Bolsão de Cholm

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Bolsões de Demjansk (centro da imagem) e de Cholm (parte inferior da imagem).

O Bolsão de Cholm (ou Kholm) ou Batalha de Cholm foi um pequeno bolsão com 5.500 soldados alemães que existiu por 105 dias, de 23 de janeiro a 05 de maio de 1942, na Frente Oriental na Segunda Guerra Mundial. Estava localizado ao redor do vilarejo de Cholm (ao sul de Leningrado) na Rússia. Devido ao seu pequeno território sem espaço para pousos e descolagens, foi abastecido por via aérea durante seus três meses de existência, a Luftwaffe lançava mantimentos por paraquedas que eram em seguida recolhidos pelos soldados presos no bolsão.

Simultaneamente, um bolsão bem maior e com 100.000 soldados ilhados existiu em Demjansk, a cerca de 100 km ao nordeste de Cholm. A criação destes dois bolsões aconteceu em decorrência a um contra-ataque soviético contra o Grupo de Exércitos Norte iniciado em 08 de janeiro, após a malograda tentativa por parte da Alemanha de chegar em Moscovo. Ambos os bolsões foram liberados do cerco soviético em maio quando foram alcançados pelo resto do Grupo de Exércitos Norte em um novo avanço da Frente Oriental.

Cerco

Precedentes

Após o início da Operação Barbarossa e o avanço da Frente Oriental, a Wehrmacht chegou em Cholm em 03 de agosto de 1941, e a partir de então até janeiro de 1942 serviu como base de refornecimento para as forças alemãs e como centro comercial.

Ataque soviético e cerco

Ruas de Cholm com seus edifícios parcialmente destruídos.
Soldado alemão e mantimentos lançados por paraquedas, março de 1942 em Cholm.

Com o impasse na Batalha de Moscovo, os soviéticos atacaram em 08 de janeiro o lado direito do Grupo de Exércitos Norte, separando este do Grupo de Exércitos Centro. No dia 17 do mesmo mês a frente tinha recuado quase até Cholm. Uma batalhão de blindados soviéticos (a 146º com 2 T-34 e 11 T-60) foi obrigada a parar por falta de combustível. Inicialmente estavam em Cholm a Reserve-Polizei-Bataillons 65, a 218º Divisão de Infantaria, partes da 123º Divisão de Infantaria e o Regimento de Infantaria 553 (da 319º Divisão de Infantaria) por um total de 3.500 homens, que foram aumentando de número com a chegada de mais unidades vindas da frente. Foi nomeado de "Kampfgruppe Scherer".

No dia 23 de janeiro o 146º Batalhão de Blindados foi reabastecido e para os alemães que já se encontravam cercados a situação ficou mais difícil pela falta de armas anti-blindados. Apenas poderiam contar com o uso de minas e cargas explosivas colocadas em locais estratégicos e em barricadas. No dia 25 a situação piorou ainda mais depois que foi ateado fogo em um depósito de alimentos e apenas metade dos mantimentos puderam ser salvos. Alguns dias depois, no fim do mês, houve tentativas por parte da Wehrmacht de aliviar o bolsão, chegando a cerca de 10-15 km de Cholm, no entanto impedidos de se unirem com os soldados ali presos. Em seguida os soviéticos atacam Cholm por 10 dias mas tiveram que suspender os ataques devido às grandes perdas.

Após as batalhas de fim de janeiro de 1942, o "Kampfgruppe Scherer" controlava uma área de 1,5 a 2 km2. A pequena extensão do bolsão era uma vantagem pois permitia aos defensores distribuir com eficácia as defesas e ao mesmo tempo rapidez em reunir forças para um ataque em um local específico. Entretanto, a área inteira do bolsão ficava vulnerável à artilharia soviética.

Em fevereiro teve início o envio de mantimentos por via aérea. Apesar de existir um pequeno aeródromo de 200 m x 500 m ao oeste da cidade, este era sob constante fogo de artilharia soviético. Para as entregas eram utilizados aviões bombardeiros Heinkel He 111, os de transporte Junkers Ju 52 e também de planadores Gotha Go 242 e DFS 230. Os mantimentos guardados nas V-bombe (containers em formato de bomba) que eram lançadas por paraquedas. Este método tinha algumas desvantagens, por causa do vento muitas vezes os mantimentos caiam no rio ou em áreas controladas pelos soviéticos. Algumas vezes as munições explodiam no contato com o solo. No total, 7.000 V-bombe foram lançadas para as tropas isoladas em Cholm.

O uso de planadores provou ser mais eficaz, mas também era fortemente afectado pelo tempo. Assim chegou à cidade materiais de ajuda e de reforço importantes, entre outras coisas, arma anti-blindado (Pak), um arma anti-aérea (Flak), um lançador de granadas, uma estação de rádio e um médico. Um total de 80 planadores desembarcou com mais de 200 toneladas de material. Tal como acontecia com com os planadores, a tripulação da aeronave de três homens também ficava presa no bolsão. Como o promontório e o aeródromo da cidade temporariamente perdidos para os inimigos, os planadores tinham que pousar nas ruas mais largas da cidade. Depois que uma parte da área urbana foi conquistada pelo Exército Vermelho, não havia mais lugar suficientemente largo para o pouso do planador maior Gotha. Apenas os menores DFS 230 foram capazes de pousar em uma rua, razão pela qual a maior parte do envio de mantimentos para Cholm foi feito pelas V-bombe.

Até o fim de março, quase todos os animais de tração tinham sido abatidos para alimentar os soldados, no entanto uma ordem proibia de abater os últimos 50 cavalos que eram essenciais para os trabalhos de tração.

Referências

  • Otto Karsten: Cholm, 1944 (= Schriftenreihe zur Truppenbetreuung, Bd. 55).
  • Richard Muck: Kampfgruppe Scherer – 105 Tage eingeschlossen, Edição original: Gerhard Stalling, Oldenburg 1943. Reedição: Arndt, Kiel 2007. ISBN 978-3-88741-091-9

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