich werde es mal versuchen, aber durchkommen werde ich wohl nicht.“)

O mais confiável indicador sobre seu destino pode ter sido o testemunho de Arthur Axmann, o Reichsjugendführer, que pertencia ao grupo que tentou abandonar o Bunker em Berlim logo após a morte do Führer. Axmann tinha se separado de Bormann para, juntamente com seu Adjudant (assistente), tentar rumar em direção a Moabit. Bormann, por sua vez seguiu com o General Dr. Ludwig Stumpfegger em um Panzer Tiger em outra direção. Conforme ainda visto por Axmann, o Panzer porém foi abatido pela artilharia soviética. Axmann por sua vez encontrou blindados soviéticos em seu caminho e teve que retornar. Durante seu retorno pela Invalidenbrücke (ponte dos inválidos) teria encontrado Bormann e Stumpfegger deitados de costas no passeio, com os membros esticados. Não visualizou ferimentos, porém estavam sem vida, e Axmann prosseguiu em sua fuga. Há informações de que os cadáveres permaneceram por dias estendidos no local, até que alemães, funcionários dos correios, teriam sob ordens de militares soviéticos, soterrados os corpos na cratera mais próxima.

Tribunal de Nürnberg

Após o final da guerra os realizadores do Tribunal de Nürnberg expediram por 4 semanas ordens a Bormann para se apresentar. Em sua procura foram distribuidos 200.000 placas e panfletos em todas zonas de ocupação da Alemanha. Tal movimentação pode ter incitada a imaginação popular, formando a base para as futuras lendas sobre o destino de Bormann. O tribunal condenou Bormann, réu ausente, à morte pela forca, sob a acusação de “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade”. Durante o processo, a morte de Bormann ainda não era certa, não obstante o testemunho de Arthur Axmann perante o tribunal.

Lendas

Devido a circulação de rumores sobre supostas fugas de altos funcionários do regime nacional-socialista ao exterior, não cessavam boatos sobre aparições de Bormann nos mais diversos lugares.

Assim, nos anos 70 ele teria sido visto como monge na América do Sul. Também teria domicílio vizinho ao do médico Dr. Josef Mengele no Paraguai. Foi reconhecido como espião russo, como padre franciscano em Roma, e como agricultor na Espanha. Foi visto na Namíbia (antigo Sudoeste Africano Alemão) e no Tirol, sempre com notícias sensacionalistas nos tablóides.

A morte e o cadáver

Sua morte foi declarada oficialmente em 24 de julho de 1954. [3]

Em função das declarações de Axmann, as autoridades mantiveram sob observação o local em Berlim, onde o corpo de Bormann teria sido visto. Em 1965 houve uma primeira procura sistemática, porem infrutífera, pelos corpos. Em 1972 iniciaram-se obras civis nas proximidades da ponte e estação ferroviária do Lehrter Bahnhof. Em 07 de dezembro de 1972, durante as escavações, foram encontrados dois esqueletos. Um deles de alta estatura e outro menor. O médico Dr. Stumpfegger de fato tinha 1,90 m de altura, e Bormann apenas 1,68m.

Para determinar a identidade dos esqueletos, recorreu-se aos arquivos do Dr. Hugo Blaschke, dentista de diversas autoridades do regime nacional-socialista. No caso de Bormann, Blaschke tinha relatado apenas a existência de uma ponte no maxilar inferior, porém a caveira em questão apresentava duas falhas dentárias. A ponte implantada por Blaschke foi localizada dias após. Investigações posteriores revelaram que Bormann possuia realmente duas pontes dentárias, tendo uma sido confeccionada e reconhecida pelo técnico dentário Dr. Echtmann de Bensheim.

A cavidade ocular direita da caveira apresentava uma deformação. Bormann tinha sofrido acidente que lhe provocou fratura óssea no lado direito do crânio. Os dois crânios tinham cacos de vidro entre os dentes, o que poderiam ser restos de cápsula de cianeto de potássio (Zyankali) veneno que pode ter sido utilizado por Bormann e Dr. Stumpfegger para se suicidarem.

Descendentes

Martin Bormann tinha dez filhos:

  • Adolf Martin Bormann (* 14 de abril de 1930, em homenagem a seu padrinho Adolf Hitler
  • Ilse Bormann (*09 de julho de 1931, a irmã gêmea Ehrengard faleceu logo após o nascimento)
  • Irmgard Bormann (* 25 de julho de 1933)
  • Rudolf Gerhard Bormann (* 31 de agosto de 1934)
  • Heinrich Hugo Bormann (* 13 de junho de 1936, em homenagem a seu padrinho Heinrich Himmler)
  • Eva Ute Bormann (*04 de agosto de 1938)
  • Gerda Bormann (*23 de outubro de 1940)
  • Fred Hartmut Bormann (*04 de março de 1942)
  • Volker Bormann (*18 de setembro de 1943

Condecorações

  • Blutorden [4]
  • Goldenes Parteiabzeichen der NSDAP (Distintivo em ouro da NSDAP)
  • Dienstauszeichnung der NSDAP (Distintivo por serviços à NSDAP em bronze e prata
  • SS-Dienstauszeichnung (Distintivo por serviços à SS)
  • Ehrendegen des Reichsführers SS (Espada de honra Reichsführer SS)
  • SS-Ehrenring der SS (Anel de honra da SS)

Referências

Internet

Literatura

Notas de rodapé

  1. Questão da culpabilidade-Traição ou resistência
  2. Zeit-Online: War Rittmeister Wilhelm Scheidt Stalins Auge im Führerhauptquartier?
  3. (Standesamt Berlin I, Az. I/1483 Nr. 29223 de 24 de julho de 1954)
  4. (Medalha em honra à marcha pacífica sobre a Feldherrnhalle em 09 de novembro de 1923, realizada em reação à tentativa de golpe da KPD em 23/10/23 em Hamburgo.)