Hans-Joachim Marseille

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Hans-Joachim Marseille

Hans-Joachim Marseille - "Jochen" -, (* 13 de dezembro de 1919 em Charlottenburg (Berlim-Alemanha); † 30 de setembro de 1942 nas cercanias de Sidi Abdel Rahman, Egito) foi aviador alemão na Segunda Guerra Mundial. Na sua carreira militar voou um total de 388 missões de combate e abateu 158 aeronaves inimigas. Pela sua atuação ficou conhecido como A Estrela da África.

Formação

Hans-Joachim Marseille foi filho de Siegfried Georg Martin Marseille e Charlotte Marie Johanna Pauline Gertrud Riemer. Seu pai, de ascendência huguenote, foi oficial na Primeira Guerra Mundial e Generalmajor da Luftwaffe (Força Aérea) alemã na Segunda Guerra Mundial.

Hans-Joachim Marseille formou-se pelo Prinz-Heinrich-Gymnasium em Berlin-Schöneberg.

Em 1938 ingressou como voluntário na Luftwaffe (Força Aérea). Apresentava um talento excepcional para a aviação. Durante sua formação para piloto no centro de treinamento de Schwechat em Viena, frequentemente impressionava instrutores e colegas com sua desenvoltura no aprendizado teórico e prático. Tal facilidade o levava por vezes a transgredir regras disciplinares, o que preocupava seus superiores. Já durante o seu treinamento executava descompromissadamente vôos considerados arriscados e acrobáticos. Este comportamento, que apresentou também durante o período inicial de sua carreira na Luftwaffe, lhe trouxe advertências e punições, não obstante suas condecorações e promoções.

Segunda Guerra Mundial

Batalha da Inglaterra

Em agosto de 1940, já promovido a Oberfähnrich (Cadete), foi enviado ao Lehrgeschwader 2 (Ala especial de treinamento e avaliação operacional) próximo ao Canal da Mancha onde realizou seus primeiros vôos em missão. Em outubro de 1940, foi transferido à Staffel 4 (Esquadrão formado por 3 a 4 Schwärme de 4 aviões cada, no total de 12 a 16 aviões) do Jagdgeschwader 52 (Ala de caças monopostos), sob comando de Johannes Steinhoff. Neste período chegou a receber duas punições disciplinares devidas a seu comportamento irreverente, não adaptado à rigida disciplina militar.

Durante a "Batalha da Inglaterra", ainda no Lehrgeschwader 2, voava como Katschmarek (também Katchmarek- avião da formação aérea denominada Schwarm e Rotte. Esta formação com 4 aviões, conhecida como Finger four Formation - formação dos quatro dedos - foi desenvolvida por Adolf Galland e posteriormente copiada pelos aliados). A Rotte era formada por dois aviões, o Rottenführer - o líder, e o Rotteflieger ou Katschmarek, secundando o líder. Em 24 da agosto de 1940, conquistou sua primeira vitória aérea. No seu segundo dia de combate abateu o segundo avião inimigo, pelo que recebeu a Cruz de Ferro II Classe. Poucos dias após, ja com 5 vitórias, foi condecorado com a Cruz de Ferro I Classe.

Vitórias são marcadas no Leme

Adolf Hitler entrega a Cruz de Ferro

Campanha da África do Norte

Em fevereiro de 1941 Hans-Joachim Marseille, já com 7 vitórias confirmadas, foi transferido à Staffel 3, do Jagdgeschwader 27 e enviado à Africa do Norte. Em operação sobre a Líbia, já na primeira missão abateu um Hawker Hurricane britânico.

Não obstante seu brilhante desempenho, o seu comportamento impetuoso que não se submetia às normas de combate, provocava a insatisfação do Lider da Staffel, Oberleutnant (Primeiro-Tenente) Gerhard Homuth. Assim que divisava um avião inimigo, Hans-Joachim Marseille se antecipava às ações de sua Staffel, abandonava-a e abatia o oponente com pontaria precisa num ataque individual e na maioria das vezes único. Tal comportamento não correspondia às regras da cartilha do aviador, porém executado por Hans-Joachim Marseille, sempre era bem sucedido.

Dado o sucesso inquestionável de Hans-Joachim Marseille, em maio de 1941, após conquistar 13 vitórias, o piloto foi promovido a Leutnant (Tenente).

Inicialmente irreverente, o comportamento do piloto no decorrer da guerra passou a mostrar-se mais ponderado. O comportamento mais adaptado ao trabalho em grupo, aliado a sua excepcional capacidade resultaram em eficiência maior dos combates da Staffel. Hans-Joachim Marseille ainda não havia alcançado o ápice de sua carreira. Desenvolvia ainda mais a precisão de tiro. As formas de ataque tornaram-se cada vez mais inusitadas e surpreendentes. Abatia aeronaves a partir de posições e ângulos de ataque inimagináveis. Seus ataques consistiam em acrobacias que inutilizavam qualquer reação das vítimas.

Em fevereiro de 1942, alcançou 50 vitórias. Como o mais eficaz piloto de seu Geschwader recebeu o Ritterkreuz (Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro) e foi promovido a Oberleutnant (Primeiro-Tenente).

Em maio de 1942 sucedeu a Gerhard Homuth no comando da Staffel 3. Nesta época já tinha se tornado famoso não sòmente no Afrikakorps, mas também entre a população civil da Alemanha. Recebia correspondências de admiradoras e noticias suas estampavam os jornais. Recebeu visitas de Albert Kesselring, Erwin Rommel (A Raposa do Deserto) e Adolf Galland.

A supremacia quantitativa dos aliados em meados de 1942 já consistia numa relação de 6 por 1 . Os pilotos alemães suportavam uma sobrecarga de 3 a 4 missões diárias. Neste ritmo, Hans-Joachim Marseille em suas missões sobre o deserto líbio abatia diariamente entre 10 e 20 aeronaves. A eficiência do piloto era demonstrada também pelo seu baixo consumo de munição. Os rigorosos controles estatisticos das operações revelavam o gasto de apenas 15 a 20 projéteis por abate. O piloto tinha total controle sobre seu Messerschmitt Bf 109 F, de forma a escolher os pontos dos aviões a serem atingidos : o motor ou a cabine do piloto, provocando assim a imediata queda do adversário.

Mesmo a utilização do "Lufbery Circle" (Circulo de Lufbery), não protegia os adversários dos ataques bem sucedidos de Hans-Joachim Marseille. No Lufbery Circle, assim denominado em homenagem a seu criador Raoul Lufbery, os aviões voavam em circulo, numa ação puramente defensiva. Em teoria, de qualquer lado que o inimigo atacasse estaria sob a mira de um avião do circulo. Hans-Joachim Marseille, para anular esta defesa, desenvolveu uma técnica com vôos de mergulho. O ataque era eficiente, e o abate de vários aviões em repetidas manobras forçava o abandono da formação e a derrota do inimigo. Técnica refinada, poucos aviadores alcançaram o sucesso de Hans-Joachim Marseille na sua aplicação. Para os britânicos, o piloto tornou-se um enigma a ser solucionado. Considerado invencível, influenciava a moral dos combatentes aliados. Ao mesmo tempo em que a liquidação do alemão se tornara uma necessidade preemente, a preocupação pela integridade dos pilotos britânicos recomendava evitar confrontos solitários. Mas mesmo formações em maior número não obtinham êxito. O comando britânico também chegou a mobilizar o piloto de elite australiano Clive Caldwell contra Hans-Joachim Marseille, mas o confronto nunca ocorreu.

A mobilidade do piloto alemão era tamanha que abatia oponentes em curtissimo espaço de tempo. Em junho de 1942 chegou a abater 6 aviões em 11 minutos. Neste mesmo mes foi condecorado com o Eichenlaub zum Ritterkreuz (Folhas de Carvalho à Cruz de Cavaleiro).

Em 17 de juho de 1942 alcançou a cifra de 100 vitórias. Foi o primeiro piloto a alcançar esta marca contra os aliados, o que lhe valeu os Ritterkreuz mit Eichenlaub und Schwerter (Cruz de Cavaleiro com Folhas de Carvalho e Espadas). Foi o 12. combatente a receber esta honraria.

Hans-Joachim Marseille tornara-se uma lenda. Em agosto de 1942, Benito Mussolini por seu eficiente apoio à Força Aérea Italiana, o condecorou com a "Medalha Italiana de Ouro por Bravura".

O ápice de sua carreira ocorreu em setembro de 1942. Em 01 de setembro de 1942 abateu, em tres missões, 17 caças britânicos, acumulando assim 121 vitórias. Embora superado pelo Hauptmann Emil Lang , que conquistou 18 vitorias em um dia (de 173 no total), atribue-se maior representatividade ao feito de Hans-Joachim Marseille por ter sido realizado contra oponentes ocidentais, considerados mais qualificados e portanto mais difíceis de serem vencidos do que os pilotos soviéticos.

No dia seguinte, mais 5 oponentes quedaram ante o piloto alemão, e pela façanha das então 126 vitórias, foi condecorado com os Brillanten zum Ritterkreuz mit Eichenlaub und Schwertern (Cruz de Cavaleiro com Folhas de Carvalho, Espadas e Diamante). Hans-Joachim Marseille foi o quarto militar da Wehrmacht a ser agraciado com esta condecoração.

Ainda em setembro abateu mais 32 aeronaves inimigas. O seu último combate teve a longa duração de 15 minutos.

O empenho sobrehumano exigido dos pilotos alemães frente a supremacia aliada deixou suas marcas também em Marseille. Estafado recebeu a recomendação de Erwin Rommel a uma pausa. Rejeitou-a porém, e participou da batalha de El Alamein no Egito.

A morte

Em 30 de setembro de 1942, numa primeira missão Hans-Joachim Marseille escoltou Ju 87 Stukas com sua Staffel. A tarefa seguinte foi a de interceptar uma esquadrilha de "Tommys" (Ingleses) ao sul de Imayid (Egito). Pilotava nesta ocasião a nova versão "G" do Messerschmitt Bf-109. Após retornarem da missão sem terem localizado os inimigos, o motor da aeronave de Marseille começou a emitir fumaça. Com motor falhando e a visão impossibilitada pelo oleo e fumaça a cobrir a cabine, o piloto foi dirigido via rádio pelos companheiros da Staffel em direção ao território sob controle alemão para então abandonar o aparelho com o paraquedas. Ao alcancar as próprias linhas, o piloto lançou-se no espaço, porém seu corpo chocou-se contra a aeronave. Não abriu o paraquedas, e em queda livre de 3050 m projetou-se ao solo.

Hans-Joachim Marseille foi sepultado com honras militares em Darnah (Derna), na Líbia. No local da queda, os membros da 3a. Staffel juntamente com seus aliados italianos erigiram uma pequena pirâmide, com uma placa de bronze "Aqui faleceu invicto o Capitão Hans-Joachim Marseille". Após a guerra, o corpo de Marseille foi exumado e transferido ao monumento fúnebre do Afrikakorps em Tobruk, na Líbia.

Em 1989 a pirâmide original foi substituida por companheiros da Staffel por outra com aproximadamente 5 metros de lado, com a inscrição original, porém em 3 idiomas (árabe, alemão e italiano).

Os números

Considerado o mais genial piloto entre todos que atuaram na duas guerras mundiais, a fama de Hans-Joachim Marseille se destaca, à medida em que a se avolumam os interesses em perscrutar a realidade daqueles acontecimentos que mudaram o mundo moderno. Hans-Joachim Marseille ocupa a 27a. posição no lista de vitórias aéreas alemãs, porém, as condições em que estas marcas foram alcançadas foram as mais severas e num curtíssimo espaço de tempo. Desde o inicio de sua atuação na África e a sua morte tinham decorrido apenas 19 meses. Hans-Joachim Marseille representava a simbiose Homem-máquina, numa perfeição rara na história. Das 158 vitórias confirmadas, 154 foram contra caças e 4 contra bombardeiros. Na Africa do Norte foram 151 vítimas : - 101 Curtiss P-40 - 30 Hawker Hurricane - 16 Supermarine Spitfire - e 4 bombardeiros bimotores. Em 24 de setembro de 1942, com 22 anos de idade foi promovido a Hauptmann (Capitão) da Luftwaffe, tornando-se então o mais jovem oficial na Wehrmacht com esta patente.

Algumas vitórias

Vitórias       Data       Hora das vitórias
88 a 91      15/06/42     19:02 - 19:03 - 19:05
92 a 95      16/06/42     19:02 - 19:10 - 19:11 - 19:13
96 a 101     17/06/42     12:02 - 12:04 - 12:05 - 12:08 - 12:09 - 12:12
105 a 108    01/09/42     08:28 - 08:30 - 08:33 - 08:39
109 a 116    01/09/42     10:55 - 10:56 - 10:58 - 10:59 - 11:01 - 11:02 - 11:03 - 11:05
117 a 121    01/09/42     18:46 - 18:46 - 18:48 - 18:49 - 18:53 
127 a 132    03/09/42     08:20 - 08:23 - 08:29 - 16:08 - 16:10 - 16:11
137 a 140    06/09/42     18:03 - 18:13 - 18:14 - 18:20
145 a 151    15/09/42     17:51 - 17:53 - 17:55 - 17:57 - 17:59 - 18:00 - 18:02
152 a 158    26/09/42     09:10 - 09:13 - 09:15 -  n/c  - 16:56 - 16:59 - 17:15

Condecorações

  • Eisernes Kreuz II Klasse - 1940 - Cruz de Ferro II Classe
  • Eisernes Kreuz I Klasse - 1940 - Cruz de Ferro I Classe
  • Ehrenpokal für besondere Leistung im Luftkrieg - Taça de honra por desempenho excepcional na guerra aérea
  • Ehrendolch des Heeres - Punhal de honra do exército
  • Deutsches Kreuz in Gold - nov/1941 - Cruz germânica em ouro
  • Ritterkreuz de Eisernen Kreuzes mit Eichenlaub, Schwertern un Brillanten
    • Ritterkreuz - fev/42 - Cruz de Cavalheiro
    • Eichenlaub - jun/42 - Folhas de Carvalho (à Cruz de Cavaleiro)
    • Schwerter - jun/42 - Espadas (à Cruz de Cavaleiro)
    • Brillanten - set/42 - Brilhantes (à Cruz de Cavaleiro)
  • Flugzeugführer und Beobachterzeichen in Gold und Brillanten - Distintivo de piloto e observador em ouro e brilhantes
  • Italienisches Fliegerabzeichen - Distintivo italiano de piloto
  • Italienische Tapferkeitsmedaille in Gold - ago/42 - Medalha Italiana por bravura, em ouro
  • Frontflugspange für Jäger in Gold mit Anhänger Einsatzzahl 300- Broche de voo em frente de combate, em ouro com pendente -300 missões
  • Ärmelband Afrika - Braçadeira da África
  • Sechsmalige Nennung im Wehrmachtbericht - Seis menções no relatório das Forças Armadas

Promoções

  • Oberfänrich - agosto/1940 - Cadete
  • Leutnant - maio/1941 - Tenente
  • Oberleutnant - fevereiro/1942 - Primeiro-Tenente
  • Hauptmann - 24/setembro/1942 - Capitão

Referências

Veja também

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